Ambientalistas liderados pelo príncipe Charles estão em campanha contra o Cerrado
Produtores brasileiros, em parceria com a Aprosoja, MAPA e Abiove, estiveram pela quarta vez num "road show" por tres paises da Europa (inglaterra, Bélgica e Holanda) para mostrar as vantagens da Soja Plus junto às empredas consumidoras européias, dando enfoque para o fato de a soja brasileira ser produzida de forma sustentável.
A visita enfrentou, no entanto, um protesto promovido pelos ambientalistas ligados à WWF que querem impedir o avanço da produção de grãos no cerrado. O movimento é apoiado pelo Príncipe Charles, do Reino Unido, e membro da WWF.
A ONG do Príncipe já teria conseguido 23 assinaturas de empresas multinacionais de alimentos, que se comprometeriam a não adquirir grãos e rações provenientes da área do Matopiba. O objetivo dos ambientalistas é conseguir implantar a ideía de desmatamento zero nessa região, com uma maratória na comercialização da soja e milho tal como aconteceu na Amazonia Legal.
Ricardo Arioli, engenheiro agrônomo da Aprosoja MT, que esteve presente nesta comitiva, destaca que a campanha contra a produção no cerrado não é coisa nova. E que os produtores brasileiros estão combatendo este argumento com fatos, "mostrando que produzimos de acordo com os requisitos ambientais e trabalhistas".
-- "Estamos entregando mais do que o mercado comprador esperava, quando demonstramos que o Brasil preserva 63% de seu territorio, e que 33% dessas preservação acontece dentro das propriedades".
Arioli reconhece que há a necessidade de se combater o desamatamento "ilegal", conforme define o Código Florestal Brasileiro. Segundo o novo código, 65% da área do Cerrado pode ser ocupado pela produção agrícola, enquanto 35% deve ser preservada.
Para ele, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é uma grande novidade que os produtores brasileiros estão levando para a Europa, já que é possível visualizar, através de imagens de satélite, a propriedade de cada produtor e observar as áreas preservadas. O engenheiro enfatiza que o Brasil está fazendo "muito mais do que outros países estão fazendo", uma vez que, para ser produtor rural, essas áreas de proteção ambiental têm que ser comprovadas.
Sobre a visita aos empresários europeus, ele avalia que a comitiva brasileira conseguiu chegar com um discurso melhor e com propostas muito mais avançadas do que havia anteriormente e que "este é o caminho para continuarmos com a Soja Plus".
Quanto à moratória do cerrado, Arioli lembra que não há nada assinado pelo Brasil para que se aceite a pressão em torno de uma idéia de desmatamento zero, e espera que o Governo brasileiro tenha uma posição firme contra a demanda dos ambientalistas. Para Arioli, a agricultura brasileira possui "força e argumentos" para fazer reconhecer sua responsabilidade ambiental.
Ouça no Momento Agrícola desta semana, onde Ricardo Arioli aborda o movimento ambientalista contra o plantio no cerrado.