Mosca branca traz prejuízos diretos e indiretos às lavouras com redução na produtividade e impactos na qualidade dos produtos
A mosca branca, como é popularmente conhecida, teve seus primeiros relatos no Brasil na década de 1920, porém a partir dos anos 1990 o inseto vem intensificando seus danos nas lavouras.
Segundo o professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Rui Scaramella Furiatti, o inseto pode "ocasionar anomalias no cultivo de forma direta e indireta". Entre os danos diretos está a sucção da seiva e o efeito deformante na planta causado pela saliva tóxica do inseto. Já entre os danos indiretos se destaca a transmissão de vírus e a fumagina (fungo preto que cobre a folhagem das plantas).
"No caso do tomate, por exemplo, é possível encontrar manchas no fruto de cor clara, e uma aparência interna de isopor, e a redução de crescimento da planta (enfezamento), devido ao fato do inseto sugar a seiva", explica Furiatti.
A falta de manejo das grandes populações da mosca em lavouras de soja tem contribuído para o aumento da presença do inseto, especialmente no cerrado brasileiro. Para Furiatti, a ausência de controle no inicio da entrada dos adultos em uma área, é a grande problemática para o controle do inseto no Brasil.
Entre os fatores responsáveis pelo aumento da população estão: plantios consecutivos de soja, feijão e algodão, entre outros hospedeiros cultivados; plantas voluntárias e socas; hospedeiros naturais; altas temperaturas. Segundo ele, no caso da soja é fundamental o monitoramento semanal para acompanhar a presença do inseto nas plantações.
"Quando há a presença de vírus e do inseto adulto bem disseminado em uma região o problema vai ficando maior. Então é preciso 'atacar' a fonte do vírus e de onde vem a mosca adulta na migração inicial - que deve ser mais combatido, e não o contrário como ocorre hoje -", ressalta o professor.
Na próxima semana o professor Rui Scaramella Furiatti explica as medidas de controle para a mosca branca, que tem sido um problema crescente de danos nas lavouras.