O que é mais importante: a prisão arbitrária do STF?, a inflação?, a alta do diesel? Ou a safra? Vc decide...

Publicado em 18/02/2021 16:12
Edição desta quinta-feira, 18/fevereiro/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Chuvas limitam avanço da colheita de soja do Brasil, diz Datagro

SÃO PAULO (Reuters) - A colheita brasileira de soja na temporada 2020/21 havia atingido 9,1% até a última sexta-feira, com atraso ante a média histórica após problemas no plantio e também avançando mais lentamente devido a chuvas, apontou nesta quinta-feira a consultoria Datagro.

De uma semana para a outra, houve um aumento de 4,7 pontos percentuais, enquanto na média dos últimos cinco anos o avanço normal nesse período seria de 6,6 pontos.

A colheita segue muito abaixo dos 21,4% de igual período de 2020, e dos 19,7% da média dos últimos cinco anos.

"Além do já esperado atraso por conta do plantio mais lento na temporada, as chuvas vêm acontecendo de forma regular em praticamente toda a área produtora, mantendo os trabalhos limitados às poucas janelas de melhora do clima", disse o coordenador de Grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior, em nota.

Com pouca soja em estoques, o mercado observa atentamente o desenvolvimento da colheita para que exportações projetadas possam ser viabilizadas em fevereiro.

Apesar de alguns problemas localizados, as condições gerais da safra estão satisfatórias em grande parte das regiões produtoras e "o país caminha para a colheita de outra safra cheia e, muito provavelmente, recorde".

As regiões que chegaram a observar um pouco de estiagem, como no noroeste de Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Piauí, voltaram a observar precipitações, com normalização das condições, disse a Datagro.

A previsão para esta nova semana segue predominantemente chuvosa para a região central e do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), o que favorece as lavouras tardias, mas pode trazer problemas para a colheita.

Já o clima ao sul do Brasil, incluindo áreas de São Paulo e sul do Mato Grosso do Sul, deve ficar mais seco nos próximos dias, permitindo que a colheita avance normalmente, notou a consultoria.

Áreas ao norte do país deverão receber volumes importantes de chuvas nos próximos dias, acima da média histórica em algumas regiões, segundo dados Refinitiv, o que pode trazer alguns transtornos para a colheita. 

MILHO

No milho de verão, a colheita avançou um pouco melhor e ainda se encontra em ritmo superior ao normal, puxada basicamente pelo avanço nos Estados do Sul.

Na média da região Centro-Sul, a colheita atingiu 20,6%, ante 14,6% na semana passada, pouco acima dos 17,8% no mesmo período da temporada anterior e dos 15,5% da média dos últimos cinco anos.

A safra teve perdas significativas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina pela falta de chuvas entre setembro e novembro.

O plantio do milho da safra de inverno na região centro-sul do Brasil está bastante lento, refletindo atrasos da soja.

Segundo levantamento da Datagro, apenas 11,8% da área nacional havia sido semeada até 12 de fevereiro, contra 3,6% da semana anterior.

O fluxo está bem atrás dos 31,7% de 2020 e dos 30,3% da média dos últimos cinco anos.

"Mesmo com uma janela de plantio mais apertada, ainda é possível esperar uma safra expressiva, caso o clima permita primeiro a semeadura, e depois garanta umidade até março/abril", afirmou França Junior.

Tendência na Câmara é de manter prisão de deputado Daniel Silveira, dizem fontes; Bolsonaro foi avisado

BRASÍLIA (Reuters) - A tendência do plenário da Câmara é manter a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), decretada na terça-feira pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e confirmada na quarta pelo plenário da corte, disseram à Reuters duas fontes que acompanham o assunto.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), levou essa mesma avaliação ao presidente Jair Bolsonaro em uma reunião na manhã desta quarta, de acordo com uma das fontes. Lira chegou antes das 8h da manhã no Palácio da Alvorada e ficou pouco menos de uma hora com o presidente e seu filho Flávio, senador pelo Rio de Janeiro (Republicanos).

Na conversa, Lira informou a Bolsonaro --de quem Daniel Silveira é um dos maiores defensores-- de que não há apoio para derrubar a prisão decretada pelo STF. A decisão será tomada por maioria absoluta, ou seja, ao menos 257 dos 513 votos em plenário.

A avaliação feita pelo grupo de Lira, segundo a fonte, é que o deputado preso não é visto como um dos pares dentro da Câmara, o que é corroborado por outro parlamentar que acompanha de perto a situação. A análise dos líderes é que não há votos e Silveira não tem a simpatia de seus pares.

"A postura dele (Daniel Silveira) não agrada à maioria dos parlamentares", disse a fonte.

Preso e denunciado pela PGR por crimes de incitação a violência e a animosidade entre os poderes e grave ameaça. Mesmo com a decisão unânime do STF e a denúncia, de acordo com a Constituição a prisão de deputados --que só pode ser feita em flagrante-- precisa ser analisada pelo plenário da Câmara.

A situação de Silveira piorou após o plenário do Supremo ter confirmado na quarta por unanimidade a ordem do ministro Alexandre de Moraes de deter o parlamentar. No mesmo dia, Silveira foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sob a acusação de coação no curso do processo e ter incitado animosidade entre o Supremo e as Forças Armadas.

A postura unida do STF e da PGR mostrou aos parlamentares que alguns limites foram ultrapassados e uma reversão da prisão de Silveira não seria bem vista na corte.

Mais cedo, quando ainda estava com Bolsonaro, Lira escreveu em sua conta no Twitter: "As instituições são permanentes. As instituições ficarão. Nesse sentido, não haverá nunca crise entre as instituições, sobretudo quando há exata compreensão de que elas são maiores do que qualquer indivíduo."

Na quarta, depois de uma longa reunião de líderes, a Mesa da Câmara fez uma representação contra Silveira no Conselho de Ética da Casa. Uma outra reunião foi marcada para a tarde desta quinta, mas os parlamentares devem esperar a audiência de custódia de Silveira, marcada para 14h, para decidir sobre a votação em plenário.

Silveira, que foi eleito deputado federal como bolsonarista convicto, é um dos mais radicais defensores do governo e não é a primeira vez que fez acusações ou atos violentos.

Desde sua prisão, Bolsonaro tem mantido silêncio e não defendeu o aliado em público.

O vereador Carlos Bolsonaro publicou em suas redes sociais que estava "com o estômago embrulhado", mas não relacionou diretamente o caso. Já o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que votará pela liberdade de Silveira "em nome das garantias da imunidade parlamentar" e "liberdade de expressão".

Há um receio ainda de que o assunto Daniel Silveira contamine a agenda de votações da Câmara no momento em que o governo quer avançar sua pauta de reformas e discute a recriação do auxílio emergencial, que terá de ser aprovado pelos deputados. Esse foi um dos recados que Lira levou a Bolsonaro.

O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, procurou Lira com essa preocupação. Nesta quinta, ele almoça com Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para tratar da agenda econômica do governo e do auxílio emergencial, que tem sido a principal cobrança dos parlamentares.

Após prisão de deputado aliado, Bolsonaro pede que continue “tudo em paz”

Mantém silêncio sobre a prisão; Não menciona reunião com Lira

Bolsonaro diz que pediu a Deus para que tudo continue "em paz"

O presidente da República, Jair Bolsonaro, conversou com apoiadores na saída da Alvorada na manhã desta 5ª feira (18.fev.2021) depois de se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Sem mencionar a reunião ou a prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), Bolsonaro disse que pediu a Deus para que tudo continue “em paz”.

“Tudo em paz aí pessoal? Pedi a Deus que continue”, disse o presidente da República em conversa rápida  com apoiadores. Na ocasião, disse que estava com pressa e tirou poucas fotos com os bolsonaristas.

Apoiador de Bolsonaro, Daniel Silveira está preso desde a última 3ª feira (16.fev.2021) por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A prisão, que já foi referendada, por unanimidade, pelo plenário  da Corte, ocorreu depois que o deputado fez, em vídeo divulgado na internet, ofensas e ameaças aos ministros do Supremo.

Desde a prisão de Silveira, Bolsonaro manteve o silêncio e foi aconselhado a não tomar nenhum dos lados sobre a questão. O temor do governo federal é de uma instauração de crise entre os poderes e que o posicionamento, seja a favor de um ou outro, possa ser visto como uma interferência na decisão que cabe ao STF e à Câmara.

A prisão do congressista ocorre no momento em que o presidente precisa ter clima para votar suas pautas prioritárias. Mais cedo, Arthur Lira sinalizou que não deve contrariar o STF no caso da prisão de Daniel Silveira.

PEC Emergencial será pauta na próxima semana, diz presidente do Senado

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou nesta quinta-feira que a chamada PEC Emergencial será pautada no plenário da Casa na próxima semana e que o parecer da proposta deve ser divulgado até a segunda-feira.

Pacheco esteve reunido nesta quinta com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para discutir o auxílio emergencial e contrapartidas para o programa assistencial.

"Ficou ajustado hoje, na reunião de líderes do Senado, que dentre muitos projetos que nós vamos pautar na semana que vem, será pautada a PEC Emergencial", disse o presidente do Senado em pronunciamento após conversa com Guedes e Lira.

"O parecer (da PEC) será apresentado pelo senador Marcio Bittar (MDB-AC) de hoje até segunda-feira e essa aprovação pelo Senado Federal permitirá, através de uma cláusula de orçamento de guerra, uma cláusula de calamidade, que se possa ter a brecha necessária para implantar o auxílio emergencial no Brasil", explicou Pacheco.

O presidente afirmou que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que traz gatilhos para o teto de gastos, irá permitir a implementação do auxílio emergencial, mas não implica em uma condição.

"O objetivo da reunião foi novamente nós tratarmos a respeito do encaminhamento do auxílio emergencial no Brasil e da contrapartida que estamos buscando fazer --não como condição para a implantação do auxílio emergencial--, mas como uma sinalização positiva de que o Senado e a Câmara têm responsabilidade fiscal", garantiu.

LATERAIS

Em meio ao suspense que tomou conta da Câmara nesta semana, após a prisão de um de seus integrantes --o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) por atacar ministros do Supremo Tribunal Federal--, Lira afirmou que a democracia é "forjada em firmeza de posição de instituições". Para ele, a reunião desta quinta configura uma demonstração que a Casa irá "enfrentar os problemas", e que eles "se acomodam gradativamente com o tempo".

Lira garantiu que as pautas tidas como prioritárias continuarão "firmes" e "sem obstáculos".

"Essa reunião de hoje é simbólica, ela demonstra todo o caráter de prioridades das duas Casas, junto com o ministro da Secretaria de Governo, com o ministro Paulo Guedes, a presidente da Comissão de Orçamento do Congresso Nacional, para que nós continuemos a tratar dos assuntos que são importantes para o Brasil", disse o presidente da Câmara, citando PECs, o auxílio emergencial e vacinas como temas essenciais.

"Todos os outros assuntos, eles são laterais", acrescentou o deputado.

Petrobras elevará em 15% preço do diesel na refinaria; gasolina subirá 10%

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras elevará em cerca de 15% o preço médio do diesel nas refinarias e em mais de 10% o da gasolina, a partir de sexta-feira, informou a petroleira nesta quinta-feira, diante de um avanço do valor do petróleo no mercado externo e de fatores como o câmbio.

Com o movimento, o diesel --combustível mais consumido do país-- terá um aumento nas refinarias de em média 0,34 real por litro, para 2,58 reais por litro.

Embora o repasse não seja automático e dependa de outros fatores, como impostos, o reajuste que agradou o mercado tem o potencial de aumentar a tensão entre os caminhoneiros, que ameaçaram com uma greve no início do mês.

As ações preferenciais da Petrobras subiram para uma máxima de quase 31 reais logo após o anúncio. Por volta das 12:20, operavam perto de uma estabilidade, às 29,58 reais, enquanto o Ibovespa caía 0,58%.

Já a gasolina terá elevação de cerca de 0,23 real por litro, para 2,48 reais.

Foi o segundo reajuste anunciado para ambos os combustíveis em fevereiro e depois da petroleira estatal ter sofrido com temores do mercado sobre possíveis interferências políticas na sua prática de preços.

Em comunicado nesta quinta-feira, a Petrobras reiterou que sua política de preços segue a paridade de importação, sendo influenciada pela variação do preço do petróleo e do câmbio, dentre outras questões.

Além disso, a empresa ressaltou que "o alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras".

O preço do petróleo Brent, referência internacional, subiu cerca de 15% no acumulado de fevereiro.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de biocombustíveis.

DE VOLTA À PARIDADE?

O chefe da área de óleo e gás da consultoria INTL FCStone, Thadeu Silva, afirmou à Reuters que o movimento da Petrobras levou os preços de volta à paridade de importação, após vários meses em que a petroleira estaria praticando valores abaixo do mercado externo, de acordo com seus cálculos.

"Foi um reajuste bem alto... para ver como estava defasada a conta de paridade para trazer o produto (do exterior). É um movimento necessário por conta da alta do preço do petróleo e da desvalorização do câmbio", disse Silva.

"A gente começava a ter risco de falar em desabastecimento de produto a partir de março, porque nenhum agente privado estava trazendo nada... agora abre de novo a paridade para importação, os agentes privados talvez voltem a se movimentar para trazer produto, ou mesmo a própria Petrobras pode trazer produto sem tomar prejuízo."

Entretanto, mesmo após o anúncio dos reajustes, a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) afirmou que, nos seus cálculos, ainda haverá uma defasagem dos preços da Petrobras, de 0,08 real por litro na gasolina e 0,13 real por litro no diesel.

Os importadores vêm apontando dificuldades de realizar compras externas devido aos preços da petroleira estatal, dona de quase 100% da capacidade de refino do Brasil.

O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, disse que ainda não obteve resposta de ofício encaminhado em 8 de janeiro à reguladora do setor de petróleo ANP, com cópia para o órgão antitruste Cade, questionando as práticas de preços da Petrobras.

PREÇOS NOS POSTOS

As críticas dos importadores ocorrem enquanto o governo de Jair Bolsonaro sofre pressão dos caminhoneiros, pelos altos preços do diesel.

No último levantamento da ANP, a cotação média do diesel nas bombas atingiu 3,811 reais por litro na semana passada, alta de 1,3% em relação à semana anterior, o que marcou o terceiro aumento consecutivo.

O presidente da República cobrou publicamente, no início do mês, explicações da Petrobras e de ministérios sobre a formação de preços no Brasil.

Após uma reunião, o governo se comprometeu a buscar uma forma de reduzir a exposição do mercado brasileiro à volatilidade das cotações internacionais, mas ao mesmo tempo sem impor medidas que possam abalar a independência e o balanço financeiro da Petrobras.

Na sexta-feira, Bolsonaro encaminhou ao Congresso um projeto de lei que propõe alterar a cobrança do ICMS sobre combustíveis, com o objetivo de estabelecer uma alíquota de imposto uniforme e específica, reduzindo a volatilidade e aumentando a previsibilidade.

XP passa a ver inflação este ano acima do centro da meta

SÃO PAULO (Reuters) - A XP elevou sua projeção para a inflação este ano diante da depreciação do real e do aumento dos preços das commodities, passando a ver a alta do IPCA acima do centro da meta oficial.

De acordo com relatório, a XP agora calcula a alta do IPCA em 3,9% em 2021, de 3,5% antes, acima do centro da meta do governo de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Segundo a XP, o ajuste se deve principalmente a uma revisão nas projeções para os grupos alimentação no domicílio (de 3,6% para 5,0%), serviços (de 2,1% para 2,3%), semiduráveis (de 3,5% para 3,8%) e duráveis (de 3,7% para 4,0%).

"O arrefecimento (da inflação) que esperávamos para o início do ano foi revertido pela taxa de câmbio depreciada e pela alta adicional dos preços das commodities. Este choque soma-se às pressões em bens de consumo duráveis e semi-duráveis observadas desde o ano passado, resultado da alta dos custos de produção e do descompasso entre oferta e demanda no setor", explicou a XP.

O relatório destaca ainda que a indicação de que o auxílio emergencial será renovado suaviza a esperada desaceleração da demanda agregada no primeiro semestre, reduzindo também seu efeito desinflacionário.

A XP destacou que os indicadores de demanda mostram desaceleração desde o fim do ano passado e que o cenário não deve melhorar no início de 2021, ressaltando a queda na confiança do consumidor e do empresário e a interrupção no pagamento do auxílio emergencial, ainda que ele seja restabelecido.

Diante disso, a expectativa é de queda de 4,4% do Produto Interno Bruto em 2020, passando a uma recuperação de 3,4% em 2021 e de 2,0% em 2022.

Endividamento de famílias cresce em janeiro e chega a 66,5%

Proporção de inadimplentes é 24,8%; Dívida com cartão de crédito aumenta

 

O percentual de famílias endividadas no país chegou a 66,5% em janeiro de 2021, ficando acima das taxas de dezembro de 2020 (66,3%) e de janeiro daquele ano (65,3%). O dado é da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada nesta 5ª feira (18.fev.2021) pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Eis a íntegra (266KB).

O percentual de inadimplentes, ou seja, famílias com dívidas ou contas em atraso, caiu pelo 5º mês seguido e chegou a 24,8%, abaixo dos 25,2% registrados em dezembro. A proporção é a menor desde fevereiro de 2020, período anterior à pandemia. Em janeiro daquele ano, 23,8% das famílias estavam inadimplentes.

 

As famílias que não terão condições de pagar suas contas somaram 10,9% do total, abaixo dos 11,2% de dezembro e acima dos 9,6% de janeiro de 2020.

“Temíamos uma escalada do número de inadimplentes no país. O auxílio emergencial ajudou a evitar o pior cenário, e a economia soube se reinventar na medida do possível. Mas este ano vai ser chave para observarmos o comportamento do crédito e da inadimplência”, afirmou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em comunicado da entidade.

CARTÕES DE CRÉDITO

Segundo a CNC, o percentual de dívidas com cartão de crédito entre o total de endividados chegou à máxima histórica de 80,5% em janeiro, contada desde abril de 2016. Em dezembro de 2020 eram 79,4%.

Em 2020, o percentual médio de famílias endividadas no cartão foi de 78%. Outros principais motivos para as dívidas em janeiro deste ano foram: carnês (16,8%), financiamento de carro (9,9%) e crédito pessoal (8,4%).

O tempo médio com pagamento em atraso chegou a 63,3 dias e o tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 6,9 meses, disse a CNC.

“Com o fim do auxílio e o atraso no calendário de vacinação, as famílias de menor renda precisarão adotar maior rigor na organização do orçamento. Essa conjuntura faz o crédito ter papel ainda mais importante na recomposição da renda. É preciso seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos, mas também alongar os prazos de pagamento das dívidas para manter a inadimplência sob controle”, disse Izis Ferreira, economista responsável pela pesquisa.

A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor  é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. Os dados são coletados, em todas as capitais dos estados e no Distrito Federal, com aproximadamente 18 mil consumidores.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters/Poder

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