Complicou!!! Cotações da soja recuam, enquanto os preços do MAP e dos fretes sobem como rojão!

Publicado em 26/02/2021 16:23 e atualizado em 26/02/2021 18:24
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Dólar ultrapassa R$ 5,60 com piora externa e ruídos locais na política

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar teve mais um salto nesta sexta-feira e fechou acima de 5,60 reais pela primeira vez desde novembro, em dia de forte pressão que levou o Banco Central, pelo segundo pregão seguido, a fazer intervenção dupla no mercado de câmbio, em meio a mais uma sessão negativa para moedas emergentes por receios sobre fuga de capital com a disparada de juros soberanos.

O dólar spot subiu 1,67% nesta sexta, a 5,6017 reais na venda. Na máxima, bateu 5,6100 reais, alta de 1,82%.

O BC fez dois leilões de moeda à vista nesta sessão, vendendo, no total, 1,545 bilhão de dólares.

Na semana, o dólar saltou 4,03% --maior alta desde a de 4,34% da semana encerrada no último dia 8 de janeiro.

Em fevereiro, a cotação avançou 2,25%, elevando os ganhos no ano para 7,90%.

O real tem o pior desempenho entre 33 pares do dólar no acumulado de 2021.

Ibovespa fecha em queda, emenda 3ª semana no vermelho com riscos fiscais e políticos

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou esta sexta-feira em queda, chegando a cair abaixo dos 110 mil pontos no pior momento, encerrando a semana sem novidades que amenizassem as preocupações fiscais e os ruídos políticos que dominaram os últimos pregões.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,82%, a 110.208,75 pontos, acumulando perda de 6,9% na semana e de 4,2% no mês, de acordo com dados preliminares. Em 2021, a perda agora soma 7,4%.

O volume financeiro nesta sexta-feira somava 39,3 bilhões de reais.

Investidores também seguiram receosos com o movimento recente dos títulos do Tesouro norte-americano, após o rendimento Treasury de 10 anos, referência para investimentos no mundo, bater máxima em um ano.

Rabobank eleva projeções para juros, dólar e inflação e vê atividade mais forte

SÃO PAULO (Reuters) - O Rabobank aumentou suas estimativas para dólar, inflação, juros e crescimento da economia neste ano, citando elevação de prêmio de risco relacionado ao fiscal, depreciação cambial, alta das commodities e dados melhores do setor industrial.

Mauricio Une e Gabriel Santos, que assinam o relatório, veem agora o dólar a 5,15 reais ao fim deste ano (5,05 reais da projeção anterior) e em 5,05 reais no fechamento de 2022 (4,95 reais antes). Eles citaram que, apesar da valorização das matérias-primas, muitos exportadores têm mantido as receitas no exterior, enquanto investidores estrangeiros seguem afastados dos mercados domésticos.

Segundo Une e Santos, o episódio mais recente envolvendo governo e Petrobras --no qual o mercado viu interferência política na estatal-- deixou os estrangeiros se perguntando se a "longa lista de reformas estruturais pró-mercado ainda será aprovada em 2021-22".

Sobre inflação, o Rabobank elevou a projeção para o IPCA a 3,9%, ante 3,7%, mas deixou o número para 2022 em 3,5%. A inflação maior vem na esteira de preços mais altos das commodities em reais, que afetam custos da indústria. O IPCA vai bater um pico anual de 6,8% no segundo trimestre, de acordo com as estimativas do banco.

Com a inflação mais alta, o BC será levado a subir a Selic já no próximo mês. O Rabobank agora espera alta de 0,50 ponto percentual, contra cenário anterior de estabilidade. Ao fim do ano, o juro estará em 4,00%, frente à taxa de 3,50% projetada antes. O banco segue prevendo Selic de 5,50% em 2022.

Um dos motivos por trás da expectativa de juro mais alto, a atividade econômica deverá crescer mais que o esperado em 2021, a uma taxa de 3,2% (3,0% na previsão anterior).

Os economistas do Rabobank citam um "carry-over" (herança estatística ou carregamento) mais alto vindo do setor industrial, resultado de um número acima do esperado no IBC-Br do trimestre final de 2020.

Em 2022, a economia deverá avançar 2,2%, ante taxa de 2,5% esperada antes.

Itaú piora estimativas para fiscal e dólar com auxílio emergencial e ambiente externo cauteloso

SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco piorou estimativas para as contas públicas e a taxa de câmbio e antecipou para o fim deste ano a previsão de Selic antes esperada para o término de 2022, vendo agora aumento de juros de 0,50 ponto percentual já em março.

Em relatório nesta sexta-feira, o Itaú atribuiu a revisão no prognóstico para o déficit primário à aprovação da extensão do auxílio emergencial e à expectativa de que o impacto prático de medidas de contrapartidas seja sentido apenas a partir de 2023.

O banco espera agora déficit primário de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, ante 2,1% no cenário anterior.

"A extensão do auxílio emergencial prejudica a já frágil sustentabilidade fiscal brasileira, elevando o prêmio de risco local", disse a equipe de pesquisa econômica do Itaú, chefiada pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita.

Os economistas avaliaram ainda que o cenário global tem se mostrado "potencialmente mais desafiador", conforme os mercados se ajustam à perspectiva de recuperação cíclica forte e possibilidade de retirada antecipada de estímulos por parte do banco central norte-americano.

Nesse contexto de maior risco, o BC deverá elevar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 2,50%, ao término da reunião do Copom dos dias 16 e 17 de março --antes, o Itaú projetava acréscimo de 0,25 ponto percentual.

Esse ritmo deverá ser mantido nas reuniões seguintes. Dessa forma, o juro básico da economia fechará o ano em 5,00%, acima dos 3,50% esperados anteriormente. O Itaú manteve estimativa de que a Selic terminará 2022 em 5,00%. Ou seja, agora a instituição projeta estabilidade dos juros ao longo do ano que vem, contra expectativa anterior de aumento de 1,5 ponto percentual.

A estimativa para o dólar ao fim de 2021 também foi elevada --de 4,75 reais para 5,00 reais.

"A incerteza fiscal deve permanecer elevada e o cenário global pode se tornar desafiador adiante para ativos de risco, impedindo uma apreciação mais intensa da moeda, como projetávamos", disse o banco, avaliando, contudo, que os fundamentos ainda são de apreciação do real frente ao patamar atual.

O dólar subia 1%, a 5,6660 reais, nesta sexta-feira.

"O aumento da taxa básica de juros e os preços de commodities mais altos, que tendem a se refletir em fluxos comerciais favoráveis, abrem espaço para uma volta do fluxo de dólares para o país."

O Itaú calcula que o PIB brasileiro crescerá 4,0% neste ano, após queda estimada de 4,1% em 2020. A inflação medida pelo IPCA deverá ficar em 3,8% neste ano, um pouco acima do centro da meta (​3,75%).

AgResource eleva projeção para safra de soja do Brasil, mas mantém cautela

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil deve alcançar 129,98 milhões de toneladas na safra 2020/21, estimou a consultoria AgResource nesta sexta-feira, um avanço ante os 128 milhões projetados anteriormente, mas ainda com uma visão mais cautelosa devido aos efeitos da chuva na colheita.

A perspectiva para área plantada no maior produtor e exportador global da oleaginosa foi mantida em 38,4 milhões de hectares.

Houve recuperação em parte da produtividade da cultura, apesar de persistirem alguns problemas na colheita, como excesso de chuva em Mato Grosso, disse a consultoria.

Mesmo com o avanço na projeção de safra, a AgResource (antiga ARC Mercosul) foi a única consultoria que viu a produção em recorde, porém abaixo de 130 milhões de toneladas, dentre 13 analistas ouvidos pela Reuters em pesquisa publicada nesta semana.

"As produtividades seguraram bem uma safra recorde, mas longe dos 135 milhões de toneladas que o mercado está falando", disse à Reuters o analista de mercado da AgResource Tarso Veloso.

Ele disse que a consultoria fez uma varredura por mais de 1,5 milhão de hectares de Mato Grosso e poucos produtores estão confiantes de que virá uma "mega safra", bem acima do ano passado. Em sua previsão, o avanço ante 2019/20 na produção nacional é de 4,15%.

"Em Sorriso (MT) temos produtor com descontos de 30% na entrega por conta de soja ardida (muita chuva na colheita) e nem todos possuem armazém para secagem. Então essas perdas vão aparecer ao longo do tempo, nos próximos meses, e a safra não vai continuar subindo", explicou.

Indústria acelera venda de fertilizantes no Brasil antes de possível queda de preços (análise da Reuters)

SÃO PAULO (Reuters) - Com preços internacionais nas máximas de pelo menos seis anos, a indústria de fertilizantes acelerou as vendas do insumo no Brasil, um dos principais consumidores, antes que as sazonalidades do mercado eventualmente levem às cotações a arrefecer, em meados de maio, avaliaram integrantes do setor.

O diretor da mesa de fertilizantes para a América do Sul da StoneX, Marcelo Mello, disse que os valores da matéria-prima já estavam em patamares elevados em dezembro, mas entre o início de janeiro e fevereiro os preços da ureia acumularam alta em torno de 35% no Brasil, para 380 dólares por tonelada.

Os fosfatados (MAP) subiram 30% na variação mensal, para 580 dólares por tonelada, enquanto o cloreto de potássio (KCl) avançou 8%, para 270 dólares por tonelada, de acordo com o especialista.

Uma combinação entre o aquecimento na demanda dos principais países consumidores, como Brasil e Estados Unidos, restrições na oferta global e uma relação de troca favorável aos agricultores --em meio a altos patamares de preço das commodities-- deu suporte para que as cotações dos fertilizantes encontrassem um ambiente positivo desde 2020.

Somente em janeiro, os fabricantes de adubos comercializaram o recorde de 40% do volume esperado para o ano e a expectativa é que a demanda brasileira também registre recorde para 2021, em torno de 40 milhões de toneladas, estimou um executivo da Mosaic Fertilizantes na última semana.

Uma fonte do setor disse na condição de anonimato que, com o apoio do câmbio e dos preços das commodities, mais de 50% dos adubos com entrega para 2021 já foram negociados e acredita que este cenário só traz vantagens.

"Hedge para o produtor e visibilidade logística para a indústria. Tudo certo. Antecipa as entregas e evita caos logísticos no pré-plantio", afirmou o interlocutor.

Uma outra fonte próxima à indústria afirmou à Reuters que os fabricantes dos insumos estão em uma "corrida" por vendas, na tentativa de maximizar as receitas enquanto o dólar encontra-se em patamar elevado.

"Existe uma expectativa de que a economia global pode melhorar à medida que avançam as campanhas de vacinação contra a Covid-19 pelo mundo, baixando os ânimos do mercado e com espaço para possível recuo do dólar", afirmou a fonte também na condição de anonimato.

Ao mesmo tempo, produtores estão com fortes vendas de grãos antecipadas da próxima safra, após comercializarem a maior parte da colheita atual de soja em áreas como o Mato Grosso, que tradicionalmente registra negócios mais acelerados.

Para o consumidor, o diretor da StoneX avaliou que não há muita diferença em fazer as compras de fertilizantes com o dólar alto ou baixo, desde que haja hedge envolvido na negociação ou o mesmo câmbio esteja sendo usado na outra ponta da operação. Assim, receita e custos estariam equivalentes.

Sobre a hipótese de uma "corrida" por vendas entre os fabricantes, Mello afirmou que a "a indústria está apenas fazendo o papel dela", diante de um cenário favorável no mercado.

Ele ainda disse que nesta época do ano, inverno do Hemisfério Norte, a China praticamente sai do fornecimento global. A maior parte da energia é direcionada para aquecimento e outras áreas da indústria, em detrimento do setor de fertilizantes.

No entanto, com a sazonalidade industrial da China, a oferta de matéria-prima tende a se recuperar e há um movimento de queda previsto para os preços.

"No caso da ureia dá para colocar a mão no fogo que, no mais tardar entre maio e junho, os preços irão derreter caindo pelo menos 100 dólares por tonelada. Já no fosfatados (MAP) é mais complicado cravar a intensidade da queda. Que a tendência será de queda também a partir de maio-junho, não tenho dúvida", estimou.

Quanto à hipótese de quebra nos contratos já fechados, caso o recuo nas cotações dos fertilizantes se confirme, as fontes disseram que trata-se de uma possibilidade muito remota.

"Estamos longe disso... E produtores em Mato Grosso são cada vez mais profissionais", citou uma das fonte.

No Ceará, Bolsonaro diz que população não consegue mais ficar em casa

Poder360

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 6ª feira (26.fev.2021) que a população brasileira não “consegue mais ficar dentro de casa” durante a pandemia de covid-19. A declaração foi feita em cerimônia para retomada de obras paradas em Tianguá (CE).

“O povo quer trabalhar. Esses que fecham tudo e destroem empregos estão na contramão daquilo que o seu povo quer”, disse o presidente ao criticar governadores que adotam medidas de restrição para conter o alastramento da pandemia.

O presidente Jair Bolsonaro participou de evento em Tianguá (CE) ao lado de ministros e congressistas; na foto, presidente posa com crianças

Nesta semana, chefes dos Executivos locais anunciaram decretos para restringir a circulação de pessoas. O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu pelo lockdown das 20h até as 5h a partir da próxima 2ª feira (1º.mar). Carlos Moisés (PSL-SC) anunciou decreto que suspende o funcionamento de serviços não essenciais das 23h desta 6ª feira (26.fev) até as 6h de 2ª feira (1º.mar). Salvador e a região metropolitana da capital baiana também entrarão em lockdown no mesmo período de SC.

Bolsonaro chegou no fim da manhã desta 6ª ao Ceará. Assinou ordens de serviço de travessias e de um viaduto em Tianguá, cidade localizada na região noroeste do Estado.

À tarde, segue para Fortaleza, onde deve visitar a duplicação da BR-222. O ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) o acompanha.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), disse que não iria aos eventos “diante da real possibilidade de muitas aglomerações”. Declarou na 5ª feira (25.fev) que tem “todo respeito” ao presidente, mas que não pode “compactuar” com o que considera “um grave equívoco”.

“Não me critique. Vá para o meio do povo, mesmo depois das eleições, porque durante as eleições é muito fácil. Quero ver é depois”, disse, em referência indireta ao governador petista.

Nesse evento, o 1º do dia, antes de subir ao palco, o presidente cumprimentou e fez fotos com os apoiadores, que se aglomeravam. Bolsonaro não usava máscara. Assista (34min40s):

Um dia antes, em sua live semanal, o chefe do Executivo afirmou ter lido que o uso das máscaras, recomendadas pelas autoridades de saúde para reduzir a exposição a partículas que propagam o vírus, poderia causar “irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, diminuição da percepção de felicidade, recusa a ir para escola ou creche, desânimo, vertigem e fadiga” em crianças.

Bolsonaro atribui a descoberta do que chamou de “efeitos colaterais das máscaras” a uma universidade alemã cujo nome não foi revelado.

 “Não vou entrar em detalhes, porque tudo deságua de crítica em cima de mim. Tenho minha opinião sobre máscara, cada um tenha a sua, mas a gente aguarda um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes”, declarou.

Participaram da cerimônia os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Gilson Machado (Turismo), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral).

Fonte: Reuters/Poder360

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