Hoje é o Dia do Meteorologista, data bem a calhar prá saber: quando é que vai chover de verdade ?!

Publicado em 14/10/2020 15:36 e atualizado em 27/10/2020 16:28
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi
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(Na edição desta quarta-feira no Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi)

Chuva ainda é insuficiente para plantio de soja 2020/21 deslanchar no Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - As chuvas que estavam previstas para retornar ao Brasil a partir do dia 10 de outubro chegaram de maneira irregular e ainda são consideradas insuficientes para que o plantio de soja 2020/21 avance de maneira significativa no país.

Também surge um ponto de atenção para possível perda de produtividade do milho verão no Sul, por causa da seca. E o atraso na semeadura da soja --já visto como o maior dos últimos dez anos-- tem cada vez mais chance de afetar o potencial dos cultivos de milho e algodão na segunda safra.

O gerente de consultoria Agro do Itaú BBA, Guilherme Bellotti, alertou que, diante de um cenário de aperto para soja e milho nos Estados Unidos apresentado no último relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura do país (USDA), abre-se um espaço para "aumentar a sensibilidade das cotações em Chicago a qualquer frustração de safra na América do Sul".

"A chuva ainda não chegou (como deveria) e o plantio avançou muito pouco", disse à Reuters o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira.

Para ele, os agricultores estão mais apreensivos sobre os impactos da seca nas regiões que fazem "safrinha", tanto de milho quanto de algodão. Até a semana passada, havia preocupação somente para as lavouras onde a pluma é cultivada após a colheita da oleaginosa.

"Já é dia 13 de outubro e o plantio da soja não deslancha no Brasil", disse o agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antonio dos Santos, na terça-feira.

Ele explicou que as águas dos oceanos Pacífico e Atlântico estão muito frias e isso impede a formação de nuvens de chuvas generalizadas e em bons volumes.

Com isso, não há um quadro de total ausência de chuvas, mas dificilmente virão grandes precipitações ao menos até a próxima frente fria, prevista para quinta-feira.

O meteorologista da Somar Celso Oliveira disse que, diante da tendência de novas pancadas de chuva, é possível que haja alguma aceleração na semeadura da soja, mas não de forma regular.

"É possível que áreas produtoras do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), nordeste de Mato Grosso e norte de Goiás permaneçam paradas, à espera de chuva mais intensa no fim do mês", estimou.

Dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostram que no maior Estado produtor do país o plantio da oleaginosa alcançou 3,02% da área até o dia 9 de outubro. O percentual é inferior aos 18,78% registrados em 2019/20 e está igualmente abaixo da média histórica para o período, de 16,6%.

Em paralelo, produtores de Mato Grosso avançam para patamares nunca antes vistos na comercialização da soja. Segundo o Imea, 60% da produção esperada para 2020/21 já foi negociada, assim como 6,21% do grão de 2021/22, que será plantado somente em setembro do ano que vem.

No Paraná, o plantio atingiu 16% das áreas e está no patamar mais atrasado em pelo menos cinco anos. No mesmo período da safra passada, este percentual era de 22%, mas em 2018, por exemplo, 47% da área de soja já estava semeada, mostram dados do Departamento de Economia Rural (Deral).

ALERTA NO SUL

Apesar das condições climáticas adversas alcançarem todo o país, o fenômeno La Niña que está configurado em intensidade fraca pode trazer complicações para as safras gaúchas, alertou Santos, da Rural Clima.

"O grande problema está no Sul, em especial no Rio Grande do Sul, onde mesmo com o avanço de uma frente fria nessa próxima quinta-feira, ela não conseguirá provocar chuvas sobre o Estado, levando a mais um período de tempo seco", disse.

Segundo ele, esta condição climática pode fazer com que lavouras de milho primeira safra comecem a perder seu potencial produtivo.

Oliveira, da Somar, concordou com a queda nos rendimentos do cereal pela falta de chuvas que pode atingir, em sua visão, tanto o Rio Grande do Sul quanto o Paraná, Estados que "permanecerão neste cenário por pelo menos mais sete dias".

No caso do arroz, majoritariamente cultivado em áreas gaúchas, os dois meteorologistas cogitam a possibilidade de redução nas áreas de plantio, em função do menor volume de água nos reservatórios que abastecem lavouras com sistemas de irrigação.

Granizo em Minas Gerais: Inmet tem alerta amarelo de tempestade para o estado

Conforme indicavam as previsões meteorológicas, já começou a chover com granizo em algumas áreas de Minas Gerais. As chuvas intensas levantam preocupações para a safra 21 de café, que já inicia com potencial de quebra devido ao longo período de estiagem.

De acordo com informações enviadas ao Notícias Agrícolas, a queda de granizo já foi registradas nas cidades de Biaguatinga,  Carmo do Rio Claro e ventos acima de 70km/h também já foram registrados por produtores. O Notícias Agrícolas apura se o granizo também atingiu as áreas de produção de café do estado. 

Veja imagens enviadas ao NA no início desta tarde: 

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alerta amarelo para tempestade em Minas Gerais, válido pelas próximas 24 horas. "Chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 km/h), e queda de granizo. Baixo risco de corte de energia elétrica, estragos em plantações, queda de galhos de árvores e de alagamentos", destacou o comunicado. 

Veja aviso do Inmet: 

Ainda de acordo com as previsões, a tendência é do retorno de chuvas mais significativas para Minas Gerais nos próximos dias. De acordo com o NOAA, o estado mineiro pode receber volumes acima dos 100 mm nos próximos sete dias.  

Previsão para esta 4a.-feira: Centro-Norte do Brasil pode ter novos temporais, com chances de granizo e ventania

As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) continuam indicando chances de fortes temporais e chances de quedas de granizo para o Centro-Norte do Brasil. Segundo Olívio Bahia, meteorologista do Inmet, as áreas de instabilidade vão ganhar força nesta quarta-feira (14), com risco de ventanias e microexplosões em algumas áreas. 

"Apesar das chuvas ainda acontecerem de maneira muito localizada, não descartamos as possibilidade de acumulados bastante expressivos em algumas áreas", afirma o meteorologista. 

De acordo com o modelo Cosmo do Inmet, as áreas de instabilidade atingem principalmente o Centro-Oeste e áreas de Minas Gerais. Segundo a Climatempo, nos estados do Sudeste e do Centro-Oeste o sol aparece forte por várias horas, mas grandes nuvens crescem no decorrer do dia e provocam pancadas de chuva à tarde e em parte da noite, com risco de chuva forte em várias áreas. 

"O ar úmido e quente que está espalhado pelo centro-norte do Brasil forma muitas nuvens carregadas com potencial para provocar chuva forte, intensas rajadas de vento , raios e até granizo", destaca a previsão da Climatempo. Os modelos indicam ainda que a parte sul do Brasil continuará com tempo estável nesta quarta-feira. 

Segundo Olívio, os temporais são característicos da fase de transição da primavera para o verão e que os granizos podem acontecer devido as altas temperaturas registradas durante a atuação da onda de calor que ficou sobre o Brasil por mais de uma semana. "Os temporais com granizo (pedras de gelo) também representam grande risco não só para as pessoas e animais, mas podem causar grandes danos em plantações", complementa a Climatempo. 

 

Veja o mapa de previsão de precipitação para os próximos dias: 



Fonte: Inmet 

 

As áreas de instabilidade devem ganhar força a partir de quinta-feira (15) no Mato Grosso do Sul. "Estão se organizando novos sistemas no Paraguai e que deve influenciar novas chuvas no Brasil. De acordo com o Cosmo, entre quinta e sexta-feira (16), os acumulados podem chegar até 30 mm no sul do Mato Grosso do Sul.

A previsão indica ainda que as demais áreas do estado também podem receber chuvas, mas com volumes mais baixo. A tendência é que essa instabilidade contribua também para umidade no sul de Minas Gerais, lcom precipitação entre 20 e 40 mm na região. 

Veja o mapa de previsão de precipitação para sexta-feira (16): 


Fonte: Inmet

 

A atualização do modelo GFS, Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), divulgada nesta quarta, os volumes mais expressivos continuam sendo previstos para Minas Gerais até dia 22 de outubro. De acordo com o NOAA, o estado mineiro pode receber volumes acima dos 100 mm nos próximos sete dias. Os modelos também sinalizam condição de chuvas para o Mato Grosso do Sul, indo de encontro com as previsões do modelo Cosmo para os próximos dias. 

Já para o período entre 22 e 30 de outubro, o modelo aponta chuva abrangente para a maior parte do país. A atualização mantém condição de chuva significativa para o Sudeste brasileiro, retorno das chuvas para os três estados da região sul e chuvas significativas para todo o Centro-Oeste brasileiro. 

Veja a previsão estendida para todo o Brasil: 


Fonte: NOAA 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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