Redução de PIS/COFINS e fim da Cide podem ser compensados pela volta da arrecadação dos royalties, sugere Fecombustíveis
Paulo Miranda Soares, presidente da Federação Nacional de Comércio de Combustíveis e Lubrificantes (Fecombustíveis), conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (22) para comentar a reivindicação dos caminhoneiros por uma redução nos preços dos combustíveis. Os caminhoneiros alegam que a política de ajuste diário de preços e os altos impostos cobrados são os principais responsáveis pelas altas.
Soares destaca que a Petrobrás, que passou por dificuldades anteriormente, caminha para um longo processo de recuperação, o que fez com que a estatal adotasse a política de vender os produtos de acordo com as bolsas de valores do mundo. Desta forma, o Brasil passou a ter o diesel mais caro do mundo.
Na questão dos impostos, a gasolina é a mais prejudicada, com uma média de 43% de seu preço sendo composto por estes. Como o número representa uma média nacional e cada estado possui a cobrança própria de ICMS, o Rio de Janeiro tem a gasolina mais cara do país, com 51% do preço referente a impostos. No diesel, a média nacional de impostos é de 27%.
Para Soares, a sugestão seria que o governo mudasse a forma de arrecadação do ICMS para que este tivesse um valor fixo para todos os estados, evitando o contrabando e a sonegação fiscal. Além disso, ele também acredita que não seja o momento de aumentar a porcentagem de biodiesel no diesel para 15%, pois isso encareceria o produto, bem como a redução do PIS/Confins e o fim da Cide poderiam ser compensados pela volta da arrecadação dos royalities.
Os postos de gasolina, segundo o presidente, também enfrentam a menor margem de comercialização já registrada, já que estes absorveram parte dos aumentos impostos.
Amanhã (23), a Fecombustíveis tem uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, para colocar essas sugestões em pauta e conhecer aquilo que o governo tem condições de fazer. "Vamos aguardar para ver se o Governo está preocupado com o consumidor brasileiro", aponta.
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