Soja tem tempestade perfeita, preços acima de US$ 14/bu, "é o cavalinho passando encilhado de novo!"
Ibovespa acelera alta com recuperação de Petrobras e BB; Eletrobras salta após notícia sobre privatização
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa retomou o fôlego e renovou máxima do dia nesta terça-feira, apoiado principalmente na recuperação das ações da Petrobras, enquanto Eletrobras despontava entre os destaques de alta em meio a expectativas atreladas à sua privatização.
Às 15:27, o Ibovespa subia 2,05 %, a 114.977,14 pontos. Na máxima, chegou a 115.016,93 pontos. O volume financeiro somava 30,9 bilhões de reais.
Petrobras PN e Petrobras ON saltavam 9,6% e 7,3%, respectivamente, após a estatal perder 74 bilhões de reais em valor de mercado na véspera, quando as ações despencaram por temores sobre ingerência do governo na empresa.
Investidores estão na expectativa de desfecho da reunião do conselho de administração da Petrobras, que deve avaliar a indicação pelo presidente Jair Bolsonaro do general Joaquim Silva e Luna para comandar a petrolífera.
A CVM abriu dois processos contra a Petrobras na esteira do imbróglio causado pelo anúncio de troca no comando. A Justiça Federal de Minas Gerais pediu explicações de Bolsonaro e da companhia no prazo de 72 horas.
Eletrobras ON avançava 8,8% e Eletrobras PNB subia 8,65%, tendo ganhado tração após a Reuters noticiar que o governo trabalha para publicar nesta terça-feira MP associada aos planos de privatização da elétrica.
A MP, que deve permitir que o BNDES inicie estudos sobre a desestatização da companhia, deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial da União, segundo fontes com conhecimento do assunto.
Banco do Brasil ON valorizava-se 7,4%, também reagindo após fechar na segunda-feira com o pior desempenho em um dia desde abril do ano passado, refletindo as preocupações com a interferência do governo em estatais.
Entre os bancos, Itaú Unibanco PN subia 5,7% e Bradesco PN avançava 5,1%.
Lojas Americanas PN perdia 4,7%, destaque de baixa, um dia após saltar quase 20%, na esteira do anúncio de que a varejista e a sua controlada B2W estão avaliando uma combinação de suas operações. B2W ON recuava 2,7%.
Mais cedo, o Ibovespa desacelerou os ganhos seguindo a abertura negativa em Wall Street, onde o S&P 500, porém, reduziu as perdas para 0,5%, beneficiando também a melhora nas negociações na bolsa paulista.
Lira diz que reação do mercado sobre Petrobras é "bolha histérica" e precisa ser sanada
BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), avaliou nesta terça-feira que reações do mercado à troca de comando da Petrobras refletem especulação e uma "bolha histérica" e não levam em conta esforço do Parlamento para melhoria do ambiente.
Para o deputado, a aprovação de projeto da "importância" do que trata da autonomia do BC "não pode perder para uma especulação, quando todos os fundos de investimento de bancos sérios no exterior estão recomendando, não, mandando seus clientes comprarem ação da Petrobras".
"Isso está claro que é uma bolha histérica, que precisa ser sanada", acrescentou, em live promovida pelo jornal Valor Econômico.
Lira considerou a troca de comando na empresa um assunto passado. Acrescentou, ainda, nunca ter ouvido nas rodas de conversa em Brasília qualquer comentário sobre ingerência ou controle de preços.
Para ele, o que ocorreu foi uma "troca normal de um auxiliar", e não interessa a forma como ela foi conduzida, porque essa é uma atribuição do presidente da República.
IMPEACHMENT
Questionado sobre os mais de 60 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro que aguardam análise do presidente da Câmara desde a gestão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), Lira afirmou que ainda não teve a chance de analisá-los, acrescentando que essa não é sua prioridade.
"Preciso ser franco, não vejo clima", disse o deputado, acrescentando que seria uma "medida extrema", que resulta em "ruptura política".
BB anuncia R$ 16 bi para pré-custeio 2021/22 e quer crescer carteira agro em 10%
SÃO PAULO (Reuters) - O Banco do Brasil, maior financiador do agronegócio brasileiro, aumentará os recursos do pré-custeio na safra 2021/22 para um recorde de 16 bilhões de reais e projeta elevar sua carteira para o setor em cerca de 10%, para 210 bilhões de reais.
"Somos grandes nesse negócio e queremos crescer ainda mais", disse o presidente do Banco do Brasil, André Brandão, em apresentação no YouTube.
Segundo ele, o BB está comprometido em crescer em "níveis substanciais" sua participação no setor, com a carteira passando de 191 bilhões para montante próximo de 210 bilhões de reais.
No ano passado, o BB anunciou 15 bilhões de reais para o pré-custeio da safra 2020/21.
Os recursos do pré-custeio, que permitem um melhor planejamento da safra, travando custos antecipadamente em condições geralmente mais favoráveis, serão liberados para produtores de soja, milho, algodão, arroz, cana e café.
A taxa para produtores médios é de 5% ao ano, enquanto grandes terão juros de 6% ao ano.
Brandão disse ainda que banco está implementando medidas de simplificação, como o fim da tarifa de análise de crédito para todas as renovações de operações.
Além disso, ele disse que o BB deve elevar financiamentos para melhorar a conectividade no campo, liberando recursos específicos para este investimento.
Outro front que vem sendo atendido é o estímulo à geração solar de energia, com uma parceria com empresa especializada em placas fotovoltaicas.
"Essa agenda é muito especial", disse, citando ainda que o banco está empenhado em ajudar na recuperação de pastagens e em programas que incentivem a agricultura sustentável.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que participou do anúncio online, destacou que o pré-custeio é importante para dar ao produtor previsibilidade, já que permite a compra de insumos antecipadamente.
Ela disse ainda que, "se Deus quiser teremos um Plano Safra este ano melhor que o do ano passado", e ressaltou que tem tido a colaboração do Ministério da Economia e do Tesouro para elevar a subvenção ao seguro rural.
Na safra anterior, o governo brasileiro anunciou um recorde de 236,3 bilhões de reais em recursos para financiamentos pelo Plano Safra 2020/21, alta de 6,1% em relação ao montante da temporada passada.
Brasil pode ter recorde na safra de milho apesar de atraso no plantio
SÃO PAULO (Reuters) - Apesar dos riscos associados ao atraso na colheita da soja, a produção total de milho 2020/21 no Brasil pode atingir um recorde de 108,2 milhões de toneladas amparado pelas intenções de plantio na segunda safra impulsionado pela boa remuneração do cereal, indica pesquisa realizada pela Reuters.
De acordo com avaliações de 11 analistas, a projeção para a colheita representa um avanço de 5,54% em relação às 102,5 milhões de toneladas registradas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a temporada anterior.
A área plantada no país deve chegar a 19,44 milhões de hectares, conforme sondagem da Reuters, com avanço de cerca de 1 milhão de hectares, considerando números oficiais para a safra anterior.
"Estimamos que haverá um aumento significativo na área plantada, com potencial para mitigar os (eventuais) efeitos de quebras de produtividades sobre a produção de milho inverno em 20/21", disse a analista de mercado da Céleres Daniely Santos, citando possíveis impactos do plantio de parte da segunda safra fora da janela climática ideal, devido ao atraso da soja.
Em uma projeção otimista, a IHS Markit vê a segunda safra do cereal em 85 milhões de toneladas, alta de 10,64%. A área é estimada em 15,5 milhões de hectares, avanço de 8,46% ante o ciclo anterior.
"O avanço de área nesta temporada é devido à remuneração muito atraente para o produtor fazer soja mais milho, mesmo que haja alguma quebra", afirmou o analista da consultoria AgRural Adriano Gomes.
Os preços internacionais do cereal bateram máximas desde julho de 2013 em Chicago recentemente, movidos por compras chinesas do grão dos EUA, e no mercado interno segue firme a demanda para a produção de ração animal, em meio a exportações elevadas de carnes.
ATRASO VS RISCOS
Gomes disse que, historicamente, cerca de um quarto da segunda safra de milho --responsável por quase 80% da produção total do Brasil-- é plantada no mês de março no centro-sul, mas nesta temporada o maior atraso pode afetar as lavouras.
"Este ano, a participação do plantio da safrinha em março será ainda maior, o quanto vai depender de como vai se comportar o clima para a colheita da soja... (mas) quanto mais o plantio avança em março, mais exposta (a riscos climáticos) fica a safra", afirmou.
Ele disse que em Mato Grosso, por exemplo, o período ideal para semeadura do cereal de segunda safra é dentro do mês de fevereiro, assim como no oeste do Paraná. No norte paranaense e sul do Mato Grosso do Sul, a janela termina na primeira quinzena de março.
Entretanto, uma seca no início da safra de soja e chuvas excessivas durante a colheita fizeram com que os trabalhos de retirada da oleaginosa do campo atingissem o maior atraso dos últimos dez anos, de acordo com a AgRural.
Assim, o plantio do milho safrinha atingiu 24% da área prevista para o centro-sul até quinta-feira (18), ante 51% no mesmo período do ano passado.
"O produtor vai entrar com plantio mesmo depois do final da janela... Vai ter que chover de abril a maio em todo o centro-sul do Brasil e torcer para não ter uma geada em junho", afirmou Gomes.
O analista de mercado da IHS Markit Vitor Belasco considera ainda que a semeadura do cereal pode se estender até abril, o que jogaria a colheita para até a primeira semana de setembro e "entrando naquela zona de perigo para as condições climáticas que começam na segunda quinzena de agosto", disse, sobre o risco de frio excessivo.
Colheita de soja no Paraná vai a 8% da área; plantio de milho safrinha atinge 11%
SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja 2020/21 no Paraná atingiu 8% da área plantada, avanço de 5 pontos percentuais em relação à semana anterior, informou o Departamento de Economia Rural (Deral) nesta terça-feira, ainda apontando para um atraso em relação a anos anteriores.
Em igual período da safra 2019/20, os trabalhos alcançavam 22% da área estimada. Nas últimas cinco temporadas, o resultado mais próximo do atual para esta época do ano foi visto em 2017/18, quando 9% das áreas haviam sido colhidas.
O Estado, segundo maior produtor da oleaginosa no Brasil --atrás somente de Mato Grosso--, foi afetado na safra atual pelo atraso no plantio, em função de uma seca e pelo excesso de chuvas em janeiro, o que retardou a colheita da soja.
O órgão ligado ao governo paranaense apontou ainda que 80% das lavouras de soja do Estado possuem condição boa, ante 76% na semana anterior, enquanto 3% figuram em situação ruim, versus 5% há uma semana.
Em relação ao milho, a colheita da primeira safra 2020/21 no Paraná atingiu 34% da área projetada, ante 21% na semana passada e 23% em igual período da temporada anterior, disse o Deral.
Já o plantio da segunda safra do cereal avançou 3 pontos percentuais na comparação semanal, alcançando 11% da área prevista. No mesmo momento de 2019/20, a semeadura atingia 32%.
O atraso verificado no ciclo da soja repercute no avanço da "safrinha" do milho, que é semeada logo após a colheita da oleaginosa. O Deral publicará novas estimativas para a safra 2020/21 do Estado na próxima quinta-feira.
Atualmente, conforme relatório divulgado no final de janeiro, o Deral projeta a produção de soja em 20,39 milhões de toneladas. Para o milho, a safra de verão é vista em 3,36 milhões de toneladas, enquanto a "safrinha" foi estimada em 13,58 milhões de toneladas.
Agroconsult eleva previsão de safra de soja do Brasil para 134 mi t
SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de soja em 2020/21 deverá atingir 134 milhões de toneladas, estimou nesta terça-feira a Agroconsult, elevando sua projeção em 1,6 milhão de toneladas ante previsão anterior, após revisões positivas na produtividade esperada no Mato Grosso.
Segundo a consultoria, o principal Estado produtor de soja do Brasil já foi visitado pelos técnicos na expedição Rally da Safra, organizada pela Agroconsult.
"No médio-norte e no oeste (de Mato Grosso), as variedades tardias mantiveram bom potencial, compensando um pouco as perdas da soja precoce", disse em nota o coordenador da expedição, André Debastiani.
Além de Mato Grosso, projeções positivas para o Rio Grande do Sul, que ainda será visitado pelos técnicos, contribuíram para a elevação da expectativa de produção nacional.
"As lavouras (gaúchas) se desenvolvem bem desde o fim do ano passado, após a regularização do clima, recuperando-se da seca nas fases iniciais do plantio", afirmou.
Diante desse cenário, a estimativa de produtividade no Estado subiu para 55 sacas por hectare --na safra passada, marcada por uma seca severa, foram colhidas apenas 36,2 sacas por hectare.
A área plantada no país é estimada em 38,4 milhões de hectares, mesmo número divulgado na largada da expedição Rally da Safra.
Em relação aos números divulgados antes da largada do rally, houve apenas uma revisão negativa: a produtividade média esperada nas lavouras do Piauí caiu para 54,5 sacas por hectare, prejudicada por um período de estiagem em janeiro.
Debastiani disse que o principal problema agora é a lentidão da colheita no Centro-Oeste, pois chove praticamente todo dia desde o início do ano, em especial no Mato Grosso.
"É importante notar que não há gargalo operacional: o que limita a colheita é mesmo o clima. Se as condições climáticas não melhorarem, pode haver mais perdas de qualidade nas lavouras que estão ficando prontas, mas que não estão sendo colhidas na velocidade adequada", afirmou Debastiani, notando que o cenário piora ainda mais o calendário para a segunda safra.