USDA traz leve redução na classificação de milho dos EUA, mas mantendo no caso da soja; atenção ao clima no Corn Belt
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegou trazendo seu novo boletim semanal de acompanhamento de safras com uma pequena redução na classificação das lavouras de milho, mas mantendo os números no caso da soja. Os olhos todos do mercado estão agora sobre as condições de clima no Meio-Oeste americano e seus impactos sobre o desenvolvimento das lavouras norte-americanas.
MILHO
Enquanto a expectativa do mercado era de que o USDA mantivesse o índice de lavouras de milho em boas ou excelentes condições em 68% - mesmo número da sessão anterior, o relatório veio com 67%. No ano passado, o número era de 58% para esta mesma época. São ainda 23% dos campos em condições regulares e 10% em condições ruins ou muito ruins, contra 9% da semana anterior.
61% dos campos de milho estão e m fase de embonecamento, contra 41% da semana anterior; 62% do ano passado e 56% de média plurianual. Ainda de acordo com o USDA, são 17% das lavouras na fase de enchimento de grãos, contra 8% da semana anterior, 13% de 2023 e 11% de média.
SOJA
O departamento informou ainda que 68% das lavouras de soja permanecem em boas ou excelentes condições, mesmo número da semana passada e em linha com a expectativas do mercado. Também permaneceram inalterados os índices de lavouras em condições regulares - 24% - e em condições ruins ou muito ruins, com 8%.
O USDA traz ainda 65% das lavouras de soja na fase de florescimento, contra 51% da semana passada; 66% do ano passado e 60% de média. Na fase de formação de vagens estão 29% dos campos, enquanto na semana anterior eram 18%, em 2023 31% e a média dos últimos cinco anos, 24%.
CLIMA NO CORN BELT
O início de semana para o mercado internacional de grãos se deu, mais uma vez, com a combinação do cenário político e fundamental, com atenções redobradas sobre as condições de clima nas regiões produtoras dos Estados Unidos. Depois de um final de semana de chuvas limitadas, apenas pontuais de baixos volumes, no centro do radar dos traders agora estão as previsões que indicam tempo quente e seco para as próximas semanas não só no Meio-Oeste, como também nas Planícies.
"Um terço das áreas de soja e milho do oeste do Meio-Oeste americano sofreu com o tempo mais seco nas últimas duas semanas, mas agora há chances melhores de chuvas nos próximos seis a dez dias", afirmam os especialistas do Commodity Weather Group (CWG).
A situação ainda não é crítica e não configura grandes ameaças à safra 2024/25. Entretanto, pelo período do ano em questão, com a proximidade de agosto - que é um mês determinante para as culturas norte-americanas, em especial a soja - as informações são acompanhadas de perto e trazem volatilidade ao caminhar das cotações na Bolsa de Chicago.
"A faixa leste do Cinturão do Milho passou por um longo período de seca, mas agora que as chuvas retornaram, as precipitações intensas e as baixas temperaturas não estão favorecendo as condições do milho", informou a Agrinvest Commodities.
De outro lado, porém, as imagens do Drought Monitor - ou o Monitor da Seca - mostram de forma bastante clara que as condições deste ano são bem melhores do que as do ano passado, o que justifica um classificação dos campos não só do cereal, mas também de soja e do trigo de primavera, bem melhor do que as do mesmo período da safra 2023/24.
Na imagem abaixo, é possível perceber, observando o mapa da direita - de 2023 - é possível perceber que as áreas que vinham sofrendo com episódios mais severos de seca eram mais distribuídos, chegando a regiões de maior expressão na produção de soja e milho.
Agora, as atenções estão voltadas para as previsões um pouco mais alongadas, que indicam, como informou o Commodity Weather Group (VWG) nesta segunda-feira, que os próximos 6 a 10 dias serão de algum alívio para o Meio-Oeste, porém, com novos pontos se desenvolvendo na região. O mapa de chuvas para o período - de 27 a 31 de julho - mostra que as precipitações deverão ficar abaixo da média para o período em toda a região produtora norte-americana. NO mesmo intervalo, as temperaturas deverão ficar acima da média.
No período seguinte, nos próximos 11 a 15 dias - de 1 a 5 de agosto -, as temperaturas até deverão voltar a certa normalidade, porém, as chuvas seguirão abaixo da média. Confira nos mapas abaixo:
Assim, ao passo em que os cenários climáticos vão se definindo nas principais regiões produtoras norte-americanas de soja e milho, os especialistas vão especulando sobre o potencial produtivo de ambas as culturas. "Às vezes é difícil de acreditar que o recorde de produtividade da soja se deu há oito anos, em 2016, com 58,2 sacas por hectare (51,9 bushels por acre). Será que podemos alcançar esta marca em 2024? Em 2016, o período de julho a agosto registrou também recorde de umidade pelo Meio-Oeste americano", diz a especialista internacional em commodities agrícolas, Karen Braun, trazendo ainda os mapas de oito anos atrás.
"O que é interessante sobre os recordes de rendimento estadual para a soja é que os anos de 2022, 2019 e 2018 não figuram na lista, o ano mais recente ausente, no caso da lista do milho, é 2015. Quase metade da produção em 2021 refletiu recordes novos ou inalterados", complementa Karen.