"A ferrugem está em todo lugar em MT", diz auditor fiscal do MAPA

Publicado em 12/12/2016 09:51
Melhor tratamento é o preventivo. Esporos voam por mais de mil quilometros. Foco no norte do Estado foi controlado
Confira a entrevista de Wanderlei Dias Guerra - Coord. Def. Vegetal Min. Agric. MT

No estado do Mato Grosso, foi identificado o primeiro foco de ferrugem desta safra de soja. O foco, que foi identificado no município de União do Sul, ao extremo norte do estado, preocupa os produtores com a possibilidade de a doença se espalhar.

Para Wanderlei Dias Guerra, auditor fiscal do Ministério da Agricultura (Mapa), lembra que o foco pode criar um problema sério se a região não realiza controle preventivo. No entanto, ele aponta que muitos produtores já possuem essa preocupação com as suas lavouras, dado o alerta feito em anos anteriores.

"Nós estamos com a soja mais velha esse ano, com condições climáticas possíveis de ferrugem, então é questão de procurar. É importante a detecção, mas também é importante realizar as aplicações preventivas e o manejo correto das plantas guaxas", diz Dias Guerra.

Ele aponta também que o foco da ferrugem já está sob controle. O grande problema, segundo ele, é a qualidade da aplicação. "Sempre escapam algumas folhas. Dizem que quem procura acha justamente por conta das condições", aponta.

Por outro lado, ele lembra que a região Norte é onde, geralmente, a ferrugem aparece por último. Nas regiões de Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis e Sapezal, muitos produtores já identificaram a ferrugem na entressafra e fizeram maior controle.

No entanto, o final de dezembro e janeiro é típico para a disseminação da doença, por conta da condição climática. As aplicações podem ser prejudicadas pela soja - portanto, aqueles produtores que possuem áreas mais novas devem redobrar a atenção.

Para os produtores de sementes, ele sugeriu também que seja feita alguma pesquisa que desenvolva experimentos em época de plantio. "O objetivo é não plantar soja sobre soja e evitar essa grande pressão sobre os fungicidas. Se o produtor produzir sua semente um pouco mais tarde e regular o mercado, é melhor para todos", aconselha.

Presença de lagartas

Junto com a ferrugem, a falsa medideira também é uma forte presença no final do ano, quando a soja já fechou a linha de plantio e começa a desenvolver as suas vagens. Ele conta que realizou um experimento nas regiões de Sapezal e Campo Novo do Parecis, onde instalou várias armadilhas para detectar mariposas. Neste experimento, foi possível identificar que a falsa medideira é a lagarta que aparece em primeiro lugar e, em segundo, a helicoverpa.

Além de realizar aplicações, os produtores devem tomar medidas preventivas que façam com que as pragas fiquem longe das lavouras, lembra Dias Guerra. Para ele, é preciso realizar refúgio, o manejo integrado de pragas (MIP) e a aplicação dos inseticidas biológicos. "Estamos perdendo a batalha para as pragas por falta de fazer algo mais integrado e mais amplo", finaliza.

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Bom dia Agro 22/11/24 - Carnes para o Carrefour, orçamento, petróleo e mercado de fertilizantes
Com metodologia científica em construção, Soja de Baixo Carbono visa unir práticas agrícolas sustentáveis com aumento de produtividade
IPPA/Cepea: IPPA avança 5,5% em out/24, mas acumula queda de 2,5% no ano
CNA projeta queda de 1,9% no valor bruto da agropecuária do Brasil em 2024
Líderes do Agro: A importância do treinamento do engenheiro agrônomo para a agricultura brasileira
Prosa Agro Itaú BBA | Perspectivas para a indústria da soja e a Lei "Combustível do Futuro"
undefined