Tratoraço continua de plantão, à espera da revogação do aumento sobre o ICMS prometida por Doria

Publicado em 08/01/2021 15:26 e atualizado em 09/01/2021 09:21
Integra da edição do Tempo&Dinheiro desta sexta-feria, dia 8/janeiro/2021, com João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Após refresco no fim de 2020, desaprovação ao governo Bolsonaro sobe em 2021 (no Poder360)

Taxa vai de 46% para 52% em 15 dias; É a mais alta da série do PoderData; Aprovação oscila de 47% para 44%; Efeito do fim do auxílio segue incerto

Depois de melhorar um pouco no final de 2020, e terminar o ano em alta, a aprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro começa 2021 com uma queda. Subiu de 46% para 52% a taxa dos que desaprovam a administração federal, segundo pesquisa PoderData realizada de 4 a 6 de janeiro.

A desaprovação, de 52%, é a mais alta na série do PoderData, iniciada em junho. A taxa supera inclusive o mau momento enfrentado por Bolsonaro em novembro de 2020, quando o presidente recebeu muitas críticas de candidatos a prefeito de partidos de oposição.

Já a aprovação ao governo oscilou negativamente 3 pontos percentuais, de 47% para 44%. Essa mudança está dentro da margem de erro do levantamento, que é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Ainda não há como saber qual será o impacto do fim dos pagamentos do auxílio emergencial para brasileiros de baixa renda. O programa do governo pagou 5 parcelas de R$ 600 e mais 3 extras de R$ 300 para pessoas que foram severamente afetadas pela pandemia. Cerca de 68 milhões foram beneficiados, a um custo total de R$ 292,9 bilhões para os cofres públicos.

Alguns pagamentos residuais do chamado coronavoucher foram realizados em dezembro de 2020, e mais outros serão efetuados agora em janeiro de 2021. A partir de fevereiro, o auxílio estará extinto.

Bolsonaro tem reclamado da falta de dinheiro do governo para oferecer algum tipo de benefício extra neste início de 2021 aos brasileiros de baixa renda. Ele afirma que não há espaço no Orçamento. Disse na 3ª feira (5.jan.2021) que o país está “quebrado.

Historicamente, melhora a aprovação de governantes no final de cada ano. O mesmo vale para as quedas no princípio. Nos primeiros 3 meses de um novo ano os brasileiros precisam voltar à realidade, pagar contas e enfrentar os aumentos de despesas regulares (IPTU, IPVA, mensalidades escolares). Agora, há também os mais de 14 milhões de desempregados. Em breve, o fim completo dos pagamentos do coronavoucher. Essa conjuntura pode explicar os números negativos para o Planalto.

Outro fato que pode drenar a aprovação da administração federal é a controvérsia cada vez maior sobre vacinação e compra de seringas por parte do governo. Bolsonaro continua dando declarações céticas a respeito de vacinas e não há clareza sobre quando o Ministério da Saúde vai, de fato, iniciar o processo de imunização por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Embora bolsonaristas mais convictos gostem do discurso presidencial, a maioria dos brasileiros quer receber a vacina.

TRABALHO DE BOLSONARO

PoderData também perguntou o que os entrevistados acham do trabalho de Bolsonaro como presidente: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.

O levantamento mostra que 44% da população rejeita o chefe do Executivo, taxa que variou 2 pontos percentuais para cima desde o último estudo. A aprovação agora é de 35%, ante 39% 15 dias antes.

DESTAQUES DEMOGRÁFICOS: AVALIAÇÃO DO GOVERNO

O estudo destacou, também, os recortes para as respostas à pergunta sobre a percepção dos brasileiros em relação ao governo.

Os que cursaram até o ensino fundamental (54%) e os moradores da região Norte (73%) são, proporcionalmente, os que mais aprovam a administração.

Já os que cursaram ensino superior (67%), os moradores da região Nordeste (63%) e os que recebem de 5 a 10 salários mínimos (70%) são os grupos com as maiores taxas de desaprovação.

A pesquisa foi realizada pelo PoderDatadivisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Os dados foram coletados de 4 a 6 de janeiro de 2021, por meio de ligações para celulares e telefones fixos. Foram 2.500 entrevistas em 518 municípios, nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

Informações deste post foram publicadas antes pelo Drive, com exclusividade. A newsletter é produzida para assinantes pela equipe de jornalistas do Poder360. Conheça mais o Drive aqui e saiba como receber com antecedência todas as principais informações do poder e da política.

(no Poder360).

Agravamento da pandemia pode alterar cenário de recuperação do Brasil, diz Bradesco

BRASÍLIA / SÃO PAULO (Reuters) - O agravamento da pandemia pode alterar o cenário de recuperação em alguns indicadores de atividade econômica do Brasil e as projeções vão depender da evolução da doença e do processo de vacinação, disse o Bradesco em nota com dados desta sexta -feira.

"Por ora, o cenário mais provável segue segue o de efetividade do processo de vacinação e reabertura da economia ao longo do ano, mas o timing dessa retomada ficou mais incerto", disse o banco. "Logo, as projeções das demais variáveis ​​do cenário também passaram a apresentar maior variância, em especial em função da resposta de política econômica a esse quadro", completou.

O Bradesco destacou o comportamento das contas públicas seguir como ponto de atenção neste ano. O banco avaliou que, apesar de os piores cenários para a dívida pública não terem se materializado, o cumprimento do teto dos gastos continua desafiador e as despesas obrigatórias devem ser pressionadas pela informação mais elevada ao final de 2020.

"Assim, reformas que foquem em gastos obrigatórios são ainda mais fundamentais para garantirem a sustentabilidade da dívida à frente, especialmente se houver necessidade de extensão de algum tipo de auxílio focalizado caso a pandemia se agrave", afirmou a equipe de economistas do Bradesco, chefiada por Fernando Honorato.

Em suas contas, o Produto Interno Bruto (PIB) terá alta de 3,9% em 2021, depois de queda estimada de 4,5% no ano passado. Retomada do emprego, ciclo de recomposição de estoques, migração de consumo de bens para serviços e utilização da economia da economia puxarão o crescimento, assim como o crédito.

Em relação à política monetária, o Bradesco disse ser "muito provável" que o Banco Central (BC) iniciou um processo de "normalização" do patamar de juros no segundo semestre, com a Selic saindo dos atuais 2% (mínima histórica) para 4 %. Isso ocorreria mesmo com a medida pelo IPCA ficando em 3,30%, abaixo da meta perseguida pelo BC para este ano (3,75%).

"Em um cenário de recuperação da atividade, o elevado grau de afrouxamento da política monetária --o próprio Banco Central estimativa o juro real neutro em 3,0% - e o gradativo aumento de mercado das projeções de informação de 2022 ao longo deste ano devem levar do Copom a elevar a Selic ", disse o Bradesco.

Do lado do câmbio, o banco acredita que o real seguirá a reduzir o gap com os pares e encerrar o ano em 5,00 por dólar, cenário que pressupõe a manutenção do teto de custos, continuidade de retomada da atividade e início da normalização monetária.

Mas o risco de frustração com o crescimento global e aumento de uso, antes da piora da pandemia, o que pode limitar uma avaliação do câmbio neste início de ano.

"O mesmo raciocínio é válido caso haja desvios da agenda da consolidação fiscal, resposta inadequada ao agravamento da pandemia ou atraso relevante no processo de vacinação. Nesses casos, as incertezas sobre o cenário tendem a prevalecer e levar o real a ter um desempenho novamente pior do que os pares ", concluiu o banco.

Bolsonaro diz que aliança para sucessão na Câmara mostra que Maia e PT são coisas bem parecidas

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro atacou nesta sexta-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por ter se aliado ao PT na disputa por sucessão no comando da Casa Legislativa.

Após dizer que há falta de lideranças novas aparecendo, Bolsonaro disse que ele seria diferente e citou que "todos os outros são iguais, você não acha diferente". Em conserva o exemplo do atual presidente da Câmara.

"Você vê lá o Rodrigo Maia quando votou pela cassação de Dilma deu um voto crítico ao PT de perseguir o pai dele que era prefeito no Rio. Deu um voto firme, objetivo e alinhar que o PT era a maior desgraça do mundo", disse Bolsonaro em uma conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada transmitida em uma rede social. "Hoje está junto com a PT nas vantagens da Presidência da Câmara."

"Então, pelo poder água e óleo se misturam. Se bem que aí não é água e óleo não, são duas coisas bem parecidas", emendou.

O candidato de Maia à sucessão da Câmara é o deputado Baleia Rossi (SP), que é presidente do MDB, e conta com o apoio do PT e de outros 10 partidos de vários matizes ideológicos.

Para suceder Maia, Bolsonaro apoia a líder do PP na Casa, Arthur Lira (AL).

Fonte: Notícias Agrícolas

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