Soja do MT gera R$ 400 milhões em contribuição, mas dinheiro não chega às estradas
Neste momento, a maioria dos produtores rurais estão preocupados com o Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural (Funrural). No estado do Mato Grosso, ainda existe mais uma preocupação: há uma contribuição paga pelos produtores para o investimento em infraestrutura, o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), mas as obras não estão aparecendo.
Na quinta-feira (4), o presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin, participou de uma reunião do conselho do Fethab, juntamente com o governador Pedro Taques. Ele lembra que a instituição do conselho foi ideia do próprio governador, após outras gestões não terem prestado contas. Nesta primeira reunião de 2017, foram apresentados planos de projetos que estão licitados, além de ter sido levada uma demanda do setor de construção, que alega ter alguns pagamentos atrasados - com isso, o governo já se comprometeu a realizar esse pagamento.
"Depois de vários problemas de Funrural, o Fethab precisa ser aplicado para o que foi criado", destaca Dalcin. Uma outra constatação feita foi a de que o dinheiro continua sendo destinado para a conta principal do governo. Foi deliberada, então, uma nova conta exclusiva da contribuição para ser criada no mês de maio e receber a partir de junho. Dalcin lembra que a Aprosoja-MT entrou na justiça em 2013/14 contra o desvio de finalidade deste dinheiro e não quer que este problema se repita.
Há um excesso de arrecadação, que chega a mais de R$400 milhões só para a cultura da soja. Na pecuária, o Fethab deve ultrapassar os R$800 milhões.
Dalcin conta que o governador tem deixado a conversa aberta e que outra reunião já foi marcada para o dia 6 de junho a fim de reorganizar os assuntos que estavam de maneira não-conforme com o que foi estabelecido. O estado do Mato Grosso, por outro lado, já conseguiu arrecadar um empréstimo de quase R$600 para construção de pontes e recuperação por parte do Governo Federal.
Funrural
O presidente acredita que a situação do Funrural irá se resolver. Para ele, já que este foi um julgamento político, a resolução também deve ser política. "Temos que trabalhar politicamente e a FPA [Frente Parlamentar Agropecuária] tem feito um papel fundamental nessa questão", diz.