Quem verdadeiramente supre a mesa dos brasileiros: a agricultura familiar ou a empresarial?
"Precisamos ajudar o pequeno produtor a melhorar a qualidade de renda", diz Claudinei Rigonatto, superintendente da Faeg
por Izadora Pimenta
Uma informação divulgada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) em 2015 aponta que 80% do abastecimento alimentar do mundo é proveniente da agricultura familiar. No entanto, o superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Claudinei Rigonatto, lembra que estes números não correspondem à realidade brasileira, uma vez que o censo agropecuário comprova que 87% do valor bruto da produção agropecuária, na verdade, vem do produtor de classe média e da agricultura empresarial.
Rigonatto lembra que a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) publicou um documento chamado "Quem Produz o Que No Campo?", que traz informações sobre áreas plantadas, a classe de renda que está ativa no campo e que todos estes dados permitem observar que a situação é contrária ao divulgado.
Pensando nisso, a Faeg está distribuíndo um documento para as prefeituras do estado informando e orientando os administradores municipais sobre o potencial de exploração do pequeno produtor, como forma de ajudá-lo a melhorar este perfil e a qualidade de renda.
"O que faz com que a agricultura seja oriunda da mesma porção é que há um número muito grande de pequenos produtores sem renda no campo. Se tiver uma grande parceria entre o setor público e privado, temos capacidade de melhorar isso", aponta.