"Não se deixem enganar; estamos em guerra e a hora é de união de todos", alerta Roberto Rodrigues

Publicado em 21/03/2020 10:15 e atualizado em 21/03/2020 15:37
Roberto Rodrigues analisa os impactos da pandemia sobre o Agro, e reafirma: o Agro do Brasil é a solução, "mas precisamos entender que só sairemos da crise com a união de todos... de todos!", frisa o professor da FGV
Roberto Rodrigues - Coordenador do Centro do FGAgro

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Prof. Roberto Rodrigues analisa os impactos da pandemia

 

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A sexta-feira começou com boas notícias da ciência - descoberta da hidroxicloroquina como remédio eficaz para deter o coronavírus - e da área economica, com a volta da produção na China. "São boas notícias mas não o suficiente para fazernos esquecer da gravidade da situação", alerta o professor Roberto Rodrigues.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, direto da fazenda Sta Isabel, em Guariba (interior de SP), o professor da FGV aponta o que ele próprio fazer para enfrentar a pandemia. "Vou trabalhar muito, mas muito mais; não é hora de desânimo e de pessimismo; somos a solução, o Agro brasileiro vai fazer e está fazendo a sua parte".

Roberto Rodrigues diz que nunca viu em seus 78 anos crise tão grave como a da pandemia -- uma conjunção de crise sanitária, com crise economica e social, impactando na pior delas, que é a crise politica.

-- Agora é a hora de os brasileiros saberem que o problema é de todos; e só vamos sair da encrenca com a união de todos, independente de suas ideologias e crenças;

-- "é preciso que sejamos patriotas e de nos unirmos em torno de nossas lideranças politicas, desde as municipais, passando pelas estaduais e, principalmente, o Governo Federal.

-- "Estamos todos no mesmo barco, e a hora é de união e de patriotismo", frisou Roberto Rodrigues (veja a entrevista acima).

Economia do Brasil pode retrair 4,4% em 2020 por coronavírus, estima FGV

SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira poderá ter contração de 4,4% em 2020 sob efeito dos impactos da crise do coronavírus, estimou a Fundação Getulio Vargas (FGV), com riscos de a atividade ainda sentir efeitos negativos "significativos" até 2023.

Essa previsão é resultado de cálculo considerado mais "realista" pela FGV que, baseado em modelos econométricos, leva em conta os mecanismos de propagação doméstico e externo operando simultaneamente.

Esse cenário reflete a junção de outros dois. O primeiro simula impactos como os vistos durante a greve dos caminhoneiros, de meados de 2018. Nesse caso, a variação do PIB em 2020 seria zero. "Tal cenário é muito improvável, sendo visto como piso para os efeitos da atual crise", disse a FGV no estudo.

Já o segundo cenário considera um quadro em que apenas o canal externo da crise está operante, com a magnitude baseada em informações dos eventos da crise financeira global de 2008. O PIB cairia 2,5% em 2020 nessa conta.

A junção desses dois cenários, com impacto aumentado, é o que a FGV classifica como "mais realista".

"Premissas bem razoáveis sobre como estes dois canais operarão no Brasil sugerem que a crise terá um custo econômico bastante alto", afirmou a instituição. "Este custo será tão menor quanto mais rápido houver uma normalização nos principais mercados internacionais e quanto melhor o governo brasileiro, nos seus diversos níveis, mostrar-se capaz de gerir a crise de contágio doméstico", acrescentou.

"O caráter altamente não linear da epidemia mostra que medidas corretas e tempestivas devem ser tomadas para evitar uma perda de bem-estar muito grande", finalizou a FGV.

Várias instituições financeiras têm revisado para baixo suas projeções para a economia neste ano, com boa parte prevendo retração do PIB. Pela mais recente pesquisa Focus, o mercado ainda esperava crescimento de 1,68%.

Economia global já está em recessão, indica pesquisa global do JP Morgan

  • Pessoas caminham em rua de compras esvaziada com lojas fechadas em Bruxelas, Bélgica 20/03/2020 

BENGALURU (Reuters) - A economia global já está em recessão, conforme o impacto sobre a atividade econômica da pandemia de coronavírus se tornou mais generalizado, de acordo com economistas consultados pela Reuters em meio a uma série de ações de estímulos de bancos centrais nesta semana.

A disseminação da doença causada pelo vírus, a Covid-19, tem levado os mercados financeiros a entrarem em parafuso a despeito de algumas das maiores medidas de estímulo desde a crise financeira anunciadas por dezenas de bancos centrais na Europa, Américas, Ásia e Austrália.

O pânico ficou evidente em ações, títulos, ouro e preços de commodities, sublinhando as expectativas de graves danos econômicos decorrentes do surto de coronavírus.

Mais de três quartos dos economistas das Américas e da Europa entrevistados nesta semana, 31 de 41, disseram que a atual expansão econômica global já havia terminado, em resposta a uma pergunta sobre se a economia global já estava em recessão.

"Na semana passada, concluímos que o choque Covid-19 produzirá uma recessão global à medida que quase todo o mundo sofrerá contração entre fevereiro e abril", observou Bruce Kasman, chefe de pesquisa econômica global do JP Morgan.

"Não há mais dúvida de que a maior expansão global já registrada terminará neste trimestre. A questão chave agora é medir a profundidade e a duração da recessão de 2020."

As previsões de crescimento para os piores cenários estimadas há apenas algumas semanas em alguns casos já estão no cenário central para economistas do setor privado nas pesquisas da Reuters.

"As notícias em evolução sobre o Covid-19 provocaram 'saltos de previsão', com economistas e estrategistas diminuindo repetidamente suas previsões. Entre as três grandes economias, os Estados Unidos e a zona do euro terão um crescimento negativo, enquanto espera-se que o crescimento da China chegue a 1,5% ", disse Ethan Harris, chefe de economia global do BofA.

A perspectiva é de que a economia global aumentará 1,6% este ano, quase metade dos 3,1% previstos na pesquisa de janeiro e a mais fraca desde a crise financeira global de 2007 a 2009. As previsões para o PIB global para 2020 variaram de -2,0% a + 2,7%.

"Consistente com isso, nossos economistas agora esperam recessões na Europa, Japão, Canadá e possivelmente nos Estados Unidos", afirmou a equipe de pesquisa econômica da Goldman Sachs.

  • Linha de montagem de automóveis em fábrica de Liuzhou, na China 19/06/2016 

Economia da China está se normalizando, mas riscos permanecem, diz FMI

WASHINGTON (Reuters) - A economia da China está começando a mostrar alguns sinais de normalização após o grande impacto causado pelo coronavírus, mas os riscos permanecem, afirmaram autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) em um blog sobre o impacto econômico da pandemia.

A maioria das grandes empresas chinesas reabriu e muitos funcionários locais voltaram ao trabalho, mas as infecções podem aumentar novamente à medida que as viagens nacionais e internacionais forem retomadas, disseram as autoridades do FMI.

Surtos em outros países e oscilações no mercado financeiro podem fazer com que consumidores e empresas sejam cautelosos com os produtos chineses, no momento em que a economia está voltando a rodar, disseram eles.

O coronavírus, que infectou 250 mil pessoas e matou mais de 10 mil, causou estragos na economia global. Na China, a desaceleração no primeiro trimestre será significativa, deixando uma marca profunda para o resto do ano, disse o FMI.

"O que começou como uma série de paradas repentinas na atividade econômica rapidamente se espalhou pela economia e se transformou em um choque total, impedindo simultaneamente a oferta e a demanda", disse o blog do FMI, destacando os dados muito fracos da produção industrial e das vendas no varejo de janeiro e fevereiro.

Mas o FMI afirmou que a resposta da China até agora mostra que as políticas corretas fizeram diferença no combate à doença e na mitigação de seu impacto, embora com duras consequênciaas econômicas.

Para atenuar o choque simultâneo causado a famílias, empresas, instituições financeiras e mercados, os parlamentares chineses rapidamente intervieram, direcionando o apoio a famílias e pequenas empresas vulneráveis, renunciando a taxas de previdência social, contas de serviços públicos e canalizando crédito por meio de empresas de tecnologia.

Eles também organizaram crédito subsidiado para estimular o aumento da produção de equipamentos médicos, apoiaram os mercados interbancários e ajudaram empresas sob pressão, disse o blog.

As autoridades também trabalharam em estreita colaboração com os bancos, incentivando-os a emprestar a empresas menores e fornecendo cortes direcionados às taxas de compulsório, enquanto continuaram a emprestar generosamente a empresas maiores e companhias estatais, disse o FMI.

Dados os riscos econômicos em curso, as autoridades chinesas precisam estar prontas para continuar apoiando o crescimento e a estabilidade financeira, se necessário, e coordenando medidas internacionalmente, devido à natureza global do surto, disse o FMI.

Uma oportunidade para coordenar a resposta internacional seria através das 20 principais economias do mundo (G20), mas divisões dentro do grupo poderiam minar essas perspectivas, disseram especialistas.

Economia não pode parar por coronavírus ou se aproximará da catástrofe, diz Bolsonaro

  • BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, em videoconferência com empresários sobre a pandemia de coronavírus, que a economia brasileira não pode parar ou "a catástrofe se aproximará de verdade".

A declaração do presidente foi feita pouco depois do anúncio de um forte corte na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Bolsonaro frisou que não procedem "decisões" de autoridades locais que visam o fechamento de aeroportos ou estradas, que teriam enorme impacto econômico, e disse que o governo mantém contato com secretários estaduais sobre o assunto.

"A economia não pode parar. Afinal de contas, não basta termos meios, se não tivermos como levá-los ao local onde serão usados, bem como os profissionais têm também que se fazer presentes nesses locais", disse o presidente.

"Então estamos acertando para que um Estado não aja diferente dos outros e que não bote em colapso o setor produtivo", disse.

"Não adianta produzir num lugar se não tem onde entregar no outro. E o Brasil precisa continuar se movimento, mexendo com a sua economia, senão a catástrofe se aproximará de verdade", disse, acrescentando que a Constituição garante "em grande parte" ao Executivo a prerrogativa de decidir pelo fechamento de aeroportos e rodovias.

Bolsonaro iniciou a videoconferência com represetantes do setor privado após o Ministério da Economia anunciar corte na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2020 a 0,02%, ante alta de 2,1% indicada há dez dias, numa mostra da rápida deterioração das expectativas em meio ao avanço do coronavírus e seu dramático impacto na economia. [nL1N2BD1GG]

O presidente aproveitou para anunciar que o Congresso "em comum acordo" abriu mão de 8 bilhões de reais em emendas individuais e de bancadas, de forma a destinar os recursos ao Ministério da Saúde para o enfrentamento da epidemia.

Voltou a afirmar, ainda, que não se pode agir com histeria na crise relacionada à nova doença.

"Desde o começo, eu, como estadista, tenho falado ao Brasil: 'não podemos entrar em pânico, temos que tomar as medidas que forem necessárias, mas sem histeria'. Este é o exemplo que eu procuro dar em todas as ações que eu tenho falo para frente", disse.

"Temos quase 12 milhões de desempregados no Brasil. Este número vai crescer, mas se crescer muito, outros problemas colaterais surgirão", afirmou.

 
Fonte: Notícias Agrícolas

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