Mosca branca é versátil, muda rapidamente de hábitos e formas de danos nas lavouras. Controle exige monitoramento e manejo integrado
No Brasil os primeiros relatos da B. tabaci foram realizados na década de 1920, porém a partir da década de 1990 o inseto vem aumentando a sua importância. Em São Paulo (1991) foi registrado o primeiro impacto sócio econômico no Brasil nas culturas de tomate, berinjela, abóbora, e em plantas ornamentais.
Atualmente o inseto é disseminado em quase todos os estados brasileiro, causando prejuízos de ate 100% da produção dependendo da cultura. Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da praga, sendo, por isso, observados maiores picos populacionais na estação seca.
Esses insetos podem causar danos diretos e indiretos às culturas. Os danos diretos são causados pela sucção da seiva, quando se alimentam, provocando alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta. Já entre os danos indiretos se destaca a transmissão de vírus e a fumagina (fungo preto que cobre a folhagem das plantas).
Segundo o professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Rui Scaramella Furiatti, no Brasil a 'cigarrinha' encontrou condições favoráveis para seu desenvolvimento, tendo uma explosão da população na década de 90. "Ainda nós temos condições de ter hospedeiros para esse inseto o ano todo, principalmente nas regiões mais quentes", acrescente.
Devido à grande versatilidade do inseto o manejo integrado da praga deve ser realizado durante todo o ano. Antes do cultivo é preciso observar a presença de plantas invasoras que são hospedeiros do inseto, a aplicação de um vazio sanitário entre os cultivos, o monitoramento das áreas cultivadas e do entorno são fundamentais.
"Mas no caso da mosca branca esse vazio não é só do inseto, teríamos que considerar também o vírus, ou seja, temos que eliminar a população de plantas doentes que hospedam o vírus na entressafra", alerta o professor.
No controle químico, é importante que o produtor faça rotação dos produtos para cada fase de desenvolvimento do inseto, e a aplicação no tempo correto - que seria o inicio da colonização – assim, é possível fazer um controle eficiente da praga.
Alguns produtos, por exemplo, são inibidores da acetilcolinesterase e, seu modo de ação é por contato, ingestão e fumigação, tendo como mecanismo de ação a inibição de respiração mitocondrial e paralisação imediata da respiração e reprodução.