USDA: Vendas semanais de soja e milho da safra velha vêm fracas e abaixo do esperado
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim semanal de vendas para exportação com números abaixo do esperado para soja, derivados e milho da safra nova, e operações dentro do esperado para 2022/23.
"A demanda foi muito fraca para todos os produtos. Houve uma queda na média móvel de quatro semanas para todos os grãos, com exceção do trigo", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities.
SOJA
De soja, as vendas 2021/22 ficaram negativas em 120,2 mil toneladas, com destinos não revelados tendo cancelado 290 mil. Assim, o volume na semana renovou a mínima do ano comercial. Entre compradores, o mais expressivo foi a Holanda. As expectativas do mercado variavam entre o cancelamento de 100 mil e vendas de 300 mil toneladas.
Em toda temporada, os EUA já comprometeram 60,118,4 milhões de toneladas da oleaginosa, total que ainda supera a estimativa do USDA de 59,06 milhões de toneladas. Há um ano, o total comprometido chegava a 61,84 milhões de toneladas.
Da safra 2022/23, foram vendidas 127,6 mil toneladas, dentro do intervalo esperado pelos traders de 100 mil a 500 mil toneladas. Destinos não revelados responderam pelo maior volume adquirido.
"O Brasil ficou bem mais barato em relação aos EUA para os embarques julho, agosto e setembro. E a China não comprou safra nova", afirmou Vanin.
MILHO
As vendas semanais de milho da safra velha foram de 88,8 mil toneladas, também abaixo das projeções do mercado de 200 mil a 700 mil toneladas. O Japão foi o principal destino do cereal norte-americano. O país já vendeu 60,423,8 milhões de toneladas de milho
2021/22 frente ao total esperado pelo USDA de 62,23 milhões de toneladas.
Os EUA venderam também 119,3 mil toneladas de milho da safra nova, dentro do esparado pelo mercado, que apostava em algo entre 100 mil e 500 mil toneladas, e a maior parte foi destinada ao México.
"O ritmo de queda das vendas de milho é forte. Hoje o milho americano está muito caro comparado à Argentina e Brasil. A demanda global está muito lenta", complementa o analista da Agrinvest.