Safra de soja do RS tem menor potencial produtivo com ataque da ferrugem
A safra 2015/16 trouxe condições favoráveis para o desenvolvimento da ferrugem asiática da soja no Rio Grande do Sul. Com dificuldade em realizar aplicações, devido ao excesso de chuvas, muitas lavouras estão registrando alto índice da doença.
De acordo com o jornalista João Batista Olivi, a combinação de umidade no inicio do ciclo e estiagem no período de enchimento de grão, beneficiou a propagação dos fungos.
"Hoje o Rio Grande do Sul como um todo está com problema de ferrugem. Temos lavouras que estão caindo à folhas porque o produtor não conseguiu fazer o tratamento adequado, por diversos problemas", explica o presidente do sindicato rural de Passo Fundo, Jair Dutra Rodrigues.
Diante desse contexto, Rodrigues afirma que haverá redução na produtividade do Estado, além das perdas que já vem sendo registradas pelo excesso de precipitações. Segundo ele, o rendimento deve cair de 10% a 15% na média, contra a expectativa inicial de produção total de 6 milhões de toneladas.
De acordo com relatório da Emater/RS, até o ultimo dia 03 de fevereiro, cerca de 3% da área foi colhida, contra 1% observado no igual período do ano passado. "Nós temos algumas lavouras já colhidas, onde o grão está menor do que o ano passado, pelo motivo da estiagem em janeiro e a severa ferrugem", explica Rodrigues.
Outra preocupação é quanto à eficácia dos produtos de controle. O controle químico da ferrugem teve início com a epidemia a partir da safra agrícola de 2002/03, período em que vários fungicidas foram utilizados, uns de curta e outros de longa duração, permanecendo em uso até hoje. Com o passar dos anos tal situação de aplicação constante dos mesmos princípios ativos, vem resultando em falha no controle.
Segundo o presidente, em algumas áreas os produtores estão na quinta aplicação de fungicida para tentar evitar a proliferação do fungo, e os custos já passam de 48 sacas por hectare, com expectativa de colheita de 60 sc/ha.