Pesquisa da Embrapa mostra que agricultura pode beneficiar fauna silvestre

Publicado em 04/11/2016 10:20
Ao contrário do que se propaga , pesquisa da Embrapa mostra que agricultura pode beneficiar fauna silvestre
Confira a entrevista de José Roberto Miranda - Pesquisador Embrapa Monitoramento por Satélite

Confira na íntegra a palestra "Biodiversidade Faunística em Áreas Agrícolas do Brasil" realizada por
José Roberto Miranda

A agricultura já foi vista como vilã e responsável pelo empobrecimento da fauna silvestre. Mas uma pesquisa comandada pelo Dr. José Roberto Miranda, da Embrapa Monitoramento Por Satélite, mostra exatamente o contrário: a agricultura, na verdade, é parte importante no processo da ampliação da presença dos animais na prática silvestre.

O Dr. detalha que as práticas agrícolas tem mudado e, com a lavoura próxima de processos ecológicos da natureza, também há um reflexo indireto sobre a dimensão de mais um espaço que a fauna pode utilizar, "seja como alimentação, corredor ecológico, se reproduzindo, se alimentando com resíduos de biomassa vegetal que são enriquecidos com uma grande quantidade de invertebrados que são a base da cadeia alimentar para os vertebrados... Com isso, há um ganho", diz.

Ele lembra que a real barreira da fauna, hoje, são as estradas. "Os animais se atrapalham com farois de carro e, ali, vêm a falecer, mas a agricultura pode ser utilizada como corredor ecológico e para deslocamento de animais", explica. Destaca-se ainda a importância da pastagem, que oferece grande quantidade de alimento para herbívoros, cervídeos e roedores e ainda seve como local de abrigo, além de várias outras dimensões que podem ser preenchidas.

Os animais, em troca, também colaboram para o desenvolvimento das reservas legais e das áreas de preservação agricola, trazendo, por meio de fezes, sementes e plantas que interessam a eles, enriquecendo a área com essenciais vegetais e criando uma interação entre a fauna e o ambiente que foi restaurado pelo homem. Dessa foram, a própria fauna é plantadora de floresta e recupera pontos que o homem não pode intervir constantemente para consertar.

Nem todas as espécies são capazes de fazê-lo, "mas existem muitas espécies capazes de se adaptar a um novo ambiente mesmo que parte dele seja uitlizado por uma lavoura", aponta.

Os produtores de milho, por outro lado, possuem alguns problemas com catetos ou javalis, que são animais bastante prolíficos e "mais destroem do que comem", como explica o Dr. Neste ponto, é possível realizar um controle populacional de forma com que a agricultura e a fauna continuem vivendo em harmonia.

A agricultura possui capacidade para promover uma biodiversidade muito grande em conjunto com esses animais. O Dr. diz, portanto, que é preciso entender essas relações cada vez mais para ampliar essa capacidade.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Abertura de dez novos mercados para a exportação agropecuária brasileira
Inpasa obtém certificação internacional e fortalece protagonismo na produção de SAF
Produtores rurais do RS permanecem mobilizados à espera de voto do CMN, que pode sair nesta 5ª feira, sobre prorrogação das dívidas
RS conclui colheita da soja
Câmara aprova MP com socorro ao RS após chuvas; texto vai ao Senado
CNA diz que crédito rural pode ficar mais caro diante do atual cenário econômico