Referência mundial, pesquisador quer transferir conhecimento do cerrado brasileiro para a África

Publicado em 15/08/2018 09:11
Pedro Sanchez supervisionou programas de pesquisa em mais de 25 países da América Latina, Sudeste Asiático e África. Ele é o laureado do Prêmio Mundial de Alimentação de 2002, membro do MacArthur 2004, e foi eleito para a Academia Nacional de Ciências dos EUA em 2012 por sua "liderança em pesquisa para a gestão do solo para a melhoria da produção de alimentos no mundo tropical". Entrevista a João Batista Olivi e Pedro Braga, no Congresso Mundial de Ciência do Solo
Pedro Sanchez - Professor PhD da Universidade da Flórida

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"Errados?! Vocês, brasileiros, são formidáveis, isso sim!", diz Pedro Sanchez

 

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Pedro Sanchez, professor PhD da Universidade da Flórida, conversou com o Notícias Agrícolas durante o Congresso Mundial de Ciência do Solo a respeito de seu trabalho com a agricultura na África e também sua visão sobre a agricultura no Brasil, em especial, no cerrado brasileiro.

Sanchez supervisionou programas de pesquisa em mais de 25 países da América Latina, Sudeste Asiático e Àfrica. Ele é o laureado do Prêmio Mundial de Alimentação de 2002, membro do MacArthur 2004, e foi eleito para a Academia Nacional de Ciências dos EUA em 2012 por sua "liderança em pesquisa para a gestão do solo para a melhoria da produção de alimentos no mundo tropical".

Na visão do professor, a África, em conjunto com a América do Sul, sobretudo Brasil e Argentina, tem potencial para, futuramente, alimentar o mundo. Ele é reconhecido pelo seu trabalho realizado nos solos ácidos do continente africano, transformando estes ambientes em áreas mais produtivas.

Ele é amigo pessoal do ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, com o qual participou de trabalhos para desbravar o cerrado brasileiro. Agora, há um plano de transferir grande parte da tecnologia do cerrado para as savanas da África. Nesta transferência estão envolvidos os conhecimentos técnicos e a vinda de jovens cientistas africanos ao Brasil para aprender essa agricultura de forma prática.

Conhecedor da agricultura brasileira há 40 anos, ele diz achar a situação "formidável" nos termos atuais. O cerrado, segundo ele, é o sistema mais sustentável por abrigar a integração lavoura-pecuária-floresta. Contudo, ele alerta que nada é sustentável a longo prazo.

Neste momento, ele aconselha os produtores a manter a reserva biológica que existe no cerrado e procurar expandir a produção por meio da produtividade - e não das terras.

Sanchez também diz que "não há nenhum defeito para apontar" na agricultura brasileira. Entretanto, ele defende a prevenção e a diversificação da floresta de eucaliptos no cerrado.

 

  Pedro A. Sanchez é professor de pesquisa de solos tropicais no Departamento de Ciências do Solo e da Água da Universidade da Flórida e do corpo docente do Instituto de Sistemas Alimentares Sustentáveis. Anteriormente, foi Diretor do Centro de Agricultura e Segurança Alimentar do Instituto da Terra da Universidade de Columbia, Diretor do World Agroforestry Center, co-presidente da Força-Tarefa da Fome do Projeto do Milênio das Nações Unidas e diretor do Projeto Millennium Villages. Ele viveu em Cuba, Filipinas, Peru, Colômbia e Quênia e supervisionou programas de pesquisa em mais de 25 países da América Latina, Sudeste Asiático e África. Ele é o laureado do Prêmio Mundial de Alimentação de 2002, membro do MacArthur 2004, e foi eleito para a Academia Nacional de Ciências dos EUA em 2012 por sua "liderança em pesquisa para a gestão do solo para a melhoria da produção de alimentos no mundo tropical".

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Veja mais:

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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