Fungo no feijão, soja em queda, boi nas alturas, dúvidas no clima, cerco a Bolsonaro... que dia!!

Publicado em 20/01/2021 15:06
edição desta quarta-feira, 20 de janeiro/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Doenças na haste da soja e fungo no feijão no momento da colheita quebram a produtividade do produtor

StoneX reduz projeção para soja 2020/21 no Brasil após falta de chuvas em dezembro

SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de soja deve alcançar 132,6 milhões de toneladas na safra 2020/21, estimou a consultoria StoneX à Reuters nesta quarta-feira, com queda ante as 133,9 milhões de toneladas projetadas no mês anterior, mas ainda um recorde para a temporada, em meio a um baixo volume de chuvas no começo de dezembro.

"O Mato Grosso passou por um considerável período com baixos volumes de precipitação no início de dezembro", disse em nota o analista de inteligência de mercado da StoneX, João Pedro Lopes.

No Brasil como um todo, por outro lado, a segunda quinzena de dezembro recebeu boas chuvas e as previsões indicam que o clima deverá continuar favorável ao cultivo da soja, acrescentou.

"Desse modo, as expectativas ainda apontam para uma boa temporada nas principais regiões produtoras e para uma safra recorde no país".

A área plantada com a oleaginosa teve um ligeiro ajuste, para 38,292 milhões de hectares, de 38,317 milhões anteriormente.

A projeção da consultoria para a produtividade média da safra 2020/21 no Brasil também teve corte, de 3,49 para 3,46 toneladas por hectare. No entanto, a estimativa ainda supera o rendimento de 3,37 toneladas por hectare visto no ciclo anterior.

De acordo com a StoneX, o país, maior produtor e exportador global de soja, colheu 124,53 milhões de toneladas em 2019/20, em uma área de 36,9 milhões de hectares.

MILHO

Em relação ao milho, a consultoria manteve estáveis as projeções de produção na temporada 2020/21 em relação ao levantamento de dezembro, tanto para a primeira quanto para a segunda safra.

"O clima na região Sul do Brasil esteve seco pela falta de chuvas, o que afetou a produtividade local, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Entretanto, as chuvas voltaram nas últimas semanas de dezembro, o que tende a reduzir os efeitos negativos na safra de verão", afirmou, sobre o cultivo de verão.

A produção da primeira safra do cereal está estimada em 25,32 milhões de toneladas, 3,2% a menos que no ciclo 2019/20.

Na "safrinha", a StoneX estima que serão produzidas 82,4 milhões de toneladas da oleaginosa, um volume 10,8% acima do que foi produzido no mesmo período de 2019/20, configurando um recorde nacional.

"Questões relativas à demanda –como relações comerciais com a China e restrições do mercado argentino– podem trazer alterações nos números", alertou a consultoria sobre a segunda safra.

Até o momento, a produção total de milho no ciclo 2020/21 pode chegar perto de 110 milhões de toneladas, abrindo a possibilidade de estoques finais maiores, estimados em 13,8 milhões de toneladas, acrescentou a StoneX.

Mulher reinfectada por nova cepa do coronavírus tinha anticorpos

No Poder360

O 1º caso de reinfecção de covid-19 na região Norte foi diagnosticado em uma mulher que, segundo exames, apresentava anticorpos contra a doença dias antes de ser contaminada pela 2ª vez.

É o que aponta artigo científico produzido por pesquisadores brasileiros e publicado no Virologist.Org, fórum internacional de discussões sobre epidemiologia. O estudo foi coordenado por Felipe Naveca, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Amazônia. (Eis a íntegra - 138 KB).

A mulher de 29 anos reinfectada pela nova variante do coronavírus foi diagnosticada com covid-19 pela 1ª vez em março. O 2º resultado positivo foi em dezembro, quando os exames apontaram contaminação pela nova cepa que teve origem no Amazonas.

De acordo com o pesquisador, ela havia apresentado anticorpos em exame realizado em teste rápido poucos dias antes do 2º diagnóstico.

“Era uma pessoa sem imunocomponente, que se infectou por B.1. em março e agora pela nova variante P.1. e apresentava anticorpos detectáveis em teste rápido dias antes de ter se reinfectado”, afirmou Naveca, em entrevista ao portal UOL.

“Não sabemos ainda se isso representa que a nova variante escapa mesmo da resposta imune, até por ser o 1º caso, mas mostra que novos estudos precisam ser feitos”, disse.

O caso indicaria que existe possibilidade de que uma pessoa que se infectou com a doença e adquiriu resposta imune não esteja livre de ser contaminada, segundo o pesquisador da Fiocruz. Ele, no entanto, afirma que não é possível fazer tal afirmação a partir de apenas 1 caso.

“Pode ser isso, mas não dá para ter certeza só com esse caso. E também não se sabe se não foi por conta do tempo da 1ª para a 2ª exposição”, declarou

O artigo aponta que “estudos urgentes são necessários” para confirmar a hipótese de que novas variações do coronavírus podem contaminar pessoas imunizadas.

“Estudos urgentes são necessários para determinar se a reinfecção com linhagens emergentes que abrigam a mutação é um fenômeno generalizado ou está limitado a alguns casos esporádicos”, escreveram os cientistas.

“Voltaremos de um jeito ou de outro”, afirma Trump em discurso de despedida

Poder360

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta 4ª feira (20.jan.2021) que voltará ao poder “de um jeito ou de outro”. A declaração foi feita a apoiadores em seu último discurso ocupando a Presidência norte-americana.

“Digo adeus. Amamos vocês. Voltaremos de um jeito ou de outro”, declarou em púlpito montado na Base Aérea Andrews, em Maryland, logo após deixar pela última vez Casa Branca, na capital Washington.

Trump desejou sorte ao governo do democrata Joe Biden e disse que seu governo estabeleceu o “alicerce” para o êxito de seu sucessor.

“Estarei observando e ouvindo e digo: o futuro deste país nunca foi melhor. Desejo muita sorte e sucesso ao novo governo. Acredito que eles terão [sucesso] porque estabelecemos o alicerce para isso acontecer. Colocamos o governo em uma posição jamais vista a despeito da grande peste que atacou o mundo. Não teria conseguido sem vocês”, afirmou.

O republicano falou também sobre a crise econômica causada pela pandemia. Para ele, seu governo teria chegado a números absolutamente inéditos não fosse a crise.

“Espero que não aumentem os impostos, mas se aumentarem, eu avisei. Se não tivéssemos a pandemia, teríamos chegado a números absolutamente inéditos. Os números eram os melhores até fevereiro do ano passado. Tivemos o impacto da pandemia, o mundo todo teve, mas reconstruímos o nível dos empregos. E a Bolsa de Valores também está em alta”, declarou.

Durante o pronunciamento, voltou a chamar o coronavírus de “vírus chinês”. Trump disse que famílias sofreram com “algo terrível que eles trouxeram ao mundo”, fazendo referência à China.

“Ainda há o que ser feito e a primeira coisa é mostrar o respeito e amor às famílias incríveis que sofreram tanto devido ao vírus chinês, algo terrível que eles trouxeram ao mundo. Tomem muito cuidado”, afirmou.

O avião taxiou e decolou enquanto a clássica canção "My Way", de Frank Sinatra, tocava nos alto-falantes.

Setores que teimam em remar em sentido contrário perderão, diz Bolsonaro

“Estamos no caminho certo”, Vacinação começou no “dia D-1” (no Poder360)

 Bolsonaro em evento no Palácio do Planalto; nesta 4ª feira, participou de cerimônia organizada pela Força Aérea BrasileiraSérgio Lima/Poder360 - 17.nov.2020

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 4ª feira (20.jan.2021) que, quando o governo é atacado, a depender de onde vêm as críticas, é sinal de que está no “caminho certo”. O chefe do Executivo comentava a atuação da FAB (Força Aérea Brasileira) nas ações de combate à pandemia de covid-19 em Manaus (AM) e a campanha de vacinação, iniciada nesta semana no Brasil. A declaração foi feita em evento que comemora o 80º aniversário do Comando da Aeronáutica, em Brasília.

Quando somos atacados, dependendo de onde vêm esses fogos, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Eu prego e zelo pela união de todos, pelo entendimento, pela paz e harmonia, mas os poucos setores que teimam em remar no sentido contrário, tenho certeza, vocês perderão”, disse.

Bolsonaro afirmou que a FAB ajudou no “socorro aos nossos irmãos de Manaus, que passavam momentos difíceis”. A situação do sistema de saúde amazonense se agravou na última 5ª (14.jan), quando o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus. De acordo com dados do Ministério da Saúde, até as 18h dessa 3ª (19.jan), o Amazonas registrava 233.971 casos de coronavírus e 6.450 mortes por causa da covid-19.

O chefe do Executivo também disse que a Força Aérea concluiu a entrega de imunizantes contra a covid-19 no dia “D-1” nesta 1ª semana da campanha de vacinação no Brasil.

Nesta primeira parte da entrega de vacinas no Brasil, cumpriu sua missão no dia D-1 e isso é motivo de orgulho, tendo em vista o seu planejamento, a sua organização, o seu patriotismo e seu sentimento de defesa dos direitos humanos”, disse.

A expressão “Dia D”  foi dita inicialmente pelo ministro Eduardo Pazuello (Saúde). Ele havia prometido dar largada à vacinação contra a covid-19 no Brasil em 20 de janeiro, mas foi ultrapassado pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que mostrou ao vivo a 1ª pessoa a receber uma dose da CoronaVac.

O presidente afirmou que a “grande base” para o governo concretizar sua missão são as Forças Armadas. Disse que os militares “são um caldo do que é o povo brasileiro”.

“Vêm de todas as classes, todos os meios e incorporam a nós, são o sentimento de toda a nação brasileira”, declarou. Bolsonaro disse ainda que o Brasil tem um presidente da República, o Estado Maior e ministros que acreditam em Deus e respeitam seus militares.  “Fato raro nas últimas 3 décadas em nosso país”.

VACINAS

Os lotes da vacina citada pelo presidente em seu discurso desta 4ª feira, que foram entregues pela FAB em todo o Brasil, são os da CoronaVac. O governo federal tem enfrentado dificuldades em importar a vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford e produzida na Índia pelo laboratório Serum. A importação do imunizante foi autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em 2 de janeiro.

A expectativa era de que 2 milhões de doses vacinas chegassem ao Brasil no sábado (16.jan). No entanto, houve atraso. O diretor-executivo do laboratório indiano Serum Institute, Adar Poonawalla, disse na 6ª feira (15.jan) que a Índia só deveria enviar o imunizante ao Brasil em duas semanas. Afirmou que a prioridade do laboratório sempre foi a vacinação da população local.

Pazuello disse a jornalistas na 2ª feira (18.jan) que ainda está em negociação com a Índia, mas que a diferença de fuso horário entre os 2 países complica a conversa. Disse que esperava um acordo sobre o envio das doses da vacina nos próximos dias.

Nesta 4ª feira, a Índia começa a enviar as vacinas produzidas no país para uma lista de nações vizinhas e parceiras. O Brasil ainda não aparece na relação.

 

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters/Poder

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