Abrapa inaugura o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA)

Publicado em 07/12/2016 13:52
Abrapa inaugura o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA)
João Batista Olivi entrevista João Carlos Jacobsen

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão – Abrapa - inaugurou nesta terça-feira (6/12), em Brasília, o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Trata-se de um laboratório central de verificação e padronização dos processos classificatórios do algodão brasileiro que atuará para garantir a qualidade e a credibilidade dos resultados aferidos nos diversos laboratórios instalados no território nacional. A estrutura é parte do programa Standard Brasil HVI–SBHVI, lançado em outubro último durante o encontro anual da International Cotton Association (ICA), o ICA Trade Event 2016, em Liverpool, Inglaterra.

A precisão e a credibilidade na classificação contribuem para o fortalecimento da imagem do produto brasileiro e favorecem a valorização da commodity. Baseado na tecnologia mais atual e recorrente em todo o mundo, o High Volume Instrument (HVI), o CBRA entra em operação a partir da safra 2016/17.

O objetivo da Abrapa é integrar toda a rede de laboratórios de análise de fibras do Brasil, atualmente formada por 14 unidades que somam 63 máquinas de HVI. Um sistema operacional unificado permite leituras de resultados em tempo real, com análise de desempenho de cada instrumento. Por amostragem, o CBRA analisará aleatoriamente 1% da safra nacional. A tecnologia HVI afere as características intrínsecas e extrínsecas à fibra, que incluem comprimento, resistência, reflectância, uniformidade, dentre outros.

De acordo com o presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues, o CBRA é resultado de quase uma década de trabalho e atende a uma demanda do mercado e dos produtores por processos mais fidedignos e transparentes de classificação.

“Nosso parâmetro é o modelo americano, que é provido pelo USDA, e que confere às suas classificações resultados altamente confiáveis e reconhecidos pelo mercado internacional, o chamado green card do algodão. Aqui, isso será bancado pelos próprios produtores”, afirma Jacobsen.

O custo para implantação do CBRA foi de, aproximadamente, R$9 milhões, de um total de cerca de R$50 milhões investidos em todo o Programa de Qualidade. O valor inclui, além da estrutura da Abrapa, os investimentos feitos nos laboratórios pelas associações estaduais. Os recursos são provenientes do Instituto do Algodão Brasileiro – IBA. 

Reconhecimento internacional

O próximo passo, segundo o presidente da Abrapa, é buscar a certificação internacional do próprio laboratório. No primeiro ano, a meta da Associação é implantar o sistema de Gestão da Qualidade, baseado na NBR ISO / IEC 17 025. Depois será dado início ao processo de certificação internacional, que é conferida pelo ICA Bremem, FDA–AMS e Dirad-LTC. O ICA Bremem foi uma das instituições que ajudaram a Abrapa a desenvolver o programa Standard Brasil HVI–SBHVI.

O Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão está situado em uma área de aproximadamente dois mil metros quadrados, onde futuramente também estará abrigada a sede definitiva da Abrapa e do Instituto Brasileiro do Algodão–IBA. Ele conta com duas máquinas de HVI com capacidade de análise de 800 amostras por dia, cada, e tem capacidade instalada para checar até duas vezes a safra atual de algodão no Brasil, que está em torno de 1,5 milhões toneladas. Todo o ambiente é controlado para garantir as condições de temperatura e umidade ideais para a classificação.

De acordo com o gestor do Programa de Qualidade da Abrapa, Edson Mizoguchi, o CBRA é um dos pilares do Programa, e tem como missão não apenas “rechecar” os resultados dos laboratórios, como orientá-los a atender aos padrões de qualidade de operação. Outro pilar é o Banco de Dados da Qualidade do Algodão Brasileiro, que detém todas as informações para rastreabilidade da fibra.

“O CBRA elimina qualquer chance de fraude na classificação, dando mais segurança tanto para quem compra o algodão, quanto para o produtor, que vende”, afirma Mizoguchui. 

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