Para especialista chinês, benefícios do Brasil com a guerra comercial são de longo prazo

Publicado em 11/09/2019 09:09
Para presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, acordo ainda está distante entre chineses e americanos, o que traz uma nova boa perspectiva para a demanda pelos produtos brasileiros, especialmente a soja que começa a ser plantada agora.
Charles Tang - Chairman da Câmara de Comércio Brasil-China

Podcast

Entrevista com Charles Tang - Chairman da Câmara de Comércio Brasil-China

 

Download
 

A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China vai proporcionar diversos benefícios ao Brasil ao longo prazo e a tendência é que a relação de Brasil e China fique mais próxima cada vez mais.  Diante desse cenário, as perspectivas são muito boas com a demanda de produtos brasileiros, especialmente a soja.

De acordo Chairman da Câmara de Comércio Brasil-China, Charles Tang, eventos como congresso são muito importantes para redefinir estratégias e passar o conhecimento para o público em geral. “Eu sou muito otimista com o setor agrícola e contamos com uma ministra muito eficiente que tem ajudado esse comercial a ficar mais estreito”, afirma.

O especialista ainda destaca que o consumo vai continuar crescendo em função dessa briga comercial. “A economia chinesa e brasileira são complementares, a China é o mercado e o Brasil é o produtor. Já o Brasil e os Estados Unidos são concorrentes, se o país asiático compra mais dos americanos vai consumir menos do Brasil e vice e versa”, ressalta.

A guerra comercial comprometeu os fazendeiros americanos que lutaram durante décadas para conquistar o maior mercado do mundo. “Em um minuto essa confiança acabou. A confiança é como um vaso, depois que quebra é difícil colar. Eu acredito que o benefício para o Brasil é de longo prazo, pois nenhum governo chinês vai permitir que o povo chinês passe fome quando o Donald Trump estiver de mau humor”, comenta.

No caso da demanda por alimentos na China, Tang aponta que a tendência é de crescimento no consumo, em que mais de 300 milhões de pessoas vão sair do campo para os centros urbanos até 2030. “Em novembro do ano passado, a JBS assinou um contrato de mais de 5 bilhões de dólares para exportar carne bovina”, diz.

Outro fator que o Chairman destaca é que os brasileiros precisam saber comercializar melhor os produtos. “Quando a China saiu da linha de pobreza passou a tomar café suíço e outros países que não cultivam café. Nós precisamos aprender como vender mais e ter mais produtos de valor agregado”, relata.

Por: Carla Mendes e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

IZ celebra dia do Zootecnista, profissional essencial para a produção animal
Estoques de óleo de palma da Malásia atingem máxima em 6 meses em abril, após aumento da produção
K+S da Alemanha espera força do potássio após evitar tarifas
Relatório de Fertizantes da StoneX aponta tendências do mercado global
Ministro Fávaro se reúne com autoridades agrícolas na China
Conexão Campo Cidade discute acordo entre EUA e China e papel do Brasil no atual cenário do mercado global