Soja brasileira merece um prêmio por não usar uréia na produção
O Dr. Segundo Urquiaga, da Embrapa Agrobiologia, conversou com o Notícias Agrícolas a respeito das pesquisas para fixar o nitrogênio de forma biológica no solo brasileiro por meio de rizóbios, o que gera a chamada inoculação.
A pesquisa foi iniciada pela Dra. Johanna Döbereiner, que trabalhou na Embrapa Agrobiologia de Seropédica e continuada por Urquiaga, que visou levar as ideias desenvolvidas para os produtores Brasil afora.
Ele lembra que a soja é uma cultura "exótica" e, originalmente, de clima temperado. Contudo, Döbereiner observou que seria possível produzir a oleaginosa em outras áreas do país, como ocorre hoje. Todo o nitrogênio que a planta precisa vem do ar.
Passados 50 anos dos esforços de Döbereiner, Urquiaga avalia que o Brasil economiza mais de R$13 bilhões por ano ao não utilizar fertilizantes em excesso como a ureia em sua produção. Além disso, essa não-utilização reflete positivamente no meio ambiente.
Ele também destaca que, se não fossem essas pesquisas, o Brasil estaria comendo uma proteína animal muito cara.
Para o pesquisador, o caminho para o futuro é aumentar o uso dos inoculantes em outras culturas, bem como duplicar a produção de soja atual com a mesma quantidade.