Recurso liberado para custeio é pouco, atende apenas aos clientes de uma instituição e pode sair mais caro que juros livres
Ontem (30), o Governo Federal realizou uma antecipação de recursos para o custeio agrícola da próxima safra, disponibilizando o total de R$12,5 bilhões. Adeniro Vian, diretor do IBD Agro, avalia, em entrevista ao Notícias Agrícolas, que este dinheiro para a agricultura é "bem-vindo", mas que os produtores têm de prestar atenção nos custos.
Ele lembra que o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, está com data marcada para sair de seu posto, de forma que esta pode ser uma medida para visar as eleições em outubro. Contudo, este dinheiro, embora bem-vindo, é pouco para a agricultura, na visão do diretor.
Vian também destaca que os produtores que não possuem conta nas institutições financeiras federais não poderão acessar esse crédito, bem como aqueles que conseguirem poderão ter um gasto maior do que o esperado: com taxas e seguros somados, o percentual a ser debitado da conta corrente pode ser de 17% a 18%.
Para o diretor, o Governo teria como fazer diferente sem mudar a lei, tornando esses recursos mais lineares e disponíveis para toda a comunidade, tendo em vista a existência de outras instituições que poderiam realizar essa distribuição, sem provocar concentração.
Outras alternativas ainda são salientadas por Vian, como o sistema de troca com as tradings. Desta forma, ele alerta os produtores para ficarem de olho no custo efetivo total da operação, além de analisarem se realmente precisam do custeio ou podem optar por outro tipo de operação.