Dólar sobe pela terceira sessão seguida com influência da China e no Brasil pela preocupação com as contas do governo

Publicado em 01/09/2015 14:12
Dólar sobe pela terceira sessão seguida com influência da China e no Brasil pela preocupação com as contas do governo

Após fechar agosto em alta pelo segundo mês consecutivo, o dólar inicia  setembro com alta de mais de 1% ante o real nesta terça-feira (01).

Por volta das 14h20, a moeda norte-americana subia 1,38 %, cotada a R$ 3,680. Segundo o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, a alta reflete o anúncio de déficit primário nas contas do Governo em 2016, e os indicadores da atividade econômica da China, que caiu para 49,7 em agosto.

"Os dados chineses vieram dentro das projeções, mas ainda são problemáticos, pois apontam uma retração da economia chinesa em um momento que se deveria ter uma expectativa de reativamento da economia que já vem a dois anos mostrando um crescimento mais fraco", analisa Vieira.

Para ele, o mercado está focado em um crescimento de 10% que ocorreu em outro ano, mas que provavelmente não deve se repetir. A desaceleração da economia, não significa necessariamente uma retração no crescimento. "O contexto que se insere a China neste momento, apresenta mudanças no paradigma de educação, avanço no mercado interno, e alteração na produção de produtos de baixo valor agregado", explica o economista.

Dentro desse cenário, Jason considera que a tendência é que a China consuma cada vez menos matérias primas, e demande mais produtos de maior valor agregado. No entanto, é importante ressalta que o país "continuará sendo um grande consumidor da soja brasileira", mas dentro de um contexto de mudanças essa demanda pode se converter, por exemplo, com a China deixando de processar o grão em seu território.

Déficit no Orçamento

Outro fator que está influenciando a alta do dólar foi a apresentação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que apontam um déficit de R$ 30,5 bilhões nas contas do Governo.

O reconhecimento do que as contas públicas devem fechar o próximo ano com o déficit primário eleva o risco de o Brasil perder o selo de bom pagador pelas agências de classificação de risco.

"Se o país perde essa chancela é preciso haver um reposicionamento dos investidores em relação ao dinheiro investido", explica Jason afirmando que uma possível perda do selo de bom pagador deve influenciar nas políticas de diversos setores.

Diante desse cenário, a expectativa é de continuidade na alta do dólar no longo prazo.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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