Mercado de opções pode ser boa alternativa para produtores brasileiros, mas prática não é usual no país

Publicado em 27/10/2015 08:15
Mercado de opções pode ser boa alternativa para produtores brasileiros e para proteção da renda, porém, prática não é usual no país dada à falta de apoio e instrução das instituições financeiras. Mecanismo, no entanto, pode ser o diferencial em tempos de incerteza política, climática e econômica, principalmente sobre a taxa de cambial.

O mercado de opções se mostra como uma boa alternativa para a comercialização de soja, especialmente, em períodos de incertezas econômicas. No entanto, essa prática que poderia beneficiar o setor produtivo, não é usual no país.

Esse mecanismo é o meio em que são negociados direitos de compra ou venda de ativos, com preços e prazos de exercício preestabelecidos. O mercado de opções foi criado com o objetivo básico de oferecer um mecanismo de proteção contra possíveis perdas.

Apesar dos produtores terem o conhecimento sobre essa prática, as instituições financeiras não estão aptas para disponibilizar as opções no Brasil, em condições acessíveis. "Hoje não temos a possibilidade de utilizar essa ferramenta, o que temos praticamente é só o contrato a termo, onde travamos um preço em reais, mas que só podemos chegar a um determinado percentual daquilo que calculamos que vamos colher, ou seja, o objetivo é cobrir os custos variáveis", explica o vice-presidente da Aprosoja Paraná, Vittorio Venturi.

Neste mecanismo os produtores se protegem contra baixas do mercado no momento da comercialização fixando um valor mínimo de venda, ou caso as cotações venham a subir ele podem aproveitar esses níveis de preço.

A prática que já é bem disseminada pelos produtores nos Estados Unidos - cerca de 90% - garante ao agricultor uma segurança de preço conforme a opção que ele escolhe realizar. "Para tanto, o agricultor deve pagar um prêmio que devia ser em torno de 5%, mas no Brasil por não ter demanda os prêmios ultrapassam os 10%", destaca o jornalista João Batista Olivi.

Segundo Olivi, as opções a futuro é a melhor alternativa, pois diferente da venda futura, os produtores não deixam de participar de eventuais altas no mercado. Mas "pelo fato de ninguém participar do mercado de opções no Brasil, o prêmio acaba inviabilizando as negociações", explica.

Essa prática deveria ser incentivada pelo próprio Ministério da Agricultura e o principal financiador do crédito agrícola que é o Banco do Brasil. Haja vista que promovendo melhores condições ao setor produtivo, a instituição financeira também terá maior "garantia do retorno dos empréstimos que o banco fez ao setor agropecuário", ressalta Venturi.

Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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