Revolvimento com escarificação entope solos expostos, alerta pesquisador-sênior
No último dia 26 de abril, o Encontro dos Construtores de Solo do Oeste da Bahia, uma iniciativa da Embrapa Solos e da Abrapa, contou com a presença de Afonso Peche Filho, pesquisador-sênior da unidade de Jundiaí do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Na ocasião, Peche apresentou a palestra "Fragilização do Solo pela Mecanização em Áreas Agrícolas" e iniciou alertando os produtores que de é preciso mudar a agricultura que é feita no país. "Não podemos focar só em tecnologia, mas gerar sistemas mais eficientes", destacou.
Para ele, um dos pontos primordiais é se atentar aos impactos ambientais do uso da terra. As áreas do oeste da Bahia são naturalmente vulneráveis a altas temperaturas e chuvas torrenciais, de forma que este tipo de solo precisa, então, de um cuidado redobrado.
O pesquisador também lembra que o cuidado com os solos é fundamental para que os produtores possam obter renda com sua atividade - ou seja, os preços obtidos com os produtos não podem servir apenas para pagar as contas. Desta maneira, o cuidado com o solo cumpriria um papel fundamental nessa equação.
Ele alerta, principalmente, para os perigos do revolvimento do solo com escarificação - um método de preparo da terra baseado no rompimento do solo através da penetração de hastes mecânicas - que pode causar entupimento nos solos mais expostos.
Além disso, ele também destaca que a fragilização do solo tem seis dimensões: exposição, mineralização, desagregação, empoçamento, compactação e erosão (perda da capacidade produtiva).
Confira a palestra completa no vídeo acima.