"A ferrugem está em todo lugar em MT", diz auditor fiscal do MAPA
No estado do Mato Grosso, foi identificado o primeiro foco de ferrugem desta safra de soja. O foco, que foi identificado no município de União do Sul, ao extremo norte do estado, preocupa os produtores com a possibilidade de a doença se espalhar.
Para Wanderlei Dias Guerra, auditor fiscal do Ministério da Agricultura (Mapa), lembra que o foco pode criar um problema sério se a região não realiza controle preventivo. No entanto, ele aponta que muitos produtores já possuem essa preocupação com as suas lavouras, dado o alerta feito em anos anteriores.
"Nós estamos com a soja mais velha esse ano, com condições climáticas possíveis de ferrugem, então é questão de procurar. É importante a detecção, mas também é importante realizar as aplicações preventivas e o manejo correto das plantas guaxas", diz Dias Guerra.
Ele aponta também que o foco da ferrugem já está sob controle. O grande problema, segundo ele, é a qualidade da aplicação. "Sempre escapam algumas folhas. Dizem que quem procura acha justamente por conta das condições", aponta.
Por outro lado, ele lembra que a região Norte é onde, geralmente, a ferrugem aparece por último. Nas regiões de Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis e Sapezal, muitos produtores já identificaram a ferrugem na entressafra e fizeram maior controle.
No entanto, o final de dezembro e janeiro é típico para a disseminação da doença, por conta da condição climática. As aplicações podem ser prejudicadas pela soja - portanto, aqueles produtores que possuem áreas mais novas devem redobrar a atenção.
Para os produtores de sementes, ele sugeriu também que seja feita alguma pesquisa que desenvolva experimentos em época de plantio. "O objetivo é não plantar soja sobre soja e evitar essa grande pressão sobre os fungicidas. Se o produtor produzir sua semente um pouco mais tarde e regular o mercado, é melhor para todos", aconselha.
Presença de lagartas
Junto com a ferrugem, a falsa medideira também é uma forte presença no final do ano, quando a soja já fechou a linha de plantio e começa a desenvolver as suas vagens. Ele conta que realizou um experimento nas regiões de Sapezal e Campo Novo do Parecis, onde instalou várias armadilhas para detectar mariposas. Neste experimento, foi possível identificar que a falsa medideira é a lagarta que aparece em primeiro lugar e, em segundo, a helicoverpa.
Além de realizar aplicações, os produtores devem tomar medidas preventivas que façam com que as pragas fiquem longe das lavouras, lembra Dias Guerra. Para ele, é preciso realizar refúgio, o manejo integrado de pragas (MIP) e a aplicação dos inseticidas biológicos. "Estamos perdendo a batalha para as pragas por falta de fazer algo mais integrado e mais amplo", finaliza.