Diquat, substituto do Paraquat, teve preços quase triplicados e está em falta no Brasil
Os preços do diquat triplicaram nos últimos meses. Substituto do paraquat, que tem sua utilização proibida nas lavouras braisleiras, o produto teve sua demanda muito intensificada, o que fez com que os preços hoje oscilem entre R$ 36,00 e R$ 42,00 por litro na região de Maracai, interior de São Paulo, contra uma média normal de R$ 18,00, quando ainda havia concorrência.
Além de caro, o produto está escasso e muitos sojicultores já estão, inclusive, ficando sem opções para a dessecação de seus campos. "Apesar dos preços altos, algumas empresas informam que o prazo de entrega é de 20 a 40 dias, o que é inviável pois já não chega a tempo para esta safra", explica Guilherme Lamb, produtor rural da cidade.
Mais do que isso, os atuais valores já têm encarecido os custos de produção, que chegam a triplicar em algumas condições e o que chega, invariavelmente, ao consumidor final, intensificando ainda mais a inflação dos alimentos.
A região de Maracai conta ainda com um microclima específico que faz com que a safra seja quase sempre bastante desuniforme, com muitos pés de soja ainda verdes e com índices de umidade mais altos do que o ideal para a colheita. "E se eu não usar o diquat, além das perdas com os descontos por grão verde e umidade, tenho muita dificuldade da operação de colheita. Então, isso preocupa muito porque envolve problemas indiretos, graves inclusive, pode dificultar muito", explica Lamb.
Uma das alternativas para o diquat seria a utilização da amônia. No entanto, seu efeito não é tão eficaz e é também mais lento, além de muito mais caro.