Mercado de sementes fatura R$20 bi no país, mas tem prejuízo bilionário com pirataria e desrespeito à propriedade intelectual
Atualmente, o mercado de sementes no Brasil gera um lucro de cerca de R$ 20 bilhões, mas apesar do dado positivo, Mário Carvalho, CEO da SEEDCORP I HO, diz que esse resultado poderia ser ainda melhor se houvessem leis mais atualizadas e o combate à pirataria fosse mais duro no país.
Ele explicou que a maior parte desse mercado é representado pelas sementes de milho e soja, sendo que a oleaginosa possui uma demanda de 80% em sementes certificadas. O número é expressivo, já que essa porcentagem representa 46 milhões de sacas de sementes de soja.
"Todas as características futuras de uma lavoura começam na semente, por isso é essencial que o produtor rural busque por insumos certificados. Essas sementes possuem tecnologia que vão auxiliar no ciclo da lavoura e no manejo de resistência às pragas e doenças", considerou Mário.
O crescimento do mercado de sementes conta com 700 empresas, 8 mil engenheiros agônomos e 200 laboratórios credenciadas que fazem a certificação. Mesmo assim, o mercado paralelo persiste e as sementes piratas, além das sementes que são salvas por alguns produtores rurais, geram um prejuízo de R$ 3 bi. ao setor.
"O Brasil precisa de um marco regulatório legal atualizado, que acompanhe o agronegócio e que proteja a propriedade intelectual envolvida no desenvolvimento das cultivares. Esse valor que sai do mercado poderia estar sendo investido em novas pesquisas, o que por sua vez traria mais benefícios para os prórpios produtores rurais", analisou.
No caso dos produtores rurais que salvam suas sementes, Mário alertou que essa é uma prática que deve ser vista com muito cuidado. "Nem sempre essas sementes estão apropriadas, já que podem estar contaminadas com alguma doença e causar prejuízos lá no final da safra. O planejamento da lavoura começa na escolha das sementes, sendo que as certificadas possuem garantias que minimizam esses riscos", orientou.