CAFÉ: mercado de opções a futuro é a ferramenta para produtor garantir preço antes da venda

Publicado em 23/01/2017 16:12
João Batista Olivi entrevista Jânio Zeferino, consultor no mercado de café. O consultor diz que os pequenos produtores deveriam usar a ferramenta do mercado de futuros para fugir dos riscos de preço do mercado internacional.
Confira a entrevista de Janio Zeferino da Silva - Consultor em café

O jornalista João Batista Olivi, do Notícias Agrícolas, conversou com Jânio Zeferino, ex-diretor do Departamento de Café do Ministério da Agricultura e com Marcos Hildenbrandt, da Foco MT, sobre o mercado de opções, uma alternativa para quem deseja travar preço e garantir parte dos lucros da safra.

Zeferino, que destacou o mercado de café, divulgou neste final de semana um recado para alguns participantes deste mercado para prestarem atenção neste tipo de mercado. Ele aponta que, no Brasil, o tempo mostra que os produtores que em algum momento utilizaram as opções, garantiram preços.

Isso se deve porque os preços do mercado futuro estão sempre uma safra na frente, como destaca Zeferino. "Por isso ocorrem problemas com preços", aponta. Ele lembra que, enquanto os especuladores estão olhando o futuro, os produtores estão olhando para o presente.

Um exemplo dado para exemplificar a importância da operação é o preço em 4 de novembro de 2016, quando o café arábica chegou a RS$600/saca e, nos dias em sequência, o preço começou a cair novamente e chegou até mesmo a R$470/saca.

Hoje, o preço do café está a R$530. Os cafeicultores aguardam o retorno dos preços de novembro, mas não há certeza no cenário. Zeferino aponta que, se um produtor fosse tentar segurar o preço hoje pelo mercado de opções, teria de pagar R$30/saca. Com isso, ele poderia garantir uma renda para o seu produto. "Enquanto o produtor continuar na ilusão de que o preço só sobe, haverá perda de renda e de espaço. É preciso mudar a forma de pensar e agir nas lavouras", explica.

Esta forma de negócios, no entanto, não vale para toda a safra. A recomendação é para que os produtores travem cerca de 30% do seu custo desta forma, assim, se algum desastre ocorrer e os preços desabarem, uma parte da produção estaria garantida a preços reais no bolso. Os outros 70% da safra estariam disponíveis para a procura de melhores preços. Hoje, muitos produtores assumem a posição de especuladores de 100% da safra, como avalia Zeferino.

A opção, portanto, é uma espécie de seguro para que o produtor rural possa se proteger, ter renda e garantia de preço. "Eu garanto um número de preços para o meu produto e, se ele subir, eu não preciso fazer nada. Se ele cair, eu estou protegido", explica.

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Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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