Grãos e complexo soja despencam em Chicago com números do USDA refletindo menor demanda
O mercado de grãos e do complexo soja está despencando na Bolsa de Chicago depois da revisão nos números de oferta e demanda trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim mensal divulgado nesta terça-feira, 12 de julho. Para a soja, a pressão maior vem da redução expressiva nos números da demanda, já que no milho, o peso vem com a maior oferta sendo esperada para os Estados Unidos na temporada 2022/23.
Perto de 14h30 (horário de Brasília), os futuros da soja perdiam de 58,50 a 59,75 pontos, com o agosto valendo US$ 14,63 e o novembro - referência para a safra americana - sendo cotado a US$ 13,45 por bushel. Entre os preços do milho, as baixas eram superiores a 40 pontos, levando o dezembro a US$ US$ 5,85 por bushel. No trigo, as posições mais negociadas recuavam entre 35,25 e 36,50 pontos, com o setembro chegando a US$ 8,21.
Ainda na CBOT, os futuros do óleo e do farelo de soja também despencavam nesta terça-feira. O óleo caia mais de 5% no primeiro vencimento, que vinha sendo cotado a 57,98 cents de dólar por libra-peso, sentindo não só a pressão do USDA indicando um consumo mais contido, mas também as perdas intensas e agressivas do petróleo.
SOJA 2022/23
EUA - O USDA confirmou o esperado pelo mercado e reduziu a safra 2022/23 dos Estados Unidos, passando o número a 122,61 milhões de toneladadas, contra 126,28 milhões da estimativa de junho. Embora não tenha mexido na produtividade, áreas menores plantada e colhida resultaram em uma safra menor. O mercado esperava algo entre 122,42 e 126,3 milhões de toneldas.
Assim, os estoques finais também caíram e passaram de 7,62 para 6,26 milhões de toneladas.
Já sentindo os temores da recessão e refletindo uma demanda mais tímida, todos os dados foram revisados para baixo pelo USDA no quadro norte-americano.
As exportações foram corrigidas de 59,87 para 58,11 milhões de toneladas, e o esmagamento é agora esperando em 61,1 milhões, contra 64,78 milhões do boletim anterior.
Mundo - Ainda sobre a safra 2022/23, o USDA diminuiu sua estimativa para a produção global de 395,37 a 391,4 milhões de toneladas, enquanto os estoques caíram de 100,46 para 99,61 milhões de toneladas. Do mesmo modo, reduziu a projeção para as importações chinesas de 99 para 98 milhões de toneladas.
A safra brasileira continua sendo esperada em 149 milhões e a argentina em 51 milhões de toneladas.
SOJA 2021/22
EUA - No quadro norte-americano da safra velha, o USDA elevou os estoques finais de soja para 5,85 milhões de toneladas, enquanto revisou o esmagamento de soja para 60,01 milhões. No reporte de junho, os números eram de, respectivamente, 5,58 e 60,28 milhões de toneladas.
Mundo - No cenário mundial, aumento na produção e nos estoques, os quais foram estimados em 352,74 e 88,73 milhões de toneladas, contra 351,99 e 86,15 milhões de toneladas no mês passado. Do lado da demanda, uma correção chamou a atenção nas importações da China, agora estimadas em 90 milhões de toneladas, menores do que a projeção de junho e 92 milhões.
As exportações brasileiras foram revisadas para menos e agora são esperadas em 81 milhões de toneladas, bem como as argentinas, estimadas em 2,25 milhões.
MILHO 2022/23
EUA - Para o milho, o USDA trouxe um aumento - como também era esperado pelo mercado - para a produção 2022/23, passando a 368,45 milhões de toneladas. Em junho, o número veio em 367,3 milhões. A produtividade foi mantida em 185,15 sacas por hectare. Todavia, as áreas plantada e colhida foram revisadas para cima e são agora esperadas em 36,38 milhões e 33,14 milhões de hectares.
Os estoques finais, consequentemente, subiram de 35,55 para 37,34 milhões de toneladas. As exportações, por outro lado, foram mantidas em 60,96 milhões de toneladas, enquanto o uso do cereal para a produção de etanol ficou em 136,53 milhões de toneladas.
Mundo - No quadro global, a safra também foi estimada maior e agora são esperadas 1.185,90 bilhão de toneladas, com estoques finais de 312,94 milhões. Há um mês, eram 1.185,81 bilhão e 310,45 milhões de toneladas.
No restante do cenário mundial, nenhuma mudança muito forte foi registrada.
MILHO 2021/22
EUA - Na safra velha, aumento nos estoques finais norte-americanos, os quais foram estimados em 38,35 milhões de toneladas. Já o uso do cereal para a produção de etanol caiu para 136,53 milhões de toneladas.
Mundo - O USDA manteve seus principais indicadores para a safra 2021/22 entre os principais países produtores e exportadores do cereal, porém, elevou suas estimativas para a produção mundial 2021/22 para 1.217,87 bilhão de toneladas e os estoques para 312,28 milhões. Em junho, eram 1.216,07 bilhão e 310,92 milhões de toneladas.