USDA traz intenção de plantio nesta sexta-feira (31) e pode indicar maiores áreas de soja, milho e trigo na safra 23/24 dos EUA
A safra 2023/24 dos Estados Unidos está se aproximando e suas informações vão ganhando cada vez mais espaço no radar dos traders. As primeiras informações a chegar serão os dados de intenção de plantio a serem reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira, 31 de março, às 14h (horário de Brasília). As primeiras expectativas do mercado são de áreas maiores para soja, milho e trigo no país.
Para a soja, o intervalo das projeções para a área de plantio é de 35,35 a 37,27 milhões de hectares, com média de 35,71 milhões. Em fevereiro, durante o Agriculture Outlook Forum, a área dedicada a soja foi previamente indicada em 35,41 milhões de hectares. Na safra 2022/23, a área foi de 35,39 milhões.
"Precisamos estar atentos à faixa de expectativas para a área de soja, que é a mais estreita em pelo menos 16 anos, e muito menor do que a dos últimos anos. É assim que as surpresas acontecem", afirma a especialista internacional em commodities, Karen Braun.
As expectativas para a área que deverá ser dedicado ao milho são de 35,48 a 37,27 milhões de hectares, com média de 36,78 milhões. Caso a média se confirme fica acima do número do Outlook Forum, de 36,83 milhões, e da área do ano passado, quando foram dedicados ao cereal norte-americano 35,85 milhões de hectares.
No caso do trigo, os números esperados para a área 2023/24 variam de 18,51 a 20,21 milhões de hectares, com média de 19,77 milhões. Há um mês, a estimativa no fórum foi de 20,03 e a área da safra anterior foi de 18,51 milhões.
Conhecidos os dados estimados para a área, o mercado passará a monitorar de forma ainda mais frequente o clima no Meio-Oeste americano, principalmente depois das baixas que marcaram os últimos pregões e levaram as cotações a patamares bem mais baixos do que em semanas anteriores. E na sequência, serão essas as informações que deverão movimentar os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago.
"Será necessário um bom choque, de uma forma ou de outra, no relatório de área para movimentar o mercado”, afirma Jerry Gulke, presidente da consultoria Gulke Group Advisory. "Então, depois do relatório, vamos falar sobre o clima. As atuais condições não são típicas do início da primavera, mas também não sinalizam uma temporada problemática. Agora, temos um jogo totalmente novo daqui para frente, com base no tipo de clima que teremos", completa.
Assim, na sequência, as atenções do mercado deverão se voltar para o novo boletim mensal de oferta e demanda de maio, quando esses dados de área serão inclusos nos reportes atualizados mês a mês, ainda como explicou o consultor internacional.