Brasileiros pagam R$ 2,9 bi todo dia para rolar a dívida

Durante discurso sobre a PEC 215, que transfere a decisão sobre demarcação de terras indígenas Executivo para o Legislativo, para produtores rurais em Guaíra (PR), o senador Álvaro Dias declarou que pretende sair do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).

Com o conflito político em Brasília, o senador do Paraná diz que não há mais espaço para idéias independentes dentro do PSDB. Por isso, ele e mais cinco senadores - entre eles Reguffe e Cristovam Buarque - irão se filiar ao PV (Partido Verde) visando essencialmente à corrida presidencial.

"Não é uma decisão ainda, mas é uma possibilidade junto com outros senadores. O objetivo é construir um bloco para reforçar outro partido e ter uma participação de protagonizou com relação de independência. Mas há uma grande dificuldade de encontrar um lugar adequado porque praticamente todos os partidos estão com o governo, e recentemente estamos em conversa com o PV", explica Dias.

Dias também comentou sobre a crise política e econômica do país e afirmou que não cabe à oposição fazer acordo nem com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, muito menos com a presidente Dilma Rousseff. Na visão dele há um tratado de protegimento entre essas lideranças para ganhar tempo sobre as discussões, na esperança de esvaziar os debates.

"Além dessa administração pública inchada, com estruturas paralelas e desnecessárias, que consomem o dinheiro dos impostos pagos com tanto sacrifício pelos brasileiros, o governo também não pisou no freio do endividamento público. A dívida pública cresceu assustadoramente e nós chegaremos até o final do ano como um dos países mais endividado do mundo (70% do PIB)", ressalta Dias.

Atualmente o governo gasta 47% do Orçamento Geral da União na rolagem da dívida, com pagamento de juros e serviços. E a expectativa é que para o próximo ano esse percentual passe dos 50%. "Recentemente fiz um calculo (que já deve estar maior) onde os brasileiros pagam diariamente R$ 2,9 bilhões de juros e serviços da dívida", alerta o senador.

Com esse cenário de crise, Dias afirma que o governo tem uma proposta de aumento de 15% no combustível e 51% na energia elétrica, a fim de elevar a arrecadação. No entanto, o senador lembra que o aumento de impostos não é a solução da crise e o Congresso também não é favorável a essas medidas, por isso provavelmente não passar pela aprovação do Legislativo.