Preços do milho podem encontrar fôlego na menor área de plantio nos EUA
O mercado do milho se mostra em seus limites e os produtores estão em uma tendência muito negativa. Há uma grande safra, um dólar baixo, exportações em queda e um consumo interno menor por falta de poder aquisitivo da população.
O consultor em agronegócio Ênio Fernandes, no entanto, diz que ainda é muito cedo para que os produtores fiquem apavorados. Os Estados Unidos começarão a plantar agora e muitas coisas ainda podem acontecer nos próximos meses para esse mercado. Isso não quer dizer, porém, que o mercado não é passível de atenção - os extremos são ruins e o cenário é de preços baixos, mas ninguém ainda tem a produção em mãos.
Com isso, ele acredita que os produtores devem acompanhar o mercado e ter a conta na ponta do lápis. "Se não tiver lucro, não venda", aconselha o consultor.
O câmbio deverá atrapalhar as exportações, que só poderão dar um maior respiro para o mercado caso o número exportado chegue a 28 milhões de toneladas - para isso acontecer, deve haver competitividade nos preços.
O secretário de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Neri Gelles, já afirmou que irá sair leilões de Pepro e AGF, mas ainda não se sabe o volume e nem os programas para saber se as quedas de preços poderão ser contidas. Para Fernandes, o Brasil é penalizado pelo seu pouco conhecimento, pouca logística e pouca infraestrutura.
Ainda há esperança, porém, no mercado de proteína animal, que poderá melhorar caso os efeitos da operação Carne Fraca sejam amenizados. O consultor destaca que o mercado mundial é demandador de proteína animal, o que pode gerar oportunidades para o milho como produto de valor agregado.
Para os produtores, ele recomenda dedicação e planejamento, além de calma. "Se tiver boas informações e estudo, o mercado vai te dar oportunidades", conclui.