Soja alourando, colheita pegando ritmo e o cavalinho dos preços passando encilhado.. Momento de fixar

Publicado em 13/01/2021 15:29 e atualizado em 13/01/2021 16:08
Edição do Tempo&Dinheiro desta quarta-feira, 13 de janeiro/21, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

O momento da soja é de fixação dos preços da soja, pelo menos uma parte, recomenda o analista Vlamir Brandalize, em depoimento ao Tempo&Dinheiro. "O cavalo dourado está passando encilhando... os preços estão bons.. alguns comentam que a soja pode bater nos US$ 17/bu, mas a safra brasileira está chegando forte, a chuva está ajudando a América do Sul... logo, melhor subir no cavalinho e fazer algumas vendas para se garantir", diz o experiente analista de mercado. (Acompanhe sua análise no video acima).

E mais:

Chegou o dia D do "tratoraço"... ou João Doria revoga os aumentos do ICMS ou os tratores estarão de volta (ROBERTO YANK);

Mais chuvas generalizadas sobem para o Brasil Central; e a previsão alongada para Londrina (PR) -- JOÃO CASTRO/AGROCLIMA;

Dólar pode recuar ainda mais tão logo comece a vacinação no Brasil, agora em janeiro (ALESSANDRA MELLO);

Bolsonaro manda buscar vacina na Índia para distribuir de graça e pra quem quiser (RENATO DIAS);

Produtor do Maranhão faz palhada permanente e perfil aprofundado para proteger o solo do sol inclemente (FREDERICO OLIVI).

Arroba do boi gordo ganha folego com oferta curta e compras da China (SERGIO BRAGA).

Conab reduz projeção para safra de soja 2020/21 do Brasil por efeitos do clima

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil, maior produtor e exportador global de soja, deve colher um recorde de 133,69 milhões de toneladas da oleaginosa na safra 2020/21, projetou nesta quarta-feira a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), ao reduzir sua expectativa ante a projeção de 134,45 milhões de toneladas divulgada em dezembro.

Em relação à temporada anterior, o volume estimado representa alta de 7,1%. A perspectiva para a área plantada é de 38,19 milhões de hectares, avanço de 3,4% ante 2019/20.

Segundo a estatal, a colheita já teve início em Mato Grosso, principal Estado produtor de soja, onde a produção poderá chegar a 35,43 milhões de toneladas, "uma ligeira queda ante o estimado na safra anterior, mesmo com a expectativa de aumento na área plantada".

"O resultado (em Mato Grosso) é reflexo da estimativa de menor produtividade, uma vez que as condições climáticas de 2019 não se repetiram até então", afirmou a Conab.

A companhia alertou que, durante o levantamento, havia relatos de agricultores que apontavam para heterogeneidade na avaliação fitossanitária das lavouras de Mato Grosso, entre regular, boa e excelente. Isso acarretou uma incerteza ao mercado sobre o fechamento de novas vendas antecipadas.

"Os relatos são de que tanto as tradings quanto os produtores rurais apresentam-se cautelosos ao negociar os contratos a termo, tendo em vista a escassez de chuvas, que traz à tona o risco climático, podendo limitar a capacidade de produção e o cumprimento de compromissos contratuais."

Na ponta da demanda, a expectativa é que as exportações de soja do Brasil atinjam um número acima de 85,7 milhões de toneladas nesta safra, motivadas pela firme demanda chinesa e pelo forte percentual já comercializado, que alcança mais de 60% da safra, segundo a estatal.

A Conab fez um leve ajuste na estimativa de produção de milho, de 102,6 milhões de toneladas observadas em dezembro para 102,3 milhões.

"As condições climáticas desfavoráveis no momento do cultivo da primeira safra influenciaram a produtividade, principalmente no Sul do país. No Rio Grande do Sul, a diminuição neste índice foi estimada em 11%. Com isso, a produção tende a ser 9,3% menor", destacou.

Em Santa Catarina, os percentuais de queda na produtividade e na colheita da primeira safra são ainda maiores, chegando a 14% e 12,7% respectivamente.

Em ambos os Estados, a área destinada ao plantio do grão deve crescer, o que reduz um pouco a queda no volume de produção, disse a análise.

A Conab elevou suas projeções de importação de milho em 300 mil toneladas, para 1,3 milhão de toneladas referentes à safra 2019/20.

"O ajuste se deve à necessidade de milho para suprir o consumo ao início de 2021 diante de uma menor oferta do cereal disponível para comercialização. Para as importações da safra 2020/21 foi mantida em 1 milhão de toneladas", ressaltou.

A produção de algodão em pluma deve atingir 2,65 milhões de toneladas na temporada, levemente abaixo dos 2,67 milhões previstos anteriormente.

Para o trigo, no entanto, a Conab vê uma safra 2021 de 6,23 milhões de toneladas, uma elevação ante as 6,18 milhões de toneladas da estimativa anterior.

Bolsonaro ironiza CoronaVac, mas diz que governo comprará toda vacina aprovada pela Anvisa

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro ironizou nesta quarta-feira a CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, após o Instituto Butantan, que lidera os testes com a vacina no Brasil, divulgar na véspera uma eficácia menor que a anunciada anteriormente para o imunizante.

Em conversa com apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada nesta manhã, o presidente afirmou, no entanto, que seu governo comprará todas as vacinas contra Covid-19 que forem aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Essa de 50% é boa, não? O que eu apanhei por causa disso, agora estão vendo a verdade. Quatro meses apanhando por causa da vacina", disse Bolsonaro a um apoiador que o indagou sobre vacinas contra Covid-19.

Na véspera, o Butantan anunciou que a CoronaVac mostrou eficácia geral de 50,38% em estudos clínicos de Fase 3 feitos no Brasil, número bem inferior aos 78% anunciados pelo instituto na semana passada, mas ligeiramente superior ao patamar de 50% apontados pela Anvisa e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como necessário para se considerar uma vacina viável.

O Butantan também confirmou o dado anunciado na semana passada de que a CoronaVac se mostrou 78% eficaz contra casos leves --que requerem algum tipo de assistência clínica-- e 100% contra quadros moderados --que precisam de internação hospitalar-- e graves --que demandam leitos de terapia intensiva.

Pelo Twitter, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), desafeto político de Bolsonaro e que tem tido atritos recentes com o presidente por causa da CoronaVac e da forma de lidar com a pandemia, criticou a declaração do presidente.

"Lamentável a declaração do presidente Bolsonaro sobre a vacina do Butantan. Ao invés de comemorar o fato do Brasil ter um imunizante seguro e eficaz para combater a pandemia, ele ironiza a vacina. Enquanto brasileiros perdem vidas e empregos, Bolsonaro brinca de ser presidente", escreveu na rede social.

Apesar da ironia com a CoronaVac, Bolsonaro afirmou que o governo comprará todas as vacinas que forem aprovadas pela Anvisa.

O Butantan já firmou acordo de venda da vacina com o Ministério da Saúde e pediu autorização para uso emergencial do potencial imunizante. A Anvisa deve tomar uma decisão sobre o pedido no domingo.

"Entre mim e a vacina tem a Anvisa, eu não sou irresponsável, não estou a fim de agradar a quem quer que seja", disse. "É a vacina que passar pela Anvisa. Seja qual for. Passou por lá, já assinei um crédito de 20 bilhões para comprar", acrescentou o presidente.

Brasil envia avião para buscar 2 milhões de doses de vacina da AstraZeneca na Índia

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil enviará um avião na quinta-feira para buscar na Índia os 2 milhões de doses compradas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) da vacina contra Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, com o objetivo de assegurar o início da vacinação no país na próxima semana.

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, disse que a documentação para trazer as vacinas fabricadas pelo Instituto Serum, da Índia, já está pronta. Na semana passada, o governo brasileiro entrou em contato com autoridades indianas para garantir a exportação das doses, e o presidente Jair Bolsonaro chegou a escrever uma carta ao premiê do país, Narenda Modi, pedindo urgência no envio.

"É o tempo de viajar, apanhar e trazer. Já está com o documento de exportação pronto. Data de decolagem (de volta ao Brasil), dia 16. Então quando nós tivermos a posição da Anvisa, nós temos o material para distribuir", disse o ministro em pronunciamento em Manaus, cidade que está sendo duramente afetada pela pandemia de Covid-19.

Inicialmente Pazuello afirmou que o avião partiria do Brasil ainda nesta quarta-feira, mas posteriormente a companhia aérea Azul, responsável pelo traslado, disse que a aeronave partirá na quinta-feira. O Ministério da Saúde depois confirmou que a viagem será na quinta-feira.

O avião será um Airbus A330neo, que irá decolar do Recife. Segundo a Azul, o avião partirá às 23h rumo à cidade indiana de Mumbai, com previsão de retorno ao Brasil no dia 16, pousando no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.

Segundo a Azul, o avião que irá realizar a operação será equipado com contêineres espessos que garantirão o controle de temperatura da carga estimada em 15 toneladas, de acordo com as recomendações do fabricante.

A Fiocruz pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para uso emergencial da vacina Oxford/AstraZeneca, e o órgão regulador anunciou que se reunirá no domingo para tomar uma decisão sobre o pedido.

As doses importadas servirão para o início da vacinação no país enquanto a Fiocruz aguarda a chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA) da AstraZeneca para iniciar a produção da vacina no Brasil.

A chegada do IFA estava prevista para dia 9 de janeiro, mas a Fiocruz informou na semana passada que o prazo foi adiado para até o final do mês devido a questões burocráticas. Segundo uma fonte com conhecimento da situação, o insumo já está produzido e pronto para ser enviado ao Brasil, mas ainda falta uma licença de exportação da China, onde fica a unidade da AstraZeneca encarregada da produção.

O imunizante é a principal aposta do governo federal para a vacinação dos brasileiros a fim de conter a pandemia do novo coronavírus no país. Até o fim do ano, o governo federal espera contar com mais de 200 milhões de doses da vacina da Fiocruz.

Além da vacina da Fiocruz, o Ministério da Saúde firmou contrato com o Instituto Butantan para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo instituto paulista. O acordo prevê ainda a compra de mais 56 milhões de doses em um segundo momento.

A expectativa do governo federal é iniciar a imunização contra a Covid-19 no país em 20 de janeiro, no melhor cenário, dependendo da aprovação regulatória da Anvisa e da disponibilidade de imunizantes.

Vacinação começa em janeiro e Manaus será prioridade, diz Pazuello

(Reuters) - A vacinação contra Covid-19 no Brasil começará em janeiro e a cidade de Manaus, que novamente sofre com aumento no número de casos, mortes e lotação de leitos, será prioridade na campanha nacional de imunização contra a doença, disse nesta quarta-feira o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

Assim como aconteceu no início da pandemia, em abril, o Estado do Amazonas, e especialmente a capital Manaus, voltou a registrar crescimento nos indicadores da pandemia, o que fez com que Pazuello e membros da equipe do Ministério da Saúde fossem à cidade para prestar auxílio no combate à pandemia.

"Vamos vacinar em janeiro e Manaus será também a primeira a ser vacinada. Fui claro? Ninguém receberá a vacina antes de Manaus", disse o ministro em pronunciamento à imprensa.

"A vacina será distribuída simultaneamente em todos os Estados na sus proporção de população, e Manaus terá essa prioridade também."

O ministro declarou que a capital do Amazonas é "prioridade nacional neste momento" e se comprometeu com a abertura de novos leitos para o tratamento de Covid, assim como envio de equipamentos e contratação de profissionais de saúde custeados pela pasta.

De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Amazonas, atualizados na segunda-feira, o Estado tem 216.112 casos confirmados da doença, além de 5.756 mortes provocadas pela Covid-19. A ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva era de 86,4% e de leitos clínicos para tratar a doença de 93,7%.

Só em Manaus, de acordo com órgão estadual, são 89.999 casos confirmados e 3.758 mortes.

A situação de quase colapso no sistema de saúde da cidade fez aumentar a necessidade da remoção de corpos de pessoas que morreram em suas casas.

 

PRESSÃO POLÍTICA

Pazuello pediu que a população de Manaus obedeça às orientações de autoridades locais, como a do distanciamento social, para ajudar no combate à pandemia em Manaus, apesar de o presidente Jair Bolsonaro ser contra esse tipo de medida preconizada por especialistas de todo o mundo para frear a disseminação da doença.

O ministro também disse que, uma vez dado o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para as vacinas Oxford/AstraZeneca e CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac --que tiveram pedido de uso emergencial feitos respectivamente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pelo Instituto Butantan-- a vacinação começará em poucos dias.

"Quando a Anvisa concluir sua análise de segurança e eficácia, três, quatro dias depois nós estamos distribuindo a vacina no Brasil", prometeu. O órgão regulador disse na véspera que decidirá sobre os pedidos no domingo.

Pazuello alertou que a situação não voltará ao normal logo após o início da vacinação. Ele também exaltou a expertise brasileira em imunizar a população e se queixou de pressões políticas envolvendo o tema.

"A vacina --e eu faço aqui o primeiro alerta-- ela induz a produção de anticorpos, essa á a função da vacina... Essa produção de anticorpos não é no dia seguinte... Não é tomar a vacina no dia 20 e no dia 22 estar na rua fazendo festa", disse.

"Nós somos o país que mais imuniza no mundo, sempre fomos. Nós temos o maior Programa Nacional de Imunização do mundo. Nós vacinamos 300 milhões de doses por ano e vamos fazer igual com a vacina contra Covid-19. O resto é apenas pressão política, pressão partidária, pressão de bandeiras, pressão de interesses particulares."

Fonte: Notícias Agrícolas

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