Bolsonaro dá uma "bicuda" no gen Mourão ao saber de conspirações. "Aqui quem manda sou eu!", diz JB

Publicado em 29/01/2021 15:39
"“O que nós menos precisamos é de palpiteiro no tocante a formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os 23 ministros eu que escolho e ponto final. Se alguém quiser escolher ministro, se candidate em 2022“, disse o presidente... (na Edição desta sexta-feira, 29/janeiro/21, com João Batista Olivi)
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Quem troca ministro é o presidente, diz Bolsonaro ao negar demissão de chanceler

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro negou nesta quinta-feira a intenção de demitir o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, conforme havia indicado na véspera o vice-presidente Hamilton Mourão e, em conversa com apoiadores, fez questão de falar que cabe a ele a troca dos seus ministros.

"O vice falou que eu estou para trocar o chefe do Itamaraty. Quero deixar bem claro uma coisa. Tenho 22  ministros efetivos e um que é interino. Aí que nós podemos ter um nome diferente ou efetivação do atual. Nada mais além disso", disse ele a apoiadores no Palácio da Alvorada.

Atualmente, o único ministro interino no primeiro escalão é Pedro Marques de Souza, na Secretaria-Geral da Presidência, que assumiu o cargo após a ida de Jorge Oliveira, um forte aliado do presidente, para a cadeira de ministro do Tribunal de Contas da União.

Ainda assim, tem ocorrido especulações de que ocorra uma reforma ministerial após a eleição para o comando das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado.

Na quarta-feira, Mourão foi nessa linha. "Acho que poderá ocorrer uma reorganização do governo para que seja acomodada a nova composição política que emergir desse processo. Talvez alguns ministros sejam trocados, entre eles, o próprio Ministério das Relações Exteriores", disse o vice em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Bolsonaro criticou o fato de que "toda semana" a mídia diz que haverá troca no primeiro escalão, considerando que isso tenta "sempre semear a discórdia no nosso governo". Ele aproveitou para cutucar Mourão, vice com quem vez por outra tem embates.

"Eu lamento que gente do próprio governo agora passe a dar palpites no tocante a troca de ministros. O governo vai indo bem apesar dos problemas que nós temos da pandemia que realmente deu uma atrapalhada em quase tudo", afirmou.

"O que nós menos precisamos é de palpiteiros do tocante a formação do meu ministério. E deixo bem claro: todos os meus 23 ministros eu que escolho e mais ninguém e ponto final. Se alguém quiser escolher, que se candidate em 2022 e boa sorte em 2023", emendou.

Em uma quase certa candidatura à reeleição, o presidente tem dado sinais de que deverá trocar Mourão como companheiro de chapa.

Relação Bolsonaro e Mourão vive clima de ‘conspiração", diz Andrea Sadi, na Globo/G1

Interlocutores avaliam que vice passou a externar irritação por não participar mais do governo, mas não patrocina ameaça de impeachment. Presidente tem sinalizado que não reeditará chapa de 2018 em 2022

A relação entre Jair Bolsonaro (sem partido) e o vice-presidente, Hamilton Mourão, vive a pior fase desde o começo da gestão do presidente da República. A avaliação é de assessores presidenciais ouvidos pelo blog, que enxergam um “clima de conspiração” no entorno do presidente e do vice, principalmente sobre a arquitetura de um eventual impeachment.

Esses interlocutores do governo avaliam ao blog que Bolsonaro vem aproveitando declarações públicas para sinalizar que, em 2022, terá outro candidato a vice-presidente e, por isso, acreditam que Mourão passou a externar a irritação por não participar mais do governo, mas sem patrocinar uma ameaça de impeachment.

Sem clima

Na avaliação de líderes partidários, hoje não existe clima político no Congresso para o impeachment. O tema ainda tem como principal patrocinador a oposição e, por isso, o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), rebate críticas de que não abriu um processo apesar dos vários pedidos que tem sob sua mesa. Na avaliação de Maia, mesmo se abrisse, sem apelo popular e maioria no Congresso, Bolsonaro correria o risco de se fortalecer após o processo, como aconteceu com Donald Trump nos Estados Unidos.

Um experiente presidente de partido do Centrão costuma repetir que “ninguém tira presidente com 30%, 40% de aprovação e sem gente na rua”. E que Bolsonaro, hoje, se rendeu ao sistema político exatamente para sobreviver politicamente, mesmo que isso signifique abandonar suas bandeiras de campanha, como faz ao firmar um casamento com o Centrão.

Bolsonaro lidera corrida para 2022; em 2º turno, empata com Moro e vence Lula

Poder360

Levantamento da empresa Paraná Pesquisas indica que o presidente Jair Bolsonaro lidera as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022. O chefe do Executivo está na frente em todos os cenários de 1º turno, com percentuais que variam de 30,5% a 33,7%.

A pesquisa (íntegra – 528 KB) foi divulgada nesta 6ª feira (29.jan.2021). Foi realizada de 22 a 26 de janeiro de 2021, por meio de ligações telefônicas. Foram entrevistados 2.002 eleitores em 204 municípios das 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%.

Os dados mostram ainda que, em eventual disputa no 2º turno, Bolsonaro derrotaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o apresentador Luciano Huck (sem partido). Bolsonaro empataria, considerando a margem de erro, com seu ex-ministro Sergio Moro (sem partido).

O desempenho de Bolsonaro oscilou negativamente, dentro da margem de erro, em relação ao estudo do Paraná Pesquisas publicado em dezembro do ano passado, quando variou nos cenários de 1º turno de 32,9% a 35,8%. Ele também teve menos intenções de voto em todos cenários de 2º turno. Contra Moro, a diferença que era de 10,2 pontos percentuais no mês passado, caiu para 1,5. Frente à Lula, a distância de 13,6 pontos é, agora, de 6,7.

No 1º cenário de 1º turno testado pelo Paraná Pesquisas na pesquisa divulgada nesta 6ª feira, Bolsonaro aparece 18,5 pontos percentuais à frente do 2º colocado, Sergio Moro. O presidente tem 30,5% e o ex-ministro da Justiça tem 12%. Em seguida aparecem Ciro (10,6%), Fernando Haddad (9,5%), Luciano Huck (8,1%), Guilherme Boulos, do Psol (3,5%), e João Amoêdo, do Novo (2,9%).

O levantamento também testou cenário sem Haddad e Luciano Huck; com Lula e com a ex-ministra Marina Silva (Rede). Bolsonaro lidera, com 31%, à frente de Lula, que tem 17,3%. Em seguida estão Moro (12,1%), Ciro (9,2%), Doria (5,3%), Boulos (3,6%), Amoêdo (3,3%) e Marina Silva (2,3%).

Em outro cenário, foram incluídos os nomes do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B). Não entram na disputa Lula, Moro e Marina Silva.

O presidente Jair Bolsonaro apresenta resultado melhor, com 33,7% das intenções dos votos ao Planalto. Em seguida aparece Ciro Gomes (12,1%), 21,6 pontos percentuais atrás do chefe do Executivo.

2º TURNO

A pesquisa também mostra como seriam os resultados do 2º turno. Bolsonaro vence em todos os cenários, exceto contra Moro, quando há empate técnico.

  • Cenário 1:
    • Bolsonaro – 42,4%;
    • Lula  – 35,7%;
    • não sabe – 3,4%;
    • nenhum – 18,5%.
  • Cenário 2:
    • Bolsonaro – 39,1%;
    • Moro – 37,6%;
    • não sabe – 4,5%;
    • nenhum – 18,8%.
  • Cenário 3:
    • Bolsonaro – 43,7%;
    • Ciro Gomes – 34,3%;
    • não sabe – 3,5%;
    • nenhum – 18,6%.
  • Cenário 4:
    • Bolsonaro – 44,9%;
    • Doria – 29,4%;
    • não sabe – 4,3%;
    • nenhum – 21,5%.
  • Cenário 5:
    • Bolsonaro – 42,7%;
    • Luciano Huck – 33,2%;
    • não sabe – 4,2%;
    • nenhum – 19,9%.
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Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters/Poder

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