Sem financiamento e com incertezas em relação ao câmbio, taxas de juros e recursos para próxima safra, vendas de insumos estão 20% atrasadas

Publicado em 19/05/2015 14:52
Sem financiamento e com incertezas em relação ao câmbio, taxas de juros e recursos para próxima safra, vendas de insumos estão 20% atrasadas em relação ao mesmo período do ano passado
As vendas de insumos este ano estão cerca de 20% atrasadas em todo Brasil, comparando com o mesmo período do ano passado. O agricultor que no ano anterior já tinha uma definição sobre as linhas de crédito para o pré-custeio, segue esperando uma decisão do governo.
 
Para Henrique Mazotini, presidente executivo da ANDAV - Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários, esse atraso vai acarretar em outros problemas no setor de insumos.
 
“Essa indecisão do governo afeta o milho safrinha, que foi plantado por mais de 5 mil produtores, a safra de trigo que estamos nas vésperas de jogar semente no chão. Causará problema de logística futuramente, transporte e abastecimento”.
 
Da mesma forma, a volatilidade do dólar também influencia no atraso para a decisão de compras de insumos. Segundo o presidente, não foram registrados grandes aumentos nos produtos, estão todos com reajustes dentro da normalidade. Tanto a indústria, quanto produtores estão variando os preços de acordo com o câmbio.
 
Diante desse cenário, sindicatos e cooperativas de todo o país, juntamente com a ANDAV, buscam respostas quanto aos juros que serão praticados, aos prazos e a data de liberação sobre as linhas de crédito do pré-custeio.
 
“Está todo mundo no mesmo barco. Fertilizantes também estão atrasados, de janeiro a abril houve redução nas compras. No setor de sementes, as vendas estão iniciando somente agora. Com os defensivos estamos também com mais de 20% de atraso”, conta Mazotini.
 
Apesar das dificuldades no setor de insumos, a perspectiva do produtor é positiva para este ano. “Acreditamos em crescimento para a próxima safra, um acréscimo na produtividade em torno de 4,5% a 6%”, revela o presidente.


 

Por: Aleksander Horta//Nandra Bites

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