Nova fase da Lava Jato, que envolve Lula, chega ao agronegócio e trava comercialização de grãos após forte queda do dólar

Publicado em 04/03/2016 11:10
Nova fase da operação Lava Jato, que envolve ex-presidente Lula, chega ao agronegócio e trava comercialização de grãos em todo o Brasil após forte queda do dólar

A deflagração da nova operação da Lava Jato, que teve como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o qual foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões, para apurar possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema envolvendo a Petrobras, já trazem reflexo no agronegócio.

De acordo com o analista da Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, desde a quinta-feira (03) quando vazaram conteúdos da delação premiada do senador ex-lider do PT no senado, Delcídio do Amaral, acusando Lula e a presidente Dilma em casos de corrupção, o dólar iniciou um movimento de queda prejudicando as operações dos grãos no país.

"Imediatamente com a notícia de hoje de manhã o dólar caiu ainda mais e, as ações da Petrobras subindo significativamente no mesmo clima que foi observado durante toda essa semana. No mercado agrícola evidentemente que um efeito direto será o repasse da queda do dólar para as cotações tanto de venda no mercado interno, principalmente futuras, e posteriormente também no mercado spot", explica Cogo.

Segundo ele, em Sorriso (MT) por exemplo, a região chegou a registrar negócios com a saca de milho a R$ 30,00/sc entre janeiro e fevereiro, neste semana recuaram para R$ 16,00/sc no pagamento em setembro, sem nenhuma mudança nos fundamento de mercado, mostrando que o movimento é uma influencia direta do câmbio.

Com as quedas, a ponta vendedora também saiu dos negócios nos últimos dias, haja vista que, no caso do milho, também há neste momento fundamentos - como as exportações elevadas, baixa oferta de verão e estoques enxutos - que deveriam estão promovendo sustentação nas cotações.

Além disso, "toda a volatilidade de câmbio geralmente traz um taxa de risco acima do normal" tanto para os produtores, quando para investidores e revendas, por isso esse deve ser um momento de cautela. Para o caso de produtores que desejam realizar a aquisição de insumos, neste período, Cogo afirma que o patamar dos negócios e a efetivação dos mesmos vão depender da intenção de venda das revendedoras, uma vez que elas também devem adotar a postura retraída neste momento.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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