Agro Brasileiro apresenta plano de governo com perfil "desenvolvimentista" e quer comprometimento de candidatos à presidência
O que o agronegócio quer do novo presidente (por MAURO ZAFALON, da FOLHA)
Ao contrário de anos anteriores, o agronegócio reuniu as principais entidades do setor e está apresentando um estudo conjunto para os presidenciáveis nesta eleição de 2018.
O chamado Conselho do Agro, que tem 18 entidades associadas, elencou dez dos principias problemas que devem ser resolvidos para que o país realmente passe a exercer um papel preponderante na produção de alimentos e de energia nas próximas décadas.
As sugestões desse estudo vêm da cadeia agrícola, além de entidades industriais e de serviços voltadas para o agronegócio.
Na avaliação dos analistas dessas entidades, avançam as práticas protecionistas internacionais, mas o mundo vai exigir do Brasil um aumento substancial de alimentos.
Eles deixam claro que as propostas do setor não são um rosário de queixas, mas um mapa para o futuro.
Macroeconomia O estudo indica que é importante um aprimoramento do ambiente de negócios e da política agrícola. Reduzir gastos, dar continuidade às reformas, modernizar o sistema tributário e eliminar tributos incidentes sobre as exportações e investimentos no agronegócio.
Política agrícola Deve agilizar o fortalecimento e fomento dos programas de gestão de risco da atividade. Ter diretrizes de médio e de longo prazos. Entre essas políticas, o setor destaca a modernização do financiamento e a melhora nos programas de garantia de renda aos produtores.
Mercado externo Posicionar o agronegócio como um ativo do Brasil nas relações comerciais com o mundo. São necessárias visões estratégicas para os grandes mercados como China, Estados Unidos e Aliança do Pacífico. É preciso ainda, segundo o estudo, a busca de uma diferenciação dos produtos e imagem da agropecuária brasileira no exterior.
Sustentabilidade Entre as propostas no setor estão a de adequar a regra do licenciamento à atividade agropecuária, a de ter uma política de pagamento pelos serviços ambientais e a de regulamentar o uso dos biomas.
Segurança jurídica É de importância fundamental para o fortalecimento do agronegócio, segundo o estudo. Questões fundiárias, trabalhistas e criminalidade no campo são pontos de destaque.
Tecnologia e inovação São fatores fundamentais para a concretização dos aumentos da produção, do consumo e da exportação. Segundo os analistas do conselho, é preciso superar as barreiras que impedem a conectividade de alta qualidade em todo o país.
Logística A lista de reivindicações é longa e passa pelos setores rodoviário, ferroviário, portuário e hidroviário. Entre elas, estão a implementação de rotas de escoamento e a viabilização dos investimentos nos diversos setores de transporte e de armazenagem.
Defesa agropecuária Na avaliação das entidades, o ambiente regulatório está em descompasso com a evolução do agronegócio. É necessária uma reavaliação dos procedimentos nos serviços oficiais, além de modernizar e harmonizar os sistemas de informação.
Educação e assistência São ferramentas indispensáveis para a transferência de tecnologia. O governo deverá ampliar e aprimorar o sistema educacional, principalmente nos municípios. Os estudos devem conter disciplinas focadas em gestão econômica e financeira do agronegócio, além de ampliar programas de qualificação profissional.
Agroenergia No setor de biocombustível, regulamentar o Renovabio (Política Nacional de Biocombustíveis), realizar reforma tributária no setor de etanol e promover crescimento gradual da mistura de biodiesel. Além disso, viabilizar uma maior participação da biomassa nos leilões de energia.