Entidades representativas do agronegócio gaúcho se reúnem para minimizar prejuízos causados pela estiagem

Publicado em 10/03/2020 10:42 e atualizado em 10/03/2020 17:32
Representantes definiram enquadramento para o acesso a R$ 4,8 bi. de custeio
José Domingos Teixeira - Coordenador do Núcleo da Aprosoja de Tupanciretã

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Reunião para solucionar a crise da estiagem gaúcha

 

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A falta de chuvas esta causando graves prejuízos para os produtores rurais gaúchos, tanto para a safra de soja quanto para a safra de milho. A situação chegou a tal ponto que entidades representativas do agronegócio se reuniram na Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), para definir uma ação coordenada que tem como objetivo suavizar as perdas.

Segundo José Domingos Teixeira, Coordenador do Núcleo da Aprosoja de Tupanciretã, 225 mil produtores que buscaram linhas de crédito governamentais estão em situação complicada no estado, com um percentual de quebra em 45% para a safra de soja. Dessa forma, as entidades definiram algumas condições de enquadramento para que esses produtores tenham acesso a um custeio de R$ 4,8 bilhões.

O primeiro critério esta no ponto de corte de quebra da safra, que deve ser acima de 20%. Um segundo ponto é que as parcelas das dívidas, que foram buscadas pelas linhas de crédito governamentais e que estejam vencendo ou a vencer no ano vigente, sejam renegociadas por 10 anos com os juros pactuados, ou seja, os mesmos já definidos nos contratos das linhas de crédito.

José Domingos teixeira explicou também que, dentre 2003 e 2009, R$ 14 bilhões foram captados pelos produtores rurais para fazerem novos investimentos, sendo que deste montante, pouco mais de R$ 3 bi estão vencendo ou a vencer no ano vigente.

Veja também:

>> Estiagem no Rio Grande do Sul já reduz capacidade produtiva da soja em 35% e milho cai até 70%

Seca reduz em 16% safra de soja do RS e em 21% a de milho; novas perdas à vista

SÃO PAULO (Reuters) - A estimativa da safra de soja do Rio Grande do Sul, tradicionalmente o terceiro produtor do Brasil, foi reduzida em 16% nesta terça-feira, para 16,5 milhões de toneladas, por efeitos da seca que atingiu o Estado na temporada 2019/20, segundo pesquisa da Emater-RS.

A produção de milho do Rio Grande do Sul, que planta o cereal somente na primeira safra, sendo normalmente o principal produtor nacional do grão na colheita de verão, foi estimada em 4,7 milhões de toneladas, queda de 21% ante a projeção inicial, segundo a Emater, o órgão oficial de estimativas.

A falta de chuva também afetou as safras de feijão e de arroz, em menor escala. Mas o tempo seco indica ainda riscos para as safras de verão, apontou o secretário Estadual da Agricultura, Covatti Filho.

"Nós vemos algumas perdas muito significativas, em decorrência da estiagem, que ainda deixa o Rio Grande do Sul em alerta", disse ele, durante a feira Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS).

"Podemos ter ainda um agravamento dessa estiagem nos próximos dias, que apresentam uma expectativa de previsão do tempo sem chuvas e que poderá transformar essa estiagem em seca, agravando ainda mais os reflexos negativos na safra de verão", disse ele, segundo comunicado.

O Rio Grande do Sul é um dos poucos Estados a apresentarem problemas com a seca neste ano, enquanto outras regiões têm registrado chuvas abundantes que estão impulsionando as produtividades da soja e garantindo uma safra recorde da oleaginosa até o momento, de acordo com analistas.

Até meados do mês passado, algumas consultorias viam a safra do Brasil, maior exportador mundial de soja, que deve se consolidar também como maior produtor em 2019/20, acima de 125 milhões de toneladas.

Com os problemas da seca, o Rio Grande do Sul deverá perder para Minas Gerais o posto de maior produtor de milho na primeira safra --essa colheita, aliás, tem ajudado indústria de carnes, diante de estoques apertados do cereal que impulsionaram os preços recentemente.

No caso da soja, em comparação com a safra passada (2018/19), a estimativa indica redução de 10% na produção, por ora.

Ainda assim, esta será ainda a quinta maior safra de verão da história do Rio Grande do Sul, segundo a Emater.

Os efeitos da estiagem também afetaram as demais culturas de verão, como o feijão e o arroz.

A estimativa de safra de arroz já sofreu redução de 1,5%, para 7,4 milhões de toneladas, disse a Emater.

(Por Roberto Samora)

Por: João Batista Olivi e Ericson Cunha
Fonte: Notícias Agrícolas

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