Bolsonaro, mesmo com "mofo" no pulmão, esteve em Bagé; e mais: Pauta Verde no Congresso e Boi Gordo em alta

Publicado em 31/07/2020 14:57 e atualizado em 01/08/2020 18:17
Acompanhe o programa Tempo & Dinheiro desta sexta-feira (31/07), com a apresentação de João Batista Olivi
Tempo & Dinheiro - Com João Batista Olivi

Mesmo informando estar com "mofo no pulmão" (frase dita em sua live de quinta-feira), o presidente Bolsonaro vai viajar todas as semanas pelo País. Abaixo vc acompanha  relato da Reuters sobre a presença do Presidente da República em Bagé (RS):

Vou sair de Brasília pelo menos uma vez por semana, diz Bolsonaro em Bagé

BRASÍLIA (Reuters) - Na entrega de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida em Bagé (RS), o presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira que sempre falou que não é para deixar obra parada e que "pelo menos uma vez por semana" vai sair de Brasília para viajar.

"O que eu sempre falei com meu ministro, o Marinho, é não deixar obra parada. Temos problemas de orçamento, temos, estamos tentando arranjar recursos para que as obras sejam concluídas", disse.

Bolsonaro participou do ato de inauguração do conjunto habitacional, no segundo dia consecutivo de viagem a Estados que realiza desde que anunciou no sábado passado resultado negativo para o novo coronavírus, após ter contraído a doença no início do mês.

Na quinta-feira, Bolsonaro esteve na Bahia e no Piauí.

Assim como na véspera, a presença do presidente no local gerou aglomeração e ele, em um dado momento, chegou a abaixar a máscara para posar para fotógrafos durante a visita à unidade habitacional.

Bolsonaro encerrou a entrevista ao ser questionado por uma repórter sobre a opinião dele a respeito da recriação de um tributo similar à antiga CPMF.

Bolsonaro elogia Médici e critica Venezuela e Argentina em viagem a Bagé

BRASÍLIA (Reuters) - Em visita a Bagé (RS), o presidente Jair Bolsonaro aproveitou para elogiar Emílio Médici, terceiro presidente da ditadura militar, e seu combate aos militantes contrários ao governo, e repetiu que o Brasil não quer se transformar na Venezuela, como estaria fazendo "outro país", numa provável alusão à Argentina.

Bolsonaro chegou no final da manhã a Bagé e seu primeiro evento foi a visita a uma escola cívico-militar, a primeira do Rio Grande do Sul. Depois de descerrar uma placa e ouvir um poema gaúcho, fez uma pequena fala.

"E é daqui o Médici também. O homem que pegou o Brasil em um dos momentos mais difíceis, quando alguns lutavam para tomar o poder a qualquer preço. Não conseguiram, vencemos aquela etapa", disse, elogiando o general que comandou um dos períodos mais repressores da ditadura militar no Brasil e que nasceu em Bagé.

Bolsonaro disse ainda não acreditar que o país possa voltar a momentos como os da ditadura militar porque onde "eles tiveram sucesso o povo perdeu", referindo-se aos militantes de esquerda.

"Não podemos esquecer o que aconteceu porque não queremos nos transformar no que a nossa Venezuela é e que parece que outro país está indo para o mesmo caminho", disse, sem citar a Argentina, a quem diz frequentemente que está no caminho de se tornar uma Venezuela desde a eleição à Presidência do país de Alberto Fernández, que formou com a ex-presidente Cristina Kirchner uma chapa de esquerda que saiu vitoriosa no ano passado.

A chegada de Bolsonaro em Bagé provocou aglomerações em frete ao aeroporto da cidade e na escola onde foi recebido. Ao sair do aeroporto, o presidente mostrou uma caixa de cloroquina à população que o esperava. O presidente tem creditado sua cura da Covid-19 ao medicamento, que não tem eficácia comprovada.

Bolsonaro ficou três semanas em isolamento por causa da doença. Na noite de quinta, admitiu, em live, que está com uma infecção no pulmão e tomando antibióticos.

Bolsonaro diz ter "mofo no pulmão" após Covid-19 e que está tomando antibiótico

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que está tomando antibiótico em decorrência de uma infecção a que está acometido após, segundo ele, ter sentido fraque e estar com "mofo no pulmão" depois de passar 20 dias em isolamento em decorrência da Covid-19.

"Acabei de fazer um exame de sangue, né, estava com um pouco de fraqueza ontem, acharam até um pouco de infecção também. Estou agora no antibiótico, deve ser... agora depois de 20 dias dentro de casa, a gente pega outros problemas. Eu peguei mofo, mofo no pulmão", disse Bolsonaro em transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Bolsonaro não deu detalhes sobre o tipo de infecção e disse que vai cumprir agenda de viagem na sexta-feira em Bagé, no Rio Grande do Sul. Nesta quinta pela manhã, o presidente teve a sua primeira agenda oficial de viagens desde então, visitando municípios no Piauí e na Bahia.

O presidente garantiu na transmissão pelas redes sociais que está curado da Covid-19, após ter afirmado no fim de semana que teve teste negativo para a doença. Ele havia anunciado em 7 de julho que teve teste positivo para o novo coronavírus.

"Estou curado da Covid, já tenho anticorpos, sem problemas", disse o presidente.

Bolsonaro agradeceu a Deus e à hidroxicloroquina, medicação sem eficácia comprovada cientificamente no tratamento da Covid-19, que disse ter sido receitada pelo médico da Presidência da República. Segundo ele, não é possível saber se foi coincidência ou não, mas o medicamento "funcionou" no seu caso.

Novamente, o presidente fez a defesa da droga, destacando que, embora não tenha comprovação da eficácia, também não há comprovação de que "não faz efeito". Para ele, não se deve desestimular aquilo que não se sabe.

Também nesta quinta-feira, o Palácio do Planalto informou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, teve resultado positivo em um teste de Covid-19 na quarta-feira e apresenta bom estado de saúde.

O Brasil é o segundo país do mundo mais afetado pela Covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos, com mais de 2,6 milhões de casos confirmados e 91.263 mortes devido à doença.

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Exportações de milho e soja dos EUA batem recorde em julho com demanda chinesa

FORT COLLINS, Colorado (Reuters) - Os portos dos Estados Unidos devem se manter bastante ativos na parte final deste ano, com compras agressivas de milho e soja pela China atingindo em julho níveis recordes para os tempos modernos e potencialmente máximas históricas, depois de mínimas de vários anos registradas pelas vendas externas na temporada anterior.

As recentes compras de milho norte-americano pelos chineses parecem superar as expectativas do mercado para o período, e as aquisições de soja para o ano que vem atingiram máximas de seis anos -- embora ainda haja um longo caminho para que as metas projetadas sejam batidas.

As vendas de milho e soja dos EUA para outros países continuam em linha com o normal, e os exportadores norte-americanos ainda precisam competir com rivais clássicos, como o Brasil.

É difícil comparar as exportações com anos muito distantes, de uma ou duas décadas atrás, já que os EUA perderam uma parcela significativa do mercado global de milho e soja no período. Os últimos anos são uma melhor comparação, pois refletem a dinâmica cada vez mais competitiva do mercado de exportações.

EXPLOSÃO DO MILHO

Neste mês, os EUA já estavam em ritmo recorde nas vendas de milho, acumulando 5,1 milhões de toneladas até 23 de julho -- na última década, as vendas totais de julho não costumavam ir muito além dos 5 milhões de toneladas. (https://tmsnrt.rs/33gWJot)

Mas vendas recordes para a China nos últimos dias ampliaram essa marca para mais de 7 milhões de toneladas. Na quinta-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês) anunciou uma compra de 1,937 milhão de toneladas de milho pela China para entrega no novo ano comercial, que começa em 1º de setembro.

Foi a terceira maior venda única de milho dos EUA já registrada e a maior já fechada com a China, superando uma maior marca anterior com os chineses de 1,762 milhão de toneladas em 14 de julho.

Em 23 de julho, as vendas de milho à China para a temporada 2020/21 totalizavam 3,8 milhões de toneladas. Com o registro de quinta-feira, o nível agora atinge 5,7 milhões de toneladas, ou 225 milhões de bushels, uma marca atipicamente alta para qualquer comprador neste período do ano.

O USDA vê as importações de milho pela China em 2020/21 em 7 milhões de toneladas, e parece que os EUA já asseguraram a maior parte desses negócios.

SOJA RENASCE

Até 23 de julho, as vendas de soja dos EUA no mês totalizavam 7,6 milhões de toneladas, o dobro da média de dez anos para o período e em nível muito superior ao visto nos meses de julho em outros anos. (https://tmsnrt.rs/2BNtyxU)

O USDA surpreendeu na quinta-feira ao comunicar ao mercado 3,34 milhões em vendas líquidas de soja da nova safra-- se somados negócios pela safra anterior, essa foi a mais forte semana de vendas da oleaginosa pelos EUA em mais de oito anos.

A China respondeu por 59% dessas compras, enquanto 37% foram para compradores não revelados.

A China e destinos desconhecidos (muitos dos quais provavelmente referem-se ao próprio país asiático) guiaram as fortes vendas de soja dos EUA neste mês, embora a comercialização para outros países tenha ficado em mínimas de cinco anos.

No Brasil, enquanto isso, as exportações de soja atingiram recordes impressionantes nos últimos meses, enquanto o país colhe no momento o que pode ser uma safra recorde de milho. Os embarques do cereal já começaram a ganhar ritmo e devem atingir o ápice nos próximos três meses.

A China representa mais de 75% das exportações de soja do Brasil, nível superior ao equivalente norte-americano antes da guerra comercial, de 60%. Mas os embarques brasileiros para outros compradores também bateram recordes.

Entre fevereiro e junho, o Brasil exportou 22% mais soja à China do que no recorde anterior para o período. Embarques para outros países foram 47% superiores à máxima anterior --e é importante que isso seja monitorado, porque se os negócios dos EUA com a China "secarem" ou as tensões entre os países escalarem, a oleaginosa norte-americana terá de procurar por outros destinos.

 

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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