Itaipu solta água e as barcaças de soja começam a descer pelo rio Paraguaí

Publicado em 22/05/2020 18:46 e atualizado em 23/05/2020 16:35
Entrevista com Neivo Fritzen, diretor da APS/Paraguay
Neivo Fritzen - Produtor Rural

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Itaipu solta água e as barcaças de soja começam a descer pelo rio Paraguaí

 

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Aumento do nível do rio Paraná libera barcaças com grãos, diz Itaipu

SÃO PAULO (Reuters) - O nível do rio Paraná subiu três metros nesta semana após abertura de vertedouro da hidrelétrica de Itaipu, permitindo movimentação de mais de 150 barcaças com grãos que estavam paradas devido a uma seca histórica que prejudica o transporte de grãos de Argentina e Paraguai, informou nesta sexta-feira a usina binacional, citando informações de armadores.

A estiagem prejudicou o transporte fluvial de 200 mil toneladas de soja produzida nos departamentos de Alto Paraná e Itapúa (Paraguai), o equivalente a 100 milhões de dólares em exportações.

"Foi um grande alívio e uma grande ajuda o fluxo de água que começou a liberar Itaipu", disse o vice-presidente do Centro de Armadores Fluviais e Marítimos do Paraguai, Juan Carlos Muñoz, segundo nota de Itaipu.

"Porque tínhamos 152 barcaças paradas havia 50 dias por causa da baixa do rio", explicou.

Para o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, a medida adotada por Itaipu para ajudar o Paraguai e a Argentina a escoar a safra vai permitir um alívio ao setor nos países vizinhos.

É pela hidrovia Paraguai-Paraná que passa grande parte da produção agrícola do Paraguai e da Argentina em direção aos portos de Buenos Aires e Montevidéu, no Rio da Prata.

Os primeiros comboios começaram a passar pela eclusa da barragem de Yacyretá (usina binacional pertencente ao Paraguai e a Argentina) já na terça-feira, destacou Itaipu.

A medida também facilitará a movimentação de barcaças vazias para embarcar aproximadamente mais 1,5 milhão de toneladas de soja, que representam mais 600 milhões de dólares, de acordo com Muñoz.

O vertimento deve durar até o final de maio, com a liberação (defluência média) de aproximadamente 8.500 metros cúbicos de água por segundo (considerando vazão turbinada e vertimento).

Itaipu passa a abrir comportas para apoiar escoamento de grãos da Argentina e Paraguai

SÃO PAULO (Reuters) - A hidrelétrica binacional de Itaipu passou a promover nesta semana aberturas controladas do vertedouro para liberar mais água, em movimento que visa aumentar o nível do rio Paraná, onde está instalada, para apoiar o escoamento da safra de grãos da Argentina e Paraguai em meio a uma seca na região.

A manobra inicial de abertura das comportas da usina, uma parceria entre Brasil e Paraguai, ocorreu na segunda-feira, durante quase nove horas, o que vai acontecer por 12 dias, disse nesta terça-feira a administração do empreendimento, em nota.

A iniciativa de Itaipu, controlada pela estatal brasileira Eletrobras e pela paraguaia Ande, segue-se a insistentes pedidos da Argentina depois que a falta de chuvas levou o rio Paraná ao menor nível em quase 50 anos.

O rio Paraná é a mais importante via de exportação de grãos da Argentina e o baixo nível de água tem reduzido a capacidade que cada navio pode transportar em carga, o que aumenta custos para o setor agrícola.

As comportas do vertedouro da hidrelétrica, a maior do mundo em geração de energia, não eram abertas há quase um ano.

No final de abril, Itaipu já havia aceitado aumentar sua vazão para tentar ajudar os argentinos, mas o movimento não havia sido suficiente para aliviar a situação do rio Paraná em meio à continuidade da seca que atinge a região desde meados do ano passado.

Agora, com a abertura do vertedouro, a usina poderá contribuir diariamente com uma vazão defluente média de 8,5 mil metros cúbicos por segundo, o que deve permitir que o nível do rio Paraná suba de 2 a 3 metros nos países vizinhos, segundo o superintendente de Operação de Itaipu, José Benedito Mota Junior.

Ele explicou que o movimento é necessário porque a demanda por eletricidade caiu fortemente tanto no Brasil quanto no Paraguai devido aos impactos do coronavírus sobre a economia, o que faz com que a usina binacional não consiga aumentar suficientemente a vazão apenas com a geração de energia.

Em nota, Mota estimou que o modo de operação agora em vigor deve auxiliar no escoamento "de mais de 200 mil toneladas de soja" argentina e paraguaia para o mercado exterior.

Isso deverá envolver um rebaixamento de entre 1,5 e 2 metros no nível do reservatório de Itaipu durante os 12 dias em que a manobra deverá ser repetida.

A operação nesse regime foi aprovada pelas chancelarias de Brasil e Paraguai e pelo conselho de administração da usina binacional. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) também participou das conversas.

Entre técnicos do setor que acompanharam as discussões, havia alguma resistência em se permitir a abertura do vertedouro em momento em que o Brasil ainda busca recuperar os reservatórios na região Sul, atingida pela mesma seca que atrapalha o escoamento da produção agrícola dos vizinhos.

A hidrelétrica de Yacyreta, um empreendimento binacional entre Argentina e Paraguai, também aprovou a liberação temporária de mais água para ajudar na elevação do nível do rio Paraná, conforme publicado pela Reuters mais cedo nesta terça-feira.

A Argentina, que é a terceira maior exportadora global de soja e líder mundial em embarques de farelo de soja, está perto de concluir a colheita da oleaginosa.

Argentina tem exportação de grãos impactada por colapso de margem no rio Paraná

BUENOS AIRES (Reuters) - Navios transportando cargas no rio Paraná, vital para as exportações de grãos da Argentina, têm precisado reduzir sua capacidade depois que um colapso em uma das margens do manancial obstruiu o canal de navegação, disseram exportadores à Reuters.

Trabalhos de dragagem estão sendo realizados agora no Paraná, ao sul do complexo portuário de Rosário, para tentar restaurar a profundidade da água necessária ao tráfego das exportações, mas atualmente não há estimativa sobre quando as operações normais na importante via de grãos podem ser retomadas.

"Os navios não podem partir porque eles não têm margem de segurança adequada", disse à Reuters o gerente da Câmara de Portos e Atividades Marítimas, Guillermo Wade, acrescentando que as embarcações precisam reduzir o peso levado em cargas para poder passar.

"Um navio geralmente carrega cerca de 50 mil toneladas de grãos. Estamos falando de 11 mil toneladas a menor por navio", estimou ele.

A Argentina é o terceiro maior exportador global de soja e milho e o principal fornecedor de farelo de soja utilizado como ração para animais da Europa ao Sudeste Asiático.

Os problemas nos embarques da Argentina podem mudar os fluxos de comércio global, com importadores buscando fornecedores rivais como o Brasil e os Estados Unidos.

Cerca de 80% das exportações agrícolas e agroindustriais da Argentina são enviadas pela região de Rosario.

O nível da água no rio Paraná já saiu para uma mínima em 50 anos, prejudicando o tráfego das exportações e causando perdas de 244 milhões de dólares à indústria local nos últimos quatro meses.

O colapso na margem do rio exacerba uma situação já difícil para o setor exportador de grãos argentino, que está em meio ao pico da temporada de exportações de soja e seus derivados e de milho, disse o chefe da câmara local e exportadores e processadores de grãos (CIARA-CEC), Gustavo Idigoras.

"Aqueles navios que já estavam em carregamento nos 32 terminais naquela área estão levando ainda menos (cargas) do que já estavam antes", disse ele.

China repudia apoio de EUA e outros países a Taiwan na OMS

GENEBRA (Reuters) - O embaixador chinês na Organização Mundial da Saúde (OMS) criticou nesta terça-feira o apoio demonstrado pelos Estados Unidos e outros a Taiwan durante a assembleia anual da entidade, e disse que o gesto está minando a reação global à pandemia de coronavírus.

Taiwan fez um lobby intenso para ser incluído como observador da reunião virtual de dois dias e recebeu grande apoio de EUA, Japão e outros, mas diz que não foi convidado devido à oposição da China.

"Ainda existem alguns países determinados a apelar pelas autoridades de Taiwan, violando seriamente resoluções relevantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e da OMS e minando os esforços globais antiepidemia", disse Chen Xu, o embaixador chinês, à assembleia virtual.

"A China protesta solenemente e se opõe firmemente a este comportamento".

Taiwan está impedido de ingressar em organizações da ONU, como a OMS, devido às objeções da China, que a considera uma província secessionista sem direito às benesses de um Estado soberano.

A OMS diz que está sujeita ao protocolo da ONU e que Taiwan só pode ser incluída em reuniões da OMS se os membros tomarem tal decisão.

Vários delegados protestaram contra a exclusão de Taiwan em seus discursos, incluindo o diplomata norte-americano veterano Howard Solomon em seus comentários finais, assim como os de Haiti e Paraguai.

Pouco depois do discurso do norte-americano, Chen minimizou os comentários, que qualificou de "agitação política", dizendo: "Esta conduta não é aceitável".

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, deve dizer na quarta-feira que a ilha continuará a lutar para participar ativamente de organismos globais, apesar do contratempo na OMS.

Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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