Na guerra pela soja quem vai pagar o pato é o frango, alerta ministro

Publicado em 24/07/2018 08:55
Na entrevista, ministro lembra que ainda tem 6 meses à frente da Pasta, mas que as dificuldades não o deixam feliz. Sua esperança é a renovação nas próximas eleições. "Se o povo brasileiro assim quiser".
Blairo Maggi - Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Na guerra pela soja quem vai pagar o pato é o frango, alerta ministro

 

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O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas que o Brasil pode ter perdas com a questão comercial entre Estados Unidos e China.

Na opinião do ministro, o país teria ganhos se os preços em Chicago estivessem por volta dos US$11/bushel. Contudo, houve uma diminuição de negócios na bolsa norte-americana e os prêmios pagos aos produtores brasileiros, na visão de Maggi, não compensam.

Desta forma, a soja brasileira deve ficar mais cara em relação à soja dos Estados Unidos, o que também afeta o preço da ração e o esmagamento de soja. Isso é um problema para os setores da avicultura e da suinocultura, nos quais os produtores já estão perdendo dinheiro.

A torcida, portanto, é por um encerramento da guerra comercial. O ministro também pede paciência "para que não haja uma quebradeira geral no setor".

Ele destacou ainda o lançamento de um selo de qualidade para os produtos acabados. Assim, o consumidor poderá acessar as informações da produção agrícola a partir de um QRCode, com o objetivo de criar mais confiabilidade entre consumidor e produtor.

Na avaliação de sua atuação dentro da pasta, Maggi apontou que sempre procurou trabalhar com a visão do agricultor. Ele também aposta em uma renovação nas próximas eleições.

Veja ainda:

>> Segundo semestre deverá ser de recuperação para suínos e frangos, diz diretor da ABPA

Guerra comercial EUA x China não serve em nada ao Brasil, diz Maggi

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi taxativo ao avaliar o conflito comercial entre Estados Unidos e China. "Para o Brasil, guerra comercial não serve para nada", disse a jornalistas durante o Global Agribusiness Forum (GAF 2018) nesta segunda-feira (23/7). Recentemente, os chineses aplicaram taxas adicionais a algumas commodities agrícolas norte-americanas, como a soja, em retaliação a medidas tarifárias adotadas pelo presidente americano, Donald Trump.

Maggi lembrou que os preços da oleaginosa na Bolsa de Chicago (CBOT) caíram de US$ 11 por bushel para o patamar de US$ 8,50 por bushel devido a especulações quanto a possível redução da demanda chinesa. "Sem os grãos dos EUA, os compradores vão importar mais do Brasil, mas jamais pagarão a diferença de preço que perdemos nas cotações da CBOT", disse.

Rússia

Blairo Maggi também comentou o embargo russo à carne suína e bovina do Brasil. As restrições foram anunciadas em dezembro, quando autoridades sanitárias da Rússia afirmaram ter encontrado ractopamina – substância que promove o crescimento muscular dos animais – na carne suína brasileira. Os produtos são legais no Brasil, mas o acordo comercial com a Rússia prevê que a produção vendida para o país não contenha essas substâncias.

Uma comissão técnica brasileira chega nesta segunda-feira à Rússia para tentar reverter a interdição à carne brasileira. Maggi disse que pretende ainda fazer com que o presidente Michel Temer discuta o assunto com o mandatário russo, Vladimir Putin, durante a cúpula do Brics, marcada para esta semana na África do Sul. O Brics é um grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.

'Peço ao que acreditam no comércio como força do bem para falarem', afirma Roberto Azevêdo, diretor-geral da OMC

O diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevêdo falou nessa quarta-feira sobre o aumento da tensão e das preocupações relacionadas à guerra comercial, que ameaças o comércio global. O brasileiro disse que "agora é a hora" para se falar sobre as questões comerciais. 

"Quer você chame ou não uma guerra comercial, certamente os primeiros tiros foram disparados", afirmou o brasileiro durante a reunião dos membros OMC.

Sem citar os Estados Unidos, que vem aumentando as taxas de importação, Azevêdo disse em comunicado que a escalada [de taxações e disputas comerciais] representaria uma séria ameaça aos empregos, ao crescimento e à recuperação em todos os países.

Em comunicado, o diretor-geral alertou sobre o risco a longo prazo dos impostos sobre importação. "Há também um impacto sistêmico em potencial, que representa uma ameaça maior a longo prazo, especialmente se os países começarem a aceitar essa dinâmica tit-for-tat [retaliação equivalente] como algo normal".

governo chinês impôs novas taxas às importações norte-americanas logo depois que as taxações do governo de Donald Trump passaram a valer. Países europeus, o México e o Canadá também estudam sobretaxar produtos importados dos EUA —também como resposta às medidas protecionistas de Trump relacionadas ao aço e ao alumínio. 

Segundo Azevêdo, a situação exige uma resposta urgente da OMC. De acordo com o comunicado, o diretor-geral tem encontrado com líderes e ministros dos países-membros da organização em busca de soluções. 

"O comércio afeta todas as nossas vidas. Por isso, peço a todos que acreditam no comércio como uma força do bem para falarem. Agora é a hora", afirma em comunicado.

Azevedo afirmou que tem visto progresso e um aumento no engajamento dos países às pautas da OMC. Para ele, mais países focados na organização podem ajudar a encontrar uma solução.

Maggi diz que tabela de fretes é impasse e pode causar prejuízos

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, afirmou hoje (23) que a tabela dos fretes aprovada há quase duas semanas pelo Congresso é um “impasse” e pode causar prejuízos nas próximas safras.

“Há um impasse nisso. Eu, como produtor, não aceito essa tabela. Não aceito os valores que foram colocados”, enfatizou o ministro após participar da abertura do Global Agribusiness Fórum, em São Paulo.

A Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas foi criada pelo governo federal como forma de atender às reivindicações dos caminhoneiros, que fizeram em maio uma greve com bloqueio de diversas estradas.

Segundo o ministro, em alguns casos, os preços estabelecidos estão consideravelmente mais altos do que os acordados anteriormente e, por isso, os produtores estão evitando assumir compromissos e atrasando o plantio. “Como ela [a tabela] está destoante do que o mercado operava, nem as empresas exportadoras, nem aqueles que não querem assumir novos riscos, ninguém está fazendo mercado futuro”, ressaltou.

Maggi disse que os atrasos podem causar queda na produtividade de lavouras como a soja. “Lá em Mato Grosso nós plantamos soja no meio de setembro até metade de outubro. Quando chega novembro, se você ainda está plantando, cada dia que passa significa um saco a menos, em média. As janelas que nós temos são muito pequenos, e o prejuízo pode ser bastante grande”, exemplificou sobre o setor e a região onde atua como empresário.

O ministro acrescentou que, além disso, tem havido disputas entre fornecedores e produtores para cumprimento de contratos feitos antes do tabelamento. Alguns fabricantes de insumos, que vendiam com o frete incluso no preço, têm tentado rever as entregas já acordadas, enquanto os produtores exigem o cumprimento dos acordos, disse Maggi. “Também há discussões jurídicas em acontecendo. No final, é só confusão.”

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve voltar a analisar o tema no fim de agosto. O ministro Luiz Fux é o relator, no STF, de três ações diretas de inconstitucionalidade contra a medida provisória que estabeleceu a política de preços mínimos. As ações foram abertas pela Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR Brasil), que representa empresas transportadoras, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Abics adere ao uso do selo 'Brazil Agro – Good for Nature'
 
Cafés solúveis do Brasil que forem exportados contarão com a identificação que evidencia a sustentabilidade no preparo do produto


 

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Pedro Guimarães, assinou, hoje, em São Paulo (SP), em companhia do ministro Blairo Maggi durante cerimônia de abertura do Global Agribusiness Fórum 2018 (GAF), termo de autorização para uso da marca “O Melhor do Agro Brasileiro”, instituída pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
 
“Com esse compromisso, os cafés solúveis dos associados da Abics adquirem o direito de utilização do selo ‘Brazil Agro – Good for Nature’, que evidencia a sustentabilidade na fabricação de nossos produtos”, destaca Guimarães.
 
De acordo com informações do Mapa, o plano “O Melhor do Agro Brasileiro” surgiu com o objetivo de ressaltar a qualidade, a inocuidade e a sustentabilidade dos produtos agropecuários nacionais, visando à promoção da produção agropecuária brasileira no mercado internacional.
 
O presidente da Abics enaltece o foco do plano criado pelo Mapa, que é voltado à organização da informação disponível sobre os temas que trazem impacto na consolidação da imagem do agronegócio brasileiro e à instituição de marca específica, como o selo Brazil Agro – Good for Nature.
 
“O Brasil precisa mostrar ao mundo a sustentabilidade da produção agro, convergindo ao reconhecimento internacional de nossa sustentabilidade, ao fortalecimento da qualidade de nossos produtos, à afirmação de origem e qualidade, à conformidade internacional e à consolidação da imagem como forma de agregar valor. E isso será possível através do selo Brazil Agro”, conclui Guimarães.
Por: João Batista Olivi
Fonte: Notícias Agrícolas

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