Seguro Rural tem apenas metade do recurso necessário, disponibilizado em novo plano safra. Redução de juros também decepciona

Publicado em 07/06/2017 17:46
Programa ABC não registrou nenhum novo incentivo e corre o risco de ficar no esquecimento
Confira a entrevista com Pedro Loyola - Economista - FAEP

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Pedro Loyola - Economista - FAEP

 

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Na manhã desta quarta-feira (7), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) lançou o Plano Safra 2017, que será colocado em prática a partir do dia 1 de julho, disponibilizando os recursos para os produtores.

Dentre as novidades, houve a redução de juros em 1% para custeios e investimentos e em 2% para programas de armazenagem.

De acordo com o economista Pedro Loyola, do Sistema FAEP, o setor havia pedido uma redução geral de 2% em todas as linhas, o que foi atendido parcialmente pelo Governo.

Na visão do economista, o Governo está priorizando a armazenagem, que tem um déficit muito grande em alguns estados e a inovação tecnológica. Entretanto, o programa ABC, da Agricultura de Baixo Carbono, "caiu no esquecimento" deste novo Plano Safra.

O ABC, como aponta Loyola, é um programa não só importante para o produtor, como também para a sociedade. Além disso, ele lembra que  no dia 31 de dezembro encerra o prazo para os agricultores realizarem o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Assim, precisaria-se de recursos para realizar essas adequações, mas a taxa de juros do ABC está em 7,5%, inviável para a contratação devido à falta de retorno no curto prazo ou nenhum retorno. Para ele, ainda há tempo para o Governo rever essa questão.

O aumento de recursos para o seguro rural, como ele destaca, também está muito aquém da necessidade do país. A demanda é de 1 bilhão e 200 milhões para este programa, sendo possível atingir 30% da área agrícola do país. Entretanto, o Governo liberou apenas 550 milhões em recursos.

As taxas de juros, por sua vez, não acompanham o que acontece no mercado, como foi muito destacado anteriormente. Haverá uma reunião na Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) para destacar que alguns recursos ainda são necessários para o próximo ano.

Loyola destaca que o mercado de seguro rural ainda está sendo estruturado no país e o governo ainda não entendeu isso, preferindo aplicar o dinheiro na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM). O próprio governo fez uma promessa de brigar por 800 milhões de reais disponibilizados, mas essa política cresce ainda "de uma forma muito tímida".

Essa movimentação do Governo dando mais apoio para as letras de crédito devem ser "o futuro do crédito rural". Isso, segundo Loyola, faz sentido, já que o Brasil é um dos únicos países que têm uma equalização no crédito.

O prazo de pagamento para o custeio também foi reduzido de 24 para 14 meses. O economista conta que o Governo realizou um cálculo mostrando que gasta-se muito na equalização de juros com custeio durante todo esse tempo, que chegava a ultrapassar a média de 17 meses.

Ele conclui que, de uma forma geral, o plano agrícola foi uma grande surpresa. O Governo deve limitar os gastos públicos e teve que realizar algumas escolhas de prioridade neste momento. Entretanto, Loyola sinaliza que "o Governo está saindo do crédito rural" e preparando o campo para o futuro.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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