Produtores entram na "guerra midiática" contra as invasões de terras no sul do Pará

Publicado em 30/11/2016 12:48
Guerra eletrônica contra as invasões de terras no sul do Pará

Confira a entrevista de Marcelo Freitas - Produtor Rural

Na região de Eldorado dos Carajás (PA), o produtor Marcelo Freitas enfrenta uma situação complicada, que representa a violência que se emprega no sul do estado a respeito da disputa de terras. Freitas teve sua fazenda invadida no último dia 28 de outubro, na qual ocorreu queima da sede e de veículos e morte dos animais, fruto de uma ação de guerrilha.

Ontem, os invasores retornaram a fazenda e atiraram à distância contra os pedreiros que estão invadindo a sede. A fazenda, segundo o proprietário, tem como atividade principal a pecuária e já estava com a área preparada com o milheto para iniciar o primeiro plantio de soja do município.

Consternados com a situação, Marcelo e outros produtores resolveram iniciar uma ação midiática, com um vídeo em formato de comercial, com 30 segundos, para distribuir a todas as redes eletrônicas do Brasil, relatando a situação ocorrida no estado e procurando iniciar uma "guerra ideológica". O produtor aponta que os produtores "não querem guerra, querem a paz".

Invasão

O produtor descreve os invasores como "guerrilheiros" e "tudo, menos produtores rurais sem-terra". "O produtor rural trabalha e não tem tempo de fazer o que eles estão fazendo. Eles atacam, roubam e estão prejudicando a produção do estado", diz.

Marcelo conta que os animais roubados estão sendo abatidos ilegalmente e suas carnes estão sendo vendidas para os açougues sem inspeção sanitária e sem controle, trazendo problemas também para o setor produtivo do Pará, que se vê pronto para ser certificado como livre de Febre Aftosa.

No período entre 8 de agosto, quando a fazenda foi invadida pacificamente e o produtor entrou com uma liminar de reintegração de posse e 28 de outubro, quando a sede foi invadida com armamentos, o gado de Marcelo vinha sendo roubado.

Ele descreve que na última invasão, foram sequestrados funcionários e pessoas, entre elas deficientes e crianças de colo, foram humilhadas e ameaçadas com revólveres na cabeça. Houve também a explosão feita com bananas de dinamite, que foram recolhidas pelo exército na propriedade.

Chegou, também, a informação de que um funcionário do exército estaria envolvido com os guerrilheiros - o que justificaria a presença de armas que não são permitidas aos cidadãos. O produtor comunicou o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que respondeu que iria averiguar a situação. Ele entrou também em contato com o Exército em Brasília, mas não obteve resposta.

Situação atual

Ele relata que o clima na região de Eldorado dos Carajás continua "muito tenso", com grupos de invasões continuando a agir em outras fazendas depois do dia 28 de outubro. A situação segue amedrontando os produtores, que são recebidos com telefonemas de números desconhecidos que fazem ameaças a respeito da posse das fazendas.

A fazenda de Marcelo, assim como várias outras, foram adquiridas diretamente do governo estadual. "É um título do estado, 100% documentado, que cumpre o estatuto social", conta.

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Soja e milho em Chicago têm mais uma sessão de alta enquanto açúcar em NY consolida perda de quase 6% na semana
Agro e Prosa Episódio 914 - Como atingir máxima produtividades
Carta para o Papai Noel: Pedidos do Agro para 2025 | Ouça o Agro CNA/Senar #153
Prosa Agro Itaú BBA | Agro Semanal | Mercados de soja e açúcar e o planto de rastreabilidade da pecuária nacional
Safra 24/25 do Paraná pode chegar a 25,3 milhões de toneladas de grãos
As perspectivas para o agro em 2025, rumo à COP do Brasil
undefined