Após a crise, petróleo deve perder espaço no mercado de combustíveis, mas manterá protagonismo pelo seu alto valor agregado
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Após a crise, petróleo deve perder espaço no mercado de combustíveis, mas manterá protagonismo pelo seu alto valor agregado
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Em questão de meses, o petróleo teve uma grande flutuação de preços, saindo de patamares entre US$ 60 / 70, para os atuais US$ 20/30. A maior explicação para tamanha diferença é o coronavírus e o isolamento social como forma de diminuir o contágio pela doença. Com menor movimentação de pessoas, menos automóveis nas ruas. Além disso, na maioria dos países, é permitido apenas o trânsito de itens essenciais para a sobrevivência da população, o que significa uma drástica diminuição na logística global. Veja um breve resumo dessa história recente da commodity:
Segundo Flávio Inocêncio, professor especialista em gás e petróleo da Universidade Nova Lisboa, em Portugal, a grande variação de preços criou dois momentos distintos. Quando muito alto, atraiu a atenção de diversos investidores, o que não é necessariamente um ponto positivo já que são esses mesmos investidores que são prejudicados no atual momento de queda.
Além disso, o preço baixo atual torna a competição entre o mix de combustíveis muito complexa, o que irá moldar o futuro da commodity. "Após a crise, o petróleo deve perder o seu marketshare, que hoje é cerca de 30%. No entanto, continuará sendo um investimento atrativo, já que o petróleo possui alto valor agregado, como é o caso das indústrias de plástico e de insumos agrícolas", disse.
Com relação ao etanol de milho, Flávio diz que o biocombustível nunca foi muito competitivo, dependendo de auxílio do governo dos Estados Unidos para ter relevância. O mesmo não ocorre com o etanol brasileiro, que é produzido a partir da cana-de-açúcar e é mais competitivo devido ao posicionamento das usinas. "Acredito que o mercado de combustíveis terá um novo cenário daqui pra frente, com o petróleo se direcionando para outros setores e restabelendo seu valor agregado".