Movimento Pró-logística quer Exército na BR-163 para organizar tráfego e liberar escoamento da safra de soja de MT
Na BR 163, caminho entre o Mato Grosso e o Porto de Miritituba, no Pará, os caminhões que transportam a safra brasileira de grãos estão parados e sem condições de seguir em alguns trechos.
De acordo com o diretor executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, o caminho completo é composto por 796km. Deste total, 94km não são pavimentados, divididos em trechos de 52km e 37km. Nesses trechos, há pequenas elevações nas quais os caminhões não conseguem subir. Como a região também é rica em argila, os caminhões acabam deslizando em meio ao tempo chuvoso, o que faz com que a passagem na rodovia seja emperrada por estes caminhões.
Em meio a um trânsito desorganizado, os caminhoneiros fazem fila dupla e, assim, também impedem os caminhões vazios de retornar, o que vem causando problemas também na superlotação dos armazéns.
Hoje, Ferreira se reúne com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Ministério da Casa Civil, em Brasília (DF), para buscar soluções para a organização das pistas, como um controle por parte do Exército Brasileiro, para que, assim, o DNIT possa atuar regularizando os trechos danificados. Com isso, ele acredita que, dentro de cinco dias, a situação estará resolvida.
Ele lembra que os processos de licitação com empresas que não têm condição de dar andamento às obras dos trechos defeituosos são o principal problema desse gargalo. Para 2017, o trecho de 37km deverá ser pavimentado e o trecho de 52km, novamente licitado.
Como forma de protesto, alguns caminhoneiros despejam soja na pista. Ferreira lembra que "se a Polícia Rodoviária Federal tivesse mandado gente suficiente na semana passada, o problema teria sido organizado".
Os produtores, nesta situação, também acabam arcando com os gastos dos navios que ficam parados nos portos enquanto parte do sistema logístico está parada. Não existe outra alternativa de saída para os caminhões que não seja a BR 163.