Lavouras de soja no Ceará mostram que Nordeste é a nova fronteira agrícola do Brasil

Publicado em 02/04/2021 16:59 e atualizado em 05/04/2021 18:36
Entrevista com Vlamir Brandalizze sobre a entrada de cultivares de soja no semi-árido brasileiro (vejam as fotos)
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

        

Exportações brasileiras de soja são recorde em março e preços seguem fortes no país

Os preços da soja no mercado brasileiro, assim como na Bolsa de Chicago, também tiveram uma semana volátil, principalmente com o sobe e desce intenso do dólar. Complementando o cenário, as cotações na Bolsa de Chicago marcaram limite de alta na última quarta-feira (31) e fecharam a quinta-feira (1) perdendo mais de 30 pontos nas posições mais próximas. 

Nesta quinta, o dólar fechou o dia com alta de 1,49% e valendo R$ 5,7143, e registra uma valorização, na semana, de 0,46%. Nesta sessão, a moeda brasileira foi a que mais se desvalorizou frente à norte-americana. E esse continua sendo um dos principais pilares de sustentação das cotações da oleaginosa no Brasil. 

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As referências subiram entre 0,61% e até 3,49% no interior do país, nas principais praças de comercialização, o que leva as cotações ainda a continuarem operando acima dos R$ 150,00 por saca. Nos portos, os indicativos permanecem acima dos R$ 170,00 e nas posições de entrega mais distantes, como o agosto, há chances de preços perto dos R$ 180,00 por saca, até R$ 182,00 como já relatou Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. Os compradores, segundo ele, buscam mais produto para julho, agosto e setembro. 

Os produtores, porém, não exibem grande interesse em vender mais de sua safra neste momento e, para a safra nova, as operações são pontuais e, ainda de acordo com o consultor, focadas nas trocas e de olho nas oportunidades que o mercado ainda pode trazer  mais a frente. 

E embora os novos negócios caminhem de forma mais comedida, março termina com exportações recordes para o mês em quase 13,5 milhões de toneladas, de acordo com os números da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) divulgados nesta quinta-feira, 1º de abril. As condições favoreceram o avanço da colheita, bem como o ritmo dos embarques brasileiros e o volume foi considerável. 

Todavia, ainda como explica Brandalizze, o total fica um pouco aquém do necessário, já que se deixou de embarcar muita soja em fevereiro em função do clima adverso. "E para cumprir tudo o que tinha planejado, entre fevereiro e março, para cumprir os lineups, teríamos que ter embarcado 19 milhões de toneladas, mas nossos portos não têm essa capacidade. Assim, vai ficar muita soja para ser embarcada em abril, e o total pode chegar a 15 milhões de toneladas", diz. 

No acumulado de 2021, o total dos embarques de soja do Brasil é de 16,4 milhões de toneladas, contra 17,1 milhões do ano passado. Para 2021, o total estimado para ser exportado da oleaginosa brasileira é de 85 milhões de toneladas e o complexo soja, em sua totalidade, deve trazer US$ 45 bilhões em divisas. 

MERCADO INTERNACIONAL

Na Bolsa de Chicago a semana também foi bastante nervosa, agitada e uma boa retomada das cotações veio na sequência da divulgação do relatório de intenção de plantio com uma área de soja cerca de 1 milhão de hectares menor do que a média das expectativas do mercado.

Leia Mais:

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Nesta quinta-feira, depois do limite de alta da sessão anterior, os preços terminaram o dia com perdas de 6,25 a 34,75 pontos nos principais contratos, com o mercado realizando parte dos lucros e corrigindo a disparada da sessão anterior, mas ainda digerindo os últimos números do USDA. 

Assim, o foco agora se torna o cenário climático para o plantio da safra 2021/22 dos EUA - com condições que são favoráveis neste momento - e nas decisões dos produtores americanos, que ainda podem mudar até que a semeadura comece efetivamente. 

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Fonte: Notícias Agrícolas

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