Consumo per capita de peixes no Brasil praticamente dobrou nos últimos 10 anos , mas ainda está abaixo da média mundial
Podcast
Aquicultura - Entrevista com Altemir Gregolin - Ex-ministro da Pesca, Professor da FGV e Presidente do IFC
A demanda por pescados no Brasil vem aumentando nos últimos dez anos, no entanto o consumo ainda está a baixo da média mundial que é de 20 kg por habitante ao ano. Para discutir a respeito do setor está acontecendo o Congresso International Fish Congress (IFC), em Foz do Iguaçu/PR, que reúne representantes de todos os elos da cadeia produtiva.
De acordo com o Ex-ministro da Pesca, Professor da FGV e Presidente do IFC, Altemir Gregolin, reunir todos os elos do setor da pesca é muito importante para tornar a cadeia competitiva e sustentável. “Nós estamos contando neste congresso com empresários, agentes do mercado, produtores e prestadores de serviço”, afirma.
A produção está crescendo nas últimas décadas com algumas espécies que são comuns no Brasil, como no caso da tilápia e peixes amazônicos. “À medida que o consumo vem aumentando acaba influenciando a criação de mais espécies, mas é a tilápia que apresenta o maior crescimento devido o mercado estar mais consolidado”, comenta.
Para conquistar mais mercado, o setor precisa de uma ração de melhor qualidade e de espécies com melhoramento genético. “Esse é um dos gargalos que qualquer cadeia de proteína animal enfrenta. Outro problema é na indústria, em que é necessário ter melhores cortes e ter alternativas de subprodutos para poder baratear o preço final para o consumidor”, destaca.
Gregolin ressalta que os Brasileiros ainda não têm o costume de comer pescados semanalmente, tendo em vista que temos alternativas de proteínas animais. Além disso, os pescados são precificados acima da média de outras carnes. “Nós precisamos ter uma competitividade melhor e reduzir o preço final ao consumidor, para assim, ampliar o mercado”, diz a liderança.
Dependendo da localidade, o consumo de pescados por habitante chega a ser de 4 kg por ano, como é o caso do Rio Grande do Sul. Por outro lado, no estado do amazonas que conta com muitos rios a média de consumo fica em torno de 50 kg por habitante ao ano.