Vejam a cara do Bolsonaro! será que ele vai aguentar a provocação do Barroso? Ou é uma armadilha?!
Bolsonaro responde a Barroso por CPI da Covid e diz que "falta coragem moral ao ministro do STF"
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro partiu para o ataque contra Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira por causa da decisão do ministro do STF de determinar a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid, ao afirmar que falta "coragem moral" a Barroso e que ele fez "politicalha" ao determinar a abertura da CPI.
Bolsonaro criticou o fato de a comissão se concentrar na apuração de eventuais omissões do governo federal no combate à pandemia e desafiou Barroso a determinar que o Senado abra processos de impeachment pedidos contra alguns ministros do STF.
"É uma jogadinha casada, Barroso e bancada de esquerda no Senado para desgastar o governo. Eles não querem saber o que aconteceu com os bilhões desviados por alguns governadores e alguns poucos prefeitos também", disse Bolsonaro, sem citar quem teria praticado desvios, em conversa com apoiadores do lado de fora do Palácio da Alvorada, divulgada em vídeo publicado nas redes sociais.
"Lá dentro do Senado tem processo de impeachment contra ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu quero saber se o Barroso vai ter coragem moral de mandar instalar esse processo de impeachment também. Pelo que me parece, falta coragem moral para o Barroso e sobra ativismo judicial", disparou.
Bolsonaro fez insinuações em relação a Barroso, ao afirmar que conhece o passado do ministro e como ele chegou ao STF. Também o atacou por, antes de ser indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff a uma cadeira no Supremo, ter atuado na defesa do ex-guerrilheiro italiano Cesare Battisti na corte.
"Barroso, nós conhecemos teu passado, tua vida, o que você sempre defendeu, como chegou ao Supremo Tribunal Federal, inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti, então use a sua caneta para boas ações em defesa da vida e do povo do Brasil e não politicalha dentro do Senado Federal", atacou.
"Se tiver moral, um pingo de moral, ministro Barroso, mande abrir processo de impeachment contra alguns de seus companheiros de Supremo Tribunal Federal."
Na noite da véspera, em tom menos agressivo, Bolsonaro acusou o STF de interferir em outros Poderes após a decisão de Barroso, que foi uma resposta a uma ação movida pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO).
Na liminar, o ministro destacou que a Constituição estabelece que as CPIs devem ser instaladas sempre que três requisitos forem preenchidos: assinatura de um terço dos integrantes da Casa, indicação de fato determinado a ser apurado e definição de prazo certo para duração. Segundo Barroso, não caberia ao presidente do Senado instalar a CPI conforme a sua conveniência.
Apesar da cobrança de Bolsonaro para que Barroso determine a abertura de processo de impeachment contra colegas, um ministro do Supremo não pode tomar decisões sem que tenha sido provocado por uma ação movida junto à corte, como foi o caso do pedido feitos pelos senadores do Cidadania no caso da CPI da Covid.
Procurada, a assessoria de imprensa do STF disse que, por ora, não há comentários nem da corte nem de Barroso às declarações de Bolsonaro.
Dólar se aproxima de R$ 5,70 com instabilidade em Brasília
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve forte alta nesta sexta-feira, superando 5,68 reais no pior momento do dia e oscilando mais de 11 centavos de real na sessão, com investidores temerosos sobre o rumo da política fiscal caso o Orçamento seja sancionado sem vetos.
O dólar spot subiu 1,80%, a 5,6748 reais. A moeda variou de 5,5700 reais (-0,08%) a 5,6853 reais (+1,99%).
Operadores comentaram sobre notícias de que pareceres da Câmara e do Senado recomendariam a sanção sem vetos da peça orçamentária e que, entre as opções para recompor as despesas obrigatórias, poder-se-ia recorrer a projeto de lei ou decreto.
O mercado teme maquiagem fiscal, o que poderia colocar em xeque o teto de gastos --e, por tabela, a permanência no cargo de Paulo Guedes, ministro da Economia, que já vem acumulando reveses em temas fiscais-- e lançar mais dúvidas sobre os rumos da política fiscal.
Azedando mais o humor, o conflito em torno do Orçamento, que já tensiona a relação Legislativo-Executivo, agora acontece em meio a ruídos tanto do governo quanto dos parlamentares em relação ao STF, cujo ministro Luís Roberto Barroso na véspera determinou abertura de uma CPI no Senado para investigar a gestão da pandemia de Covid-19 no Brasil.
"Agora pode sair qualquer coisa no fim de semana", disse Luis Laudisio, operador da Renascença, referindo-se à postura mais defensiva dos agentes que gerou nesta sessão os fortes movimentos nos mercados de câmbio e também de juros. As taxas de DI chegaram ao fim da tarde em rali de mais de 15 pontos-base.
No câmbio, o real de longe teve o pior desempenho no mundo, numa sexta marcada por fortalecimento global da divisa norte-americana, mas em magnitude bem mais moderada lá fora do que aqui.
O Banco Central, apesar disso, evitou anunciar operações de venda de moeda. Autoridades do BC, incluindo o presidente Roberto Campos Neto, voltaram a falar de câmbio nesta sexta, afirmando que o BC monitora os efeitos da desvalorização cambial sobre a inflação, mas sem realizar atuações no mercado com objetivo de amenizar pressão sobre os preços.
Campos Neto chegou a afirmar que o dado do IPCA de março divulgado nesta sexta-feira corrobora a perspectiva de nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa Selic em maio. Para o mercado, com as leituras de inflação surpreendendo para baixo, ainda que de forma discreta, o BC pode se sentir mais confortável para implementar um ciclo de aperto monetário menos robusto, o que teoricamente seria ruim para o real.
O juro baixo é um dos elementos citados por analistas como catalisador de maior volatilidade cambial. A volatilidade implícita das opções de dólar/real de três meses --uma medida do grau de incerteza sobre a trajetória da taxa de câmbio-- subia nesta sexta para 18,08%, alta discreta frente à véspera, mas suficiente para manter a medida acima dos 16% do fim de fevereiro.
O real é a segunda moeda mais volátil no mundo emergente, superada apenas pela lira turca.
"O Brasil virou um 'soft trading'. É muito difícil carregar posição no Brasil", disse Roberto Serra, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos, que segue com posições em carteira apenas marginais no real. "Muito se fala sobre o prêmio de assimetria com os ativos do país, mas isso está aí há tempos e nada acontece", completou.
O dólar foi a uma máxima de 5,6853 reais na sessão. Estrategistas do Société Générale avaliam que o rompimento de uma resistência técnica em 5,70 reais pode abrir caminho para a moeda testar 5,88 reais.
"Um movimento além de 5,88 reais será essencial para denotar a próxima perna da tendência de alta para projeções de 5,97 reais/6,00 reais", disseram em nota.
Na semana, o dólar ainda acumulou queda de 0,69%. A cotação sobe 0,79% em abril, elevando os ganhos no ano para 9,31%.
Em 2021, a moeda brasileira tem o terceiro pior desempenho global, com peso argentino e lira turca nas duas primeiras posições.
Guedes faz críticas a "ministro fura-teto" em negociação do Orçamento
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta sexta-feira a atuação de "ministro fura-teto" nas articulações em torno do Orçamento de 2021, indicando que isso teria sido determinante para o desequilíbrio das contas aprovadas pelo Congresso.
"Tem sempre um ministro mais ousado, né? Tem ministro fura-teto, tem de tudo aqui, né? Tem ministro que não desiste, volta toda hora e bate no mesmo lugar, bota em risco a viagem do grupo todo até", acusou Guedes, sem citar nomes, em evento virtual promovido pelo Bradesco BBI.
"Isso acontece, volta e meia, e é natural. 'Bota mais um pouquinho de dinheiro ali, bota um pouco mais aqui, bota um pouco mais ali'. Esquece de combinar com os outros, né? Quando vai combinar com os outros, a conta não fecha", completou Guedes.
Ele destacou, ainda, que é possível que as despesas com a Previdência este ano não sejam tão altas como o estimado inicialmente pelo governo na proposta orçamentária, mas que o problema é se ter uma "subestimativa irrealista" e sistemática das despesas obrigatórias.
O Orçamento foi aprovado pelo Congresso há duas semanas com uma redução de 26,5 bilhões na projeção das despesas obrigatórias do governo (dos quais 13,5 bilhões de reais em despesas previdenciárias) e uma elevação dos recursos direcionados a emendas parlamentares. O ministério do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, foi um dos mais beneficiados pelo remanejamento.
Guedes disse que "certamente" pode ter havido erro da equipe econômica no processo, mas continuou com suas críticas: "Certamente tem erro quando um ministro pula a cerca e vai combinar um negócio que não está combinado com a Segov (Secretaria de Governo), que é quem está conduzindo o acordo político."
"Deve ter tido erro para todo lado. Quem errou menos, que foi o (Arthur) Lira (presidente da Câmara dos Deputados), está aborrecido com isso e falou: 'espera aí, vamos fazer o acordo valer, direito, tudo que foi combinado'."
"Quero crer que no caso do Orçamento, a coisa vai funcionar direito, nós vamos chegar lá", disse o ministro.
Em mais uma participação em videoconferências nesta semana, Guedes voltou a afirmar que é a primeira vez na qual o governo elabora em conjunto com o Congresso o Orçamento, e que a atual discussão gira em torno de como comportar os acordos políticos na proposta.
BEm
Na esteira do recrudescimento da pandemia da Covid-19 no país, o ministro voltou a garantir que o Benefício Emergencial (BEm), programa de manutenção de emprego e renda lançado no ano passado, será renovado. Ele também estendeu sua fala sobre a renovação de medidas emergenciais ao Pronampe, programa de crédito emergencial para micro e pequenas empresas lançado em meados do ano passado.
"Nós estamos na cauda da pandemia, ou seja (...) se tiver que gastar 0,5%, 1% do PIB com o BEm, com o Pronampe, com alguma coisa desse tipo, não é isso que vai derrubar o Brasil", afirmou, apesar de alertar que um novo "cheque em branco" de gastos "acaba" com o país.
Guedes também reiterou que haverá também antecipação do 13º de aposentados, tão logo o Orçamento seja sancionado.
CÂMBIO
Pelo segundo dia consecutivo, o ministro da Economia voltou a fazer considerações sobre o câmbio, dizendo acreditar que a taxa já tenha sofrido um "overshooting" --ou seja, se desvalorizado mais do que seria sugerido pelos fundamentos.
Na quinta-feira, Guedes afirmou que a taxa de câmbio de equilíbrio deve estar girando atualmente em torno de 4,50 reais e que houve um "overshooting" do câmbio, mas que sua expectativa é que a moeda brasileira valorize à medida que o país prossiga com as reformas estruturais e vacinação em massa.
Ao comentar a vacinação em massa da população, o ministro instou as empresas do setor privado a entrarem no processo de compras de imunizantes. Ele também garantiu que o governo está comprometido com a imunização da população.
"Estamos partindo para vacinação em massa. A melhor política fiscal que pode ter hoje para fazer é a vacinação em massa."
"Agora é uma questão de execução, de mergulhar todo mundo nisso. Acho que setor privado também pode ir, deve ir, vai se envolver nisso, tem capacidade de negociação, financeira, de ajudar o retorno seguro ao trabalho", completou.
Santos Brasil leva 3 de 5 áreas de portos; leilão rende R$ 216 mi em outorgas
SÃO PAULO (Reuters) - A Santos Brasil venceu nesta sexta-feira a disputa por três dos cinco terminais portuários leiloados na B3, com o Terminal Químico de Aratu e a CMPC levando um cada.
A concessão dos três terminais arrematados pela Santos Brasil (IQI03, IQI11, IQI12) e o outra do Terminal Químico de Aratu (IQI13) estão localizados no Porto de Itaqui, no Maranhão.
A CMPC Celulose Riograndense ganhou a concessão do armazém no Porto de Pelotas (RS) com proposta única de 10 mil reais.
Ao todo, o leilão levantou 216 milhões de reais em outorgas para o governo federal.
SP flexibiliza quarentena, permite futebol e abertura de lojas de material de construção
SÃO PAULO (Reuters) - O governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira uma flexibilização das restrições para conter a disseminação da Covid-19 no Estado e permitirá, a partir de segunda-feira a reabertura de lojas de material de construção e a possibilidade de clientes retirarem produtos de bares e restaurantes, disse o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM).
Também foi retirada a restrição à realização de atividades esportivas profissionais, o que permitirá a volta das partidas do Campeonato Paulista, que serão feitas ainda sem público.
Os jogos podem ser retomados já neste fim de semana e terão de ser realizados a partir das 20h. De acordo com a secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patricia Ellen, a ideia é que o horário das partidas coincida com a restrição à movimentação entre 20h e 5h, que será mantida na nova fase, e assim evitar aglomerações.
A mudança da Fase Emergencial do plano de quarentena para a Fase Vermelha também não alterará a proibição de realização de cultos, disse o vice-governador do Estado em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Garcia disse que o aumento no número de leitos no Estado, que cresceu 82% desde o fim do ano passado nas redes pública e privada, segundo dados do governo, e a redução nas últimas semanas no número de novas internações permitiu que o Estado diminuísse as restrições.
"Se nós compararmos as semanas epidemiológicas, os cinco dias desta semana em relação à semana anterior, nós já tivemos uma queda de internação importante nessa rede hospitalar de São Paulo", disse ele. De acordo com o governo estadual a redução nas novas internações no período citado por Garcia foi de 17,7%.
"É a queda nas internações que nos afirma no dia de hoje a possibilidade de nós darmos passos adiantes em relação ao controle da epidemia aqui no Estado de São Paulo."
A flexibilização da quarentena paulista, no entanto, acontece no dia seguinte ao Brasil ter registrado o recorde de mortes diárias por Covid-19, 4.249, e no dia em que o Estado de São Paulo registra, pelo segundo dia seguido, mais de mil mortes diárias causadas pela Covid-19.
Na terça-feira desta semana, o Estado registrou 1.389 mortes em 24 horas, o recorde da pandemia, e na quinta marcou o segundo maior número de mortes diárias, 1.289. Nesta sexta foram registrados 1.008 novos óbitos pelo coronavírus no Estado.
Entretanto, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que o número de mortos não reflete o momento atual da pandemia, ao contrário do indicador de novas internações. Ele também disse que a ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs), atualmente em 88,3%, reduziu na comparação com a quinta-feira da semana passada, quando o indicador se aproximava de 93%.
"É uma Fase Vermelha mais rígida do que nós estávamos habituados. Isso mostra a segurança do governo do Estado de São Paulo de atender todos os modelos e regras sanitárias, além de todas as fiscalizações que vêm acontecendo de forma bastante austera para garantir que nós possamos manter o nosso sistema de saúde protegido e dessa forma proteger a saúde da nossa população", disse.
"O nosso índice maior é a internação. Ele mostra a dinâmica da pandemia naquele momento... Quando nós olhamos o número de óbitos que saltam aos olhos, esse número de óbitos infelizmente são absolutamente verdadeiros, mas o numerário não reflete a data daquele momento", acrescentou o secretário.
FUTURAS FLEXIBILIZAÇÕES.
Também presente na coletiva, o coordenador do Centro de Contingência que assessora o governo do Estado, o médico Paulo Menezes, disse que a expectativa é de que a redução nas internações resulte em queda no número de mortos a partir das próximas duas semanas.
"Nós estamos vendo ainda, sim, um aumento progressivo de óbitos, infelizmente, porque o óbito é o desfecho mais trágico e mais tardio de alguém que foi infectado pelo vírus. Nós ainda esperamos continuar com um número alto de óbitos", afirmou.
Menezes também disse que o Estado pode ter uma nova flexibilização da quarentena contra a Covid-19 entre o final de abril e o início de maio, caminhando para a Fase Laranja da quarentena paulista.
A Fase Laranja do plano de quarentena permite, por exemplo, o funcionamento de shopping centers, comércio não essencial e restaurantes com algumas restrições, como limites de ocupação.
Rio de Janeiro inicia flexibilização de medidas
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Após 14 dias de restrição, a prefeitura do Rio de Janeiro iniciou nesta sexta-feira uma flexibilização do isolamento que ainda mantém “toque de recolher“ e praias "fechadas“.
Segundo a prefeitura, a abertura foi possível graças a uma tendência de redução nos atendimentos na rede básica de urgência e emergência da cidade. Antes dos 14 dias, havia um movimento de alta que estimulou a adoção de medidas de restrição.
“Reduziu o número de pessoas nas UPAs e rede básica ... temos uma visão mais otimista e medidas restritivas tiveram efeito e funcionaram apesar do sofrimento dos comerciantes“, disse a jornalista o prefeito Eduardo Paes (DEM).
"Daqui a pouco são menos internações e óbitos. Flexibilização não tem que olhar para óbitos e sim para dados mais atualizados como atendimento de urgência e emergência“, adicionou ele, ao lembrar os casos e óbitos ainda seguem patamar elevado.
A partir desta sexta, bares, lanchonetes, restaurantes e shopping voltam a funcionar, mas com horário reduzido.
A cidade continua com toque de recolher das 23h às 5h e as praias, cachoeiras e parques seguem fechados. Nas praias , estão permitidos apenas atividades individuais na água e na areia, porém a prefeitura já estuda autorizar em breve a prática de esportes coletivos em horário reduzido. Shows, eventos e festas seguem proibido.
“A flexibilização não quer dizer que liberou geral; as restrições continuam e vamos acompanhar; se houver abuso a Seop vai agir com rigor porque senão vamos ter que tomar medidas mais duras “, afirmou.
A taxa de ocupação de leitos de UTI e enfermaria segue alta na rede pública e privada, mas novos leitos de UTI foram abertos na rede federal.
O Estado iniciou nesta sexta a distribuição de mais de 430 mil doses de vacinas aos municípios.
A cidade do Rio já vacinou mais de 1 milhão de pessoas até agora, quase 15% da população e mais de 65% dos idosos.
Sem doses suficientes, vacinação da Covid pode ficar mais lenta em grupo com comorbidades
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A campanha de imunização brasileira contra a Covid-19, que enfrenta contratempos e atrasos desde o início, corre o risco de ficar ainda mais lenta quando for convocado o grupo de pessoas com doenças vulneráveis à Covid-19, uma vez que a falta de doses obrigará uma rígida fiscalização daqueles que serão vacinados.
No pior momento da pandemia no Brasil, com média diária de quase 3.000 mortes nos últimos dias e o esgotamento dos sistemas de saúde, a vacinação é a principal esperança da população contra o coronavírus, o que tem provocado filas e aglomerações em busca da imunização em diferentes cidades do país.
Ao passar para um grupo total de 17,8 milhões de pessoas com 18 a 59 anos com doenças como diabetes, hipertensão, insuficiência renal e doenças cardiovasculares, essa situação pode se agravar mediante a falta de doses e a necessidade de confirmação da condição de saúde por meio de documentos antes da aplicação das vacinas, de acordo com especialistas em imunização.
"A complexidade com o grupo das comorbidades vai ser enorme para verificar se a pessoa tem ou não aquela doença, para comprovar a comorbidade", disse o médico Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), lembrando que a principal causa do problema é a escassez de doses.
Apesar de o Brasil ter experiência em vacinação de pessoas com comorbidades devido à campanha anual de imunização contra a gripe, a situação agora é bastante diferente devido à restrição de vacinas, de acordo com a epidemiologista Carla Domingues, ex-chefe do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Segundo ela, o Ministério da Saúde deveria realizar um pré-cadastro de pessoas com comorbidades a serem vacinadas para organizar a próxima etapa de vacinação, a exemplo do que tem sido feito em outros países.
"A gente vai ver filas, ver dificuldades. Todos os países estão fazendo o pré-cadastro das pessoas, e a gente continua insistindo em mandar a população ficar quatro ou cinco horas na fila", afirmou.
"Já está acontecendo fila em todo lugar, principalmente nos grandes centros. Com comorbidades vai sair ainda pior. A pessoa tem que ler o documento, tem que ver se vale ou se não vale, então se a gente fizesse um pré-cadastro facilitaria muito, principalmente porque você não vai ter dose suficiente. Chega a ser uma humilhação você fazer uma pessoa já com uma doença ficar quatro ou cinco horas na fila e não ser vacinada porque acabou a vacina", acrescentou.
A campanha de imunização brasileira contra a Covid segue em ritmo lento desde o início, em janeiro, uma vez que o governo federal demorou a fechar contratos com fornecedores e depende até o momento exclusivamente da produção local pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantan.
Com 47,5 milhões de vacinas entregues aos Estados até o momento, o Brasil chegou a 60% das doses necessárias para vacinar com duas doses os idosos, profissionais de saúde e demais integrantes dos primeiros grupos prioritários, que somam mais de 38 milhões de pessoas. Essa etapa deve ser concluída entre abril e maio, dando início a seguir às pessoas com comorbidades.
A promessa do Ministério da Saúde era vacinar as 77,2 milhões de pessoas de todos os grupos prioritários até julho, o que demandaria cerca de 155 milhões de doses, mas o país só tem um total de 90 milhões de doses 100% garantidas até o momento (48,3 milhões da Fiocruz e 40,7 milhões do Butantan).
O Brasil aplicou a primeira dose em pouco mais de 19 milhões de pessoas até o momento, o equivalente a 9% da população, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
REDE DESPREPARADA
O Butantan espera completar 100 milhões de doses entregues até o fim de agosto, mas o instituto depende da chegada de novos insumos a serem enviados pelo laboratório chinês Sinovac. A próxima entrega, que era esperada para esta semana, foi adiada até 20 de abril, despertando temores sobre futuros atrasos.
No caso da Fiocruz, o cronograma prevê 104 milhões de doses até 30 de julho, mas também na dependência da importação de insumos do laboratório AstraZeneca. Até o momento estão asseguradas as produções de abril (18,8 milhões) e maio (21,5 milhões), segundo a fundação.
Se as previsões dos institutos locais se confirmarem, e somando a entrega prometida pela Pfizer de 13,5 milhões das doses contratadas até junho, o país teria vacinas suficientes para cumprir a meta até o fim de julho. O problema é a incerteza gerada por seguidas frustrações em relação ao calendário original.
"Tudo isso é um desgaste muito grande, porque você tem que parar tudo, tem que fazer cálculo de quantidade de vacinas, checar todas as coisas, e isso nossa rede não estava preparada. Estava preparada para receber vacinas e fazer campanha de imunização, ninguém se preocupava se vai faltar vacina, em qual grupo está a vacinação", disse Cunha, da SBIm.
Sem a garantia de um fluxo contínuo de vacinas, muitos Estados têm contrariado a orientação do governo federal para aplicação de todas as doses sem necessidade de guardar a segunda, o que tem reduzido a velocidade da vacinação. Por esse motivo, entre outros, foram aplicadas apenas 24,6 milhões de mais de 45 milhões de doses entregues.
"A reserva é fundamental, é a orientação que estamos dando pelo Fórum de Governadores", disse o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do tema vacinas no fórum.
A falta de confiança nas promessas do governo foram reforçadas pela frustração com as vacinas Sputnik V, da Rússia, e Covaxin, da Índia, que foram compradas pelo Ministério da Saúde e prometidas para março e abril, mas sem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Além disso, houve um atraso na importação de doses prontas da Índia, após decisão do governo indiano de intensificar a própria vacinação ante um novo surto da doença, e também demora para a chegada de vacinas do consórcio internacional Covax Facility.
Pelas promessas do então Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no início de março, o Brasil teria 115 milhões de doses entregues até o fim de abril, mas, na realidade, apenas 69 milhões de doses estão de fato confirmadas para o período.
Agora sob comando de Marcelo Queiroga, o ministério não divulga mais uma previsão de entrega de doses e afirma que depende da produção dos parceiros.
Sob esse cenário de escassez, a ex-chefe do PNI Domingues lembrou que o ministério já deveria ter orientado os municípios sobre a divisão dos grupos de pessoas com comorbidades para facilitar a vacinação.
"O grande problema vai ser que não vai ter dose para todas as pessoas, esse vai ser o desafio, quem você vai chamar, se será por idade, por tipo de comorbidade, aquelas que são mais graves, e isso tudo já precisava estar resolvido e orientado. Quando deixa muito para cima da hora não dá tempo de os municípios se organizarem", afirmou.
Procurado, o ministério informou, por meio de nota que as pessoas que pertencem ao grupo prioritário de comorbidades para vacinação contra a Covid-19 e fazem acompanhamento no Sistema Único de Saúde (SUS) estão pré-cadastradas no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Reconheceu, no entanto, que aqueles que não têm o pré-cadastro precisarão apresentar documentos que demonstrem o pertencimento a um destes grupos de risco, como exames, receitas médicas, relatórios e prescrição médica.
Bolsonaro e Fábio Faria fazem 1ª videochamada de 5G standalone
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participa, nesta 6ª feira (9.abr.2021), da 1ª ligação por videochamada em 5G standalone da América Latina. A tecnologia, considerada o “5G puro”, é a melhor disponível (e também mais cara). A ligação será feita de Brasília a São Paulo.
Assista:
De acordo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a ligação é viabilizada pela parceria técnica entre o governo federal, a Embaixada da Finlândia no país e a empresa Nokia do Brasil.
Em um tweet, o ministro anunciou o teste e publicou uma foto com o embaixador da Finlândia no Brasil, Jouko Leinonen. “Produtiva reunião para acompanhar os desdobramentos da Missão 5G”, escreveu.
Primeiro teste de video chamada terá a participação de Jair Bolsonaro
Mato Grosso colhe últimas áreas de soja da safra 2020/21, diz Imea
(Reuters) - A colheita de soja de Mato Grosso atingiu 99,91% das áreas cultivadas na temporada 2020/21, um leve avanço de 0,5 ponto percentual no comparativo semanal e com trabalhos já finalizados em algumas regiões do maior Estado produtor da oleaginosa no Brasil, mostraram dados do Imea nesta sexta-feira.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores do oeste, norte, noroeste e médio-norte do Estado já encerraram a colheita.
A retirada dos grãos do campo está sendo finalizada no sudeste, nordeste e centro-sul de Mato Grosso, com todas a regiões tendo colhido mais de 99% da área.
No mesmo período da temporada anterior, a colheita de soja estava em 99,94% das áreas, enquanto a média histórica para o período é de 99,26%.