Circulação de produtos agrícolas em Canarana-MT volta ao normal após decreto municipal quase inviabilizar o escoamento da safra
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Entrevista com Marcos da Rosa - Vice-Presidente da Famato sobre a Quarentena não vai afetar o escoamento da safra
O artigo do decreto de medidas de restrições devido ao Covid-19, assinado no último domingo (22) pelo prefeito de Canarana, Fábio de Faria, que suspendia o escoamento de soja deve ser retirado nesta quarta-feira (25), de acordo com Marcos da Rosa, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).
De acordo com ele, houve uma reunião com o chefe do Executivo na manhã desta quarta-feira em que ficou decidida a eliminação do termo. A medida vem após duas multinacionais da área de grãos que operam na cidade obterem liminar na terça-feira para não cumprir o decreto.
O trecho da lei proibia o escoamento da produção, com possibilidade de aplicação de multa e cassação do alvará de funcionamento da empresa, caso houvesse descumprimento. a partir da publicação da lei, as empresas teriam 10 dias para realizar os processos necessários para adequação.
Segundo Rosa, antes da obtenção da liminar pelas duas empresas, em uma reunião com as sete tradings que operam em Canarana, foi proposto um termo ne responsabilidade no qual as elas se responsabilizariam por eventuais transmissões do Covid-19 por parte dos caminhoneiros. "As empresas não aceitaram isso, e aí, no fim da tarde, duas delas conseguiram a liminar para não cumprirem com o decreto".
Rosa afirma que, apesar do entendimento de que o econômico não pode se sobrepor à vida, a retirada do trecho do decreto vem para assegurar que o agricultor consiga pagar os custos de produção e que o alimento chegue à mesa das famílias.
Canarana altera decreto sobre coronavírus para permitir transporte de grãos
SÃO PAULO (Reuters) - A cidade de Canarana, em Mato Grosso, vai modificar um decreto que paralisava grande parte dos serviços locais, revertendo especificamente um inciso que impedia tradings de escoar grãos para fora da cidade, disse o prefeito nesta quarta-feira.
O prefeito Fábio de Faria afirmou à Reuters por telefone que a decisão foi tomada após uma reunião com um sindicato rural, que pediu autorização para que os grãos pudessem ser transportados. Uma nova versão do decreto deve ser publicada até o final do dia, segundo ele.
Antes da decisão de alterar o decreto, Faria e grandes tradings, como a norte-americana Cargill, a francesa Louis Dreyfus e a chinesa Cofco, negociavam um período de dez dias para adaptação à medida.
O prefeito disse que esse período não será mais necessário, uma vez que o novo decreto permitirá que as empresas continuem escoando os grãos sem restrições.
Faria acrescentou que as tradings se comprometeram a novos protocolos sanitários para proteger as pessoas envolvidas no comércio e carregamento dos grãos.
Cerca de 2 mil caminhões devem passar pela cidade nos próximos dez dias, trabalhando para escoar a soja que ainda está nos campos, disse o prefeito, acrescentando que as empresas assumiram o compromisso de testar os caminhoneiros para o coronavírus.